Em 1588, numa batalha naval, os ingleses derrotaram a Invencível Armada. Para evitar os navios inimigos e alcançar a segurança da Escócia ou da Irlanda, a armada desorganizada dirigiu-se para norte através da costa da Escócia e da Irlanda, que era, na época, famosa pelas suas águas traiçoeiras. Muitos dos navios foram destruídos em tempestades ou afundaram-se ao largo da costa ocidental da Irlanda.
Com o tempo, a maioria dos navios e homens da Armada foi esquecida, sobreposta a outros episódios mais recentes, e os seus destroços permaneceram afundados nos gelados abismos do Atlântico Norte. Porém, no princípio de 1968, tendo como objetivo a procura de restos do navio espanhol, uma expedição descobriu a superfície dos restos de um galeão perdido. Os objetos retirados do local foram analisados e identificados como pertencentes ao Santa Maria de la Rosa, que se julgava perdido.
O navio estava carregado de munições, armamento e soldados. O naufrágio deu-se junto à costa irlandesa. Os resultados inverídicos e frequentemente perigosos foram os que muitos dos outros galeões espanhóis enfrentaram. A maioria dos seus ocupantes afogou-se ou foi morta ao tentar alcançar a terra. Escapando com vida, alguns foram convertidos em barcos de guerra ingleses ou apresentados como troféus aos seus compatriotas.
No entanto, os homens que chegaram à costa raramente eram tratados como prisioneiros de guerra. Na realidade, muitos eram mortos pelos próprios camponeses irlandeses, ansiosos por evitar retaliações armadas. No entanto, alguns conseguiram passar-se para o lado irlandês, lutando ao lado dos nativos. Finalmente, porém, o mar revolveu-se num adversário mais terrível e leal que os ingleses.
1. Fantasmas da Guerra e do Mar
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Essa é a história de uma derrota dupla: militar e natural. Primeiro, os navios da poderosa Espanha são esmagados pela frota inglesa. Depois, aqueles que escapam sofrem nas mãos da natureza selvagem e dos próprios aliados.
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O Santa Maria de la Rosa é símbolo de um império naufragado, literalmente e metaforicamente.
2. Ecos de horror e abandono
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Os destroços esquecidos por séculos em águas frias evocam um imaginário de galeões-fantasma, tesouros submersos e armas enferrujadas pelo tempo.
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O final da narrativa — “o mar revolveu-se num adversário mais terrível e leal que os ingleses” — é uma pérola de fatalismo poético, ótima para encerrar um episódio.
3. O lado sombrio da Irlanda
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Camponeses matando náufragos espanhóis por medo de represálias — isso adiciona um elemento brutal de realismo histórico, um lembrete de que a sobrevivência, muitas vezes, é uma luta solitária.
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