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quinta-feira, maio 11, 2017

O faz-tudo


Eugène François Vidocq morreu em Paris, em 1857.
Desde que havia assaltado, aos catorze anos, a padaria de seu pai, Eugène foi ladrão,
saltimbanco, espadachim, soldado desertor, contrabandista, mestre-escola louco pelas
menininhas, ídolo dos bordéis, empresário, delator, espião, criminologista, especialista em
balística, diretor da Sûreté Générale, a polícia francesa de investigações, e fundador da
primeira agência de detetives privados.
Vinte vezes se bateu em duelo e fugiu de cinco prisões, transformado em freira ou mutilado
de guerra. Foi um mago do disfarce, delinquente disfarçado de polícia, polícia disfarçado de
delinquente, e foi amigo de seus inimigos e inimigo de seus amigos.
Sherlock Holmes e outros famosos detetives da literatura europeia devem boa parte de suas
habilidades aos truques que Vidocq aprendeu praticando o crime e que depois aplicou para

combatê-lo.

(Eduardo Galeano em "O Filho dos Dias")

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