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domingo, fevereiro 14, 2021

Galeano

14 de Fevereiro  - Crianças roubadas

Os filhos dos inimigos foram prenda de guerra da ditadura militar argentina, que roubou mais de quinhentas crianças em anos recentes.
Muito mais crianças foram roubadas, porém, e durante muito mais tempo, pela democracia australiana, dentro da lei e debaixo de aplausos do público.
No ano de 2008, o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, pediu perdão aos indígenas que tinham sido despojados de seus filhos durante mais de um século.
As agências estatais e as igrejas cristãs haviam sequestrado as crianças, que foram distribuídas por famílias brancas, para salvá-las da pobreza e da delinquência e para civilizá-las e afastá-las dos hábitos selvagens.
Para branquear os negros, diziam.

Eduardo Galeano  - Os Filhos dos Dias

sábado, fevereiro 06, 2021

Bob Marley

Quando tinha quatro anos, Bob começou a pressagiar a partir da leitura da palma da mão. Como as previsões invariavelmente eram acertadas, ficou conhecido na região. Um dia, quando já era famoso, voltou a Kingston e uma mulher pediu que ele lesse a mão dela. Diante do pedido, respondeu: “Eu não estou mais lendo mãos. Estou cantando agora”.

(Via Vanessa Martina Silva, Opera Mundi)

terça-feira, fevereiro 02, 2021

Buchetta del vino


A blogueira priiscillaguerra

 apresentou em seu instagram a famosa Buchetta del vino .

Em Florença, nas paredes de vários edifícios do centro histórico, existem ainda algumas das curiosas aberturas que eram utilizadas para a venda de 🍷 para as pessoas que passavam pela rua!

☑️ O costume de vender vinho diretamente dessas “janelinhas” dos palácios de famílias nobres remonta + ou - ao século 16, quando as turbulências no mercado europeu levaram a uma redefinição do comércio internacional e das atividades de manufatura 👉🏻 isso levou a um declínio das atividades que haviam enriquecido Florença e a deixado poderosa durante o período Medieval e o Renascimento.

☑️ Para tentar continuar tendo dinheiro e poder, as grandes famílias aristocráticas passaram a converter suas atividades em terras e fazendas agrícolas, com uma renda mais estável, onde eram produzidos vários bens, entre os quais um lugar de destaque estava ligado à produção de vinho 🍷

👉🏻 Essa “buchetta” permitia que o vinho fosse vendido com discrição diretamente na rua: era um meio mais fácil e ajudava a ter uma clientela muito numerosa, como evidencia a sua propagação em vários prédios da cidade.

☑️ Outro uso desses "buracos" reservados exclusivamente para palácios nobres, era o da caridade. Era costume deixar comida ou uma jarra de vinho no pequeno compartimento para os mais necessitados. 👉🏻 Durante o período de uma epidemia que dizimou a população florentina, elas serviam também para evitar qualquer forma de contato, utilizando uma pá de metal para receber o pagamento em moedas, imediatamente imersas em vinagre para desinfetar.

📍Do ponto de vista arquitetônico, os buracos abriam-se para uma divisão da parte térrea de dentro do edifício que se ligava facilmente à adega, onde alguém se encarregava da venda das garrafas de vinho em determinados momentos do dia. As aberturas permitiam a passagem exata de um fiasco, uma embalagem tipicamente Toscana.

Várias “buchette” não funcionam mais! Na foto 7 ainda têm a escrita que informava aos clientes sobre o horário de vendas 😍 As mais preservadas estão na via del Giglio e na via del Sole..










Créditos : 
 priiscillaguerra

segunda-feira, fevereiro 01, 2021

revista previu a epidemia de 2020

Matéria da revista  Mundo Estranho, que foi publicada em 2012 antecipa o cenário de uma possível pandemia, bem similiar à que estamos vivendo. Reportagem assinada por Cláudia de Castro Lima 

1 – A Ásia é o ponto de partida. Após várias mutações, um novo vírus surge hospedado em morcegos. As fezes que
eles soltam no ar infectam guaxinins. Dos mercados da China, esses animais são levados vivos para serem abatidos
em restaurantes. Estressados, eles arranham e mordem os cozinheiros, espalhando o vírus.


 2 – O vírus adquire a capacidade de ser transmitido de homem para homem por via aérea – forma mais fácil de contágio. Além disso, o contágio se dá antes mesmo de o enfermo apresentar os sintomas. Assim, em média, o doente infecta cinco pessoas antes de ter febre, vômito, diarreia, desidratação e falta de ar. surto

3 – O governo chinês envia uma comissão para avaliar a doença misteriosa que acomete alguns vilarejos. A equipe volta sem resultados e não considera o surto alarmante até que três pesquisadores adoecem e um deles morre. A China não informa a Organização Mundial da Saúde (OMS) para não demonstrar fragilidade


4 – Os sintomas são comuns e a doença só chama a atenção quando muita gente começa a morrer na mesma região. Ainda assim, demora para que médicos e enfermeiros percebam a ineficiência de antibióticos na cura – o que exclui a maioria das bactérias como agente causador. Testes com vírus comuns também dão negativo.


5 – O governo isola comunidades em que há focos da doença. Ninguém entra nas cidades e nenhum doente pode sair. Mas, como a misteriosa enfermidade demora quatro dias para mostrar seus sintomas, muitos doentes saem dos vilarejos sem saber que estão infectados, alastrando e

6 – Doentes viajam de avião para grandes cidades, como Hong Kong. O fervilhante centro comercial, que atrai gente do mundo todo, é um polo de contágio e disseminação. Sem imaginar o risco que correm, pessoas são contaminadas e, ao voltar para seu local de origem, carregam o vírus para todos os continentes.


7 – Com a doença já fora de controle, começa uma corrida entre laboratórios e cientistas de grandes universidades para descobrir o agente causador. Mesmo com o vírus isolado, as vacinas demoram para ser feitas em larga escala, tornando impossível o atendimento à demanda mundial.

8 – Os países se isolam, mantendo esquemas de quarentena. Aeroportos são fechados e o turismo mundial cai a quase zero. A China sofre as piores consequências, com o fluxo de empresários para Hong Kong suspenso – gerando prejuízos de bilhões de dólares – e com o boicote a produtos alimentícios vindos da Ásia.


9 – Além dos 10% de casos letais, os milhões de doentes precisam de atendimento médico. Enquanto hospitais e cemitérios estão lotados, escolas, indústrias e comércio ficam paralisados por falta de profissionais. O transporte público também para e os trabalhadores que podem passam a trabalhar em casa.

10 – Nas nações pobres, quase 20% da população morre – e outros milhões são vitimados mesmo em países ricos. Parte dessa mortalidade ocorre por causa da doença, mas outro fator determinante é a crise financeira global. A produção de alimentos cai por falta de mão de obra