Até este dia, e durante vinte e dois anos, o FBI, Federal Bureau of Investigation, grampeou seu telefone, leu suas cartas e revirou suas latas de lixo.
Einstein foi espionado porque era espião.
Espião de Moscou: era o que dizia sua frondosa ficha policial.
E também dizia que ele havia inventado um raio exterminador e um robô capaz de ler a mente humana.
E dizia que Einstein foi membro, colaborador ou filiado a trinta e quatro frentes comunistas entre 1937 e 1954, dirigiu honorariamente três organizações comunistas, e não parece possível que um homem com esses antecedentes possa se transformar num leal cidadão americano.
Nem a morte o salvou.
Continuou sendo espionado.
Já não pelo FBI, mas pelos seus colegas, os homens da ciência, que cortaram seu cérebro em duzentos e quarenta pedacinhos e analisaram um por um, à procura da explicação de seu gênio.
Não encontraram nada.
Einstein bem que tinha avisado:
– A única coisa de anormal que tenho é a minha curiosidade
(Eduardo Galeano em "O Filho dos Dias")
O escritório de Albert Einstein – esta foto foi feita horas depois da morte do físico ganhador do Prêmio Nobel, em Prenceton, abril de 1955 |
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