(Elton Telles) Em meados dos anos 70, a Inglaterra se viu pequena diante da popularização do “Glam Rock”. Trata-se de um estilo musical, cuja tendência era baseada na liberação e revolução sexual, e que teve grande repercussão e impacto entre os jovens ingleses da época. O período é conhecido, principalmente, pelo figurino extravagante adotado pelas pessoas, como uma espécie de identificação e impressão de personalidade, recheado de cílios postiços, cabelos coloridos, purpurina, boás, saltos altos, maquiagem pesada, roupas cintilantes etc. O filme “Velvet Goldmine” (1998), de Todd Haynes, faz uma excelente reconstituição dessa época eufórica e inovadora para a História do Rock, e é com ela que o Cinema Falado finaliza a série dedicada ao Rock n’ roll no Cinema. O programa é apresentado por Thiago Ramari, Marcelo Bulgarelli e Elton Telles, e vai ao ar, ao vivo, nesta sexta-feira (28/08), às 21h, com horário alternativo no domingo, às 18h.
O roteiro, assinado pelo também diretor Todd Haynes, traça um panorama da explosão do Glam Rock, que, mais que um gênero musical, era também uma moda que ditava o comportamento das pessoas simpatizantes a esse fenômeno. Em uma narrativa que se assemelha à utilizada por Orson Welles no clássico “Cidadão Kane”, “Velvet Goldmine” acompanha o jornalista Arthur (Bale), que é imbuído de escrever uma reportagem a respeito dos 10 anos que se passaram desde a morte forjada do maior ícone pop da época, Brian Slade (Rhys Meyers). Para resgatar alguns arquivos, Arthur entrevista algumas pessoas relacionadas ao cantor, além de buscar na própria memória algumas passagens da época, que acaba transportando o espectador em uma avalanche de flashbacks arrojados.
Um dos grandes representantes do cinema independente norte-americano, Todd Haynes faz uma leitura intimista e pessoal do surgimento do Glam Rock, e cria os personagens do filme totalmente baseados nos cantores mais representativos daquela época: David Bowie, Iggy Pop (The Stooges) e Lou Reed (Velvet Underground). Um ponto curioso é a inclusão do escritor Oscar Wilde no filme, como se, já no século XIX, ele tivesse sido o ponto inicial para que o Glam Rock se solidificasse no mundo. Muito bem escrito, o filme ganha créditos por não se limitar em retratar o período apenas em cima dos palcos. Como prova disso, a ótima cena do jornalista (quando adolescente) saindo pelas ruas com roupas extravagantes em busca da aceitação da sociedade, cujo preconceito e intolerância simplesmente esmagavam e reprimia o comportamento do rapaz.
Recheado de ironia e críticas (“Mr. BBC”; o trabalho mercenário das gravadoras musicais), “Velvet Goldmine” é um filme essencial para os amadores do rock, tanto pelo retrato de uma época importante da história musical, como pelos talentosos músicos envolvidos no filme: Michael Stipe (R.E.M.), Brian Molko (Placebo), Thom Yorke (Radiohead), Brian Eno, Thurston Moore (Sonic Youth), T-Rex, Teenage Fanclub, dentre outros.
TÍTULO: VELVET GOLDMINE
TÍTULO ORIGINAL: IDEM
ANO: 1998
PAÍS DE ORIGEM: REINO UNIDO
DIREÇÃO: TODD HAYNES
ROTEIRO: TODD HAYNES E JAMES LYONS
ELENCO: EWAN MCGREGOR, JONATHAN RHYS MEYERS, CHRISTIAN BALE E TONI COLLETTE
Trailer
http://www.youtube.com/watch?v=tHk_HALSVKo
RÁDIO UNIVERSITÁRIA CESUMAR - 94,3
O programa pode ainda ser ouvido, no horário da tranmissão, através do site http://www.radiocesumar.com.br/
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