"Bodas de Sangue" (Bodas de Sangre, 1933), uma das tragédias rurais mais célebres de Federico García Lorca, poeta e dramaturgo espanhol
Trecho (A Mãe, sobre a violência e o destino):
"¡La sangre! ¡No quiero verla!... Como un gran mar, golpeando alrededor de mi cabeza. ¿Por qué mi hijo? ¿Por qué no te quedaste en tu casa, como un brote de mimbre, dulce, tranquilo, sin hacer daño a nadie?"
(Acto III — Cena final)
"O sangue! Não quero vê-lo!... Como um mar imenso, batendo em volta da minha cabeça. Por que meu filho? Por que não ficaste em tua casa, como um ramo de vime, doce, tranquilo, sem fazer mal a ninguém?"
A fala da Mãe acontece após o duelo mortal entre Leonardo (amante da Noiva) e o Noivo — clímax da tragédia, onde a paixão e o código de honra levam à morte. Lorca explora o fatalismo e a força primitiva do desejo, que rompe convenções sociais.
A Lua, como símbolo de morte
"Yo, la luna, vengo a alumbrar / el corazón del que no llora. / ¡Que blanco riela en la torre! / ¡La sangre resbala y canta!"
(Acto III — Monólogo da Lua)
Tradução:
"Eu, a lua, venho iluminar / o coração daquele que não chora. / Que branco brilha na torre! / O sangue escorre e canta!"
A Lua, personificada como força cósmica e cruel, anuncia o destino sangrento dos amantes, unindo erotismo e morte — tema central na obra de Lorca.
Tragédia rural: Inspirada em um crime real, Lorca eleva o conflito a um plano mítico.
Linguagem poética: Uso de símbolos (cavalo, faca, lua) e coros (Lenhadores, Lua) para criar um clima de presságio.
Conflitos: Honra vs. desejo, liberdade vs. tradição, vida vs. morte.