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terça-feira, agosto 25, 2009

Zé Vicente



Junto com o poeta e romancista Panamérica, José Vicente (1945- 2007) foi um dos mais inquietantes intelectuais do início da década de 70, época de sexo, drogas e rock'n'roll. No final da década de 60 ele fez parte da excelente geração de dramaturgos da época como Plínio Marcos, Antônio Bivar, Leilah Assumpção e Consuelo de Castro. Vicente fez sua estréia com 'O Assalto", no Teatro Ipanema. Com o dinheiro dos direitos autorais, vai para LOndres e escreve a sua obra-prima : Hoje É Dia de Rock, em 1971 e que permaneceu em cartaz durante dois anos. Foi o mais importante espetáculo do ano e um dos mais comentados da década. Aqui, era perimitido o ator tocar no público, no espectador. O palco invadia a platéia. Uma das inovações presentes na encenação. A peça mostrava a história de uma família abandonando suas terras no interior e se mudando para cidade grande, onde termina dona de um botequim.Bem no espírito da contracultura. Nos anos 90, Vicente já vivia uma vida regrada, sem drogas Escrevia livros autobiográficos. Estava interessado pela medicina. Achava ter descoberto a semelhança entre a peste da Roma antiga e a Aids.
Hoje é Dia de Rock contou com Rubens Corrêa, ator e diretor do espetáculo.Para o crítico Yan Michalski (talvez o melhor crítico de teatro da imprensa brasileira, com anos de Jornal do Brasil),\comparou as personagens de Vicente à de Cem Anos de Solidão:"Quando os intérpretes de Rock nos acolhem com pão, flores e fraternos sorrisos, dificilmente deixaremos de nos sentir atingidos, tão profundamente esta comunhão se acha enraizada numa situação dramática com a qual nos podemos identificar, e no olhar com o qual o autor, o diretor e os atores contemplam essa situação."
O elenco (que incluia Evandro Mesquita) recebeu dezenas de cartas dos espectadores. Elas diziam o quanto a peça havia mudado a vida deles. Mais flower power do que isso, impossível...
"Quem nasceu para voar, voe no rumo do céu. Quem nasceu para cantar, cante. Teus pássaros viajam ao redor da Máquina, contra a Máquina, antes da Máquina e depois"

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