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sábado, abril 29, 2017

Que amanhã não seja outro nome de hoje

 No ano de 2011, milhares de jovens, despojados de suas casas e de seus empregos, ocuparam as praças e as ruas de várias cidades da Espanha. E a indignação se disseminou.
A boa saúde acabou sendo mais contagiosa que as pestes, e as vozes dos indignados atravessaram as fronteiras desenhadas nos mapas.
 Assim ecoaram pelo mundo:
Disseram para a gente “já pra rua”, e aqui estamos.
Apague a televisão e ligue a rua.
Chamam de crise, mas é roubo
. Não falta dinheiro: sobram ladrões.
O mercado governa. Eu não votei nele.
Eles decidem pela gente, sem a gente.
Aluga-se escravo econômico.
Estou procurando meus direitos. Alguém viu por aí?
Se não deixam a gente sonhar, não vamos deixá-los dormir
 (Eduardo Galeano em "O Filho dos Dias")



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