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segunda-feira, abril 21, 2008

O ÚLTIMO ATO



Um Anônimo deixou esse recado no Post do Garrincha e achei melhor reproduzir aqui. Muito bom o texto.

Uma coisa a que sou grato ao Sr. Edson Arantes Nascimento, que vi jogar duas vezes em pleno apogeu, uma delas no Willie Davids no ano de 1964, foi que ele não deu a tristeza de vê-lo em sua decadência, por uma razão muito elementar. O fia da mãe não teve decadência.
Eu vi Mané Garrincha jogar num dia de 1977, em Barbosa Ferraz, sendo marcado por um jovem lateral esquerdo que tinha dois dentes e acreditava que tinha diante dele o grande Mané. Uma situação ambígua: era o Mané que fora grande e eterno, mas ali estava apenas tropeçando na bola.
Eu no alambrado olhei quando ele passou bem perto e nunca vi um jogador mais triste que ele em campo.
Mané Garrincha foi tão bom quanto Pelé ou vice-versa, mas quis mais que um jogador, quis ser o último personagem shakespeariano, entre glórias e tragédias.
O Grande Pelé nunca conseguiu nos fazer sofrer com suas dores, se é que as tinha. Mané, não, como um Otelo traído pelo destino, o seu Iago, fazia nossa as suas dores.
Era botafoguense pelo preto e branco da camisa, por Mané Garrincha, por Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Zagalo, Manga. Aquilo não era time: era uma seleção. E seleção que tem Mané no apogeu, é uma das melhores do mundo, de todos os tempos.
Por falar, nisso, sorte ao Fogão na decisão. Que lugar de urubu é no lixão.

Um comentário :

Anônimo disse...

eu jogo futebol com professores veteranos. um deles, chamado Everaldo, participou desse jogo em Barbosa Ferraz.
Ele me fez um relato muito interessante sobre o implacável lateral que insistia em marcar o seu mané - era assim como os demais boleiros o chamavam - como se ele ainda fosse o grande garrincha de 1962.

Quando eu era criança, eu conheci muitas pessoas que defendiam a tese de que Garrincha tinha sido melhor que Pelé. A tese era polêmica. Que Garrincha foi mais amado, porém, há poucas dúvidas. Talvez por ser mais falível.

John Lennon, em sua canção Nowhere Man, dedicada a todos os zéninguéns que existem pelo mundo, perguntou: "ele não é um pouquinho como você e eu?".

O Garrincha gauche da vida era um pouquinho como todos nós.

Em contrapartida, gostaríamos de ser um pouquinho como o Garrincha que entortava os joões do mundo.

parabéns ao autor do texto postado.


reginaldo dias