trabalho.
Trabalhar menos, viver mais: Tomás Morus tinha sonhado isso, em sua Utopia, mas foi
preciso esperar cinco séculos para que enfim uma nação se atrevesse a cometer tamanho ato de
bom-senso.
Afinal das contas, para que servem as máquinas, se não for para reduzir o tempo de
trabalho e ampliar nossos espaços de liberdade? Por que o progresso tecnológico precisa nos
dar desemprego e angústia?
Por uma vez, ao menos, houve um país que se atreveu a desafiar tanto absurdo.
Durou pouco, a lucidez. A lei das trinta e cinco horas morreu dez anos depois.
(Eduardo Galeano em "O Filho dos Dias")
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