Frankenstein (Frankenstein; or, The Modern Prometheus, 1818), obra-prima gótica de Mary Shelley, que fundou o gênero da ficção científica
Trecho (O Monstro Pede Conta ao Seu Criador):
O Monstro diz a Victor Frankenstein:
"Eu era benevolente e bom; a miséria fez de mim um demônio. Faça-me feliz, e serei virtuoso novamente... Por que me persegues, ó homem? Por que me obrigas a viver? Se me concederes um só desejo, será este: que me dês uma companheira, tão deformada e horrível quanto eu. Só isto me bastará!"
(Capítulo 17 — O pacto no gelo)
Neste diálogo angustiante, a Criatura — rejeitada por todos devido à sua aparência monstruosa — exige que Victor crie uma companheira para ela. Shelley explora temas de solidão, responsabilidade ética e o direito à empatia, questionando quem é o verdadeiro monstro: o criador ou a criatura.
A Maldição de Victor
Victor Frankenstein, arrependido:
"Tão terrível foi o meu pecado, que nenhuma criatura humana poderia ter a capacidade de perdoá-lo. Eu havia perturbado a paz da morte, e agora a natureza me amaldiçoava com uma agonia maior do que qualquer outra."
(Capítulo 9 — A culpa)
Victor reconhece que sua ambição científica (criar vida artificial) violou leis naturais e desencadeou uma cadeia de tragédias. Shelley alerta sobre os perigos da ciência sem freios éticos.
Prometeu Moderno: Victor, como o titã da mitologia, é punido por seu "fogo" (a ciência) roubado aos deuses.
Abandono e Vingança: A Criatura torna-se violenta apenas após ser rejeitada por seu "pai" e pela sociedade.
Natureza vs. Criação: A sublime paisagem dos Alpes contrasta com a artificialidade do monstro.
O Assassinato de William
"Ele [o monstro] agarrou a garganta da criança e a silenciou para sempre. Eu vi seu sorriso enquanto segurava o pequeno corpo inerte... E então, com mãos trêmulas, colocou o retrato de minha mãe no vestido da vítima."
(Capítulo 16 — A vingança começa)
A morte do irmão mais novo de Victor — e a forma como o monstro culpa seu criador — é um dos momentos mais perturbadores do livro, mostrando como a crueldade nasce da rejeição.
Mary Shelley escreveu o livro aos 18 anos, durante um desafio literário entre amigos (incluindo Lord Byron).
A Criatura não tem nome no livro — "Frankenstein" é o nome do cientista, não do monstro
A obra questiona a educação e a sociedade: o monstro aprende a falar e filosofar lendo Paraíso Perdido, mas mesmo isso não o salva.
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