Cinema Falado

O Senhor do Trash
Por Elton Telles
Nesta terça-feira (14), o Brasil registrou a terceira morte pela infecção do vírus A (H1N1), que transmite a gripe suína. O número é pequeno se comparado à situação da Argentina, que já calcula mais de 90 mortes provocadas pela nova gripe, e, ainda assim, ocupa a 3ª posição no ranking dos países mais afetados e com números de óbitos, liderado pelos Estados Unidos e México, que, juntos, somam mais de 330 vítimas. Já foram desenvolvidas vacinas especiais para prevenir a doença, mas a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconhece que o acesso será privilégio quase restrito aos países desenvolvidos. Em outras palavras, é bem provável que vai faltar estoque no Brasil. O mundo está sofrendo uma epidemia, e por conta disso, o Cinema Falado organiza uma série de filmes que retrata essa fácil transmissão e contaminação. O primeiro longa em discussão é “Fome Animal” (1992), de Peter Jackson. O programa vai ao ar, ao vivo, na sexta-feira (17/07), às 21h, com reprise no domingo, às 18h.
Nessa divertida comédia de terror do diretor Peter Jackson, acompanhamos o tímido Lionel (Balme) em sua desesperada tentativa de arrumar uma namorada enquanto tenta se entender com a mãe dominadora (Moody). Um dia, ele conhece Paquita (Peñalver) e eles combinam de se encontrarem no zoológico da cidade. Surpresa por sair sem autorização, a mãe do rapaz segue o casal até o local, e lá é mordida por um macaco-ratazana de Sumatra (!) e acaba contraindo um vírus que irá transformá-la em um zumbi canibal.
“Fome Animal” é um clássico do Cinema Trash, que não possui uma cartilha específica, mas sabe-se que se trata de filmes de baixo custo (ou que aparenta ser) e denuncia certo amadorismo, tanto na história como na condução. Podemos considerar que sua realização é feita simplesmente para mostrar algo em excesso (piadas sem graça, mulheres nuas, ou mortes mirabolantes). Geralmente, o conceito de “trash” é usado para apontar filmes de terror, e exemplos é o que não falta: “Ataque dos Tomates Assassinos”, “Evil Dead”, “A Camisinha Assassina”; e o representante brasileiro Zé do Caixão, etc. Em “Fome Animal”, conferimos um festival de feridas em erupção, membros decepados, cabeças esquartejadas e sangue...muito sangue! Porém, tudo em um ambiente de humor, pois é impossível não rir com exclamações como “Sua mãe comeu o meu cachorro?!” ou “I kick ass for the Lord!”
Antes de se aventurar no comando de superproduções como a trilogia “O Senhor dos Anéis” e “King Kong”, o diretor Peter Jackson – ao lado de sua esposa e roteirista de todos os seus filmes até então, Fran Walsh – realizou um eminente trabalho para a cultura Trash, que zomba descaradamente do convencionalismo e quebra qualquer tipo de preconceito com o nonsense. Alguns afirmam que Jackson sempre foi trash, e isso varia de acordo com o orçamento dos filmes que dirige. Bom, se for válido, “trash” muda totalmente seu conceito e vira sinônimo de qualidade.
TÍTULO: FOME ANIMAL
TÍTULO ORIGINAL: BRAINDEAD / DEAD ALIVE
ANO: 1992
PAÍS DE ORIGEM: NOVA ZELÂNDIA
DIREÇÃO: PETER JACKSON
ROTEIRO: STEPHEN SINCLAIR, FRAN WALSH E PETER JACKSON
ELENCO: TIMOTHY BALME, DIANA PEÑALVER, ELIZABETH MOODY

RÁDIO UNIVERSITÁRIA CESUMAR - 94,3
O programa pode ainda ser ouvido, no horário da tranmissão, através do site http://www.radiocesumar.com.br/
Para participar do programa:
Telefone: (44) 3031-6367
e-mail: cinemafalado@gmail.com / atendimento@radiocesumar.com.br