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sexta-feira, maio 16, 2025

Luiz Sá — Um caricaturista brasileiro"

Eduardo Souza Lima

Luiz Sá nasceu em Fortaleza em 28 de setembro de 1907, veio para o Rio em 1929 e destacou-se como um dos craques do desenho nacional, ao lado de Nássara e J. Carlos. Além do endiabrado trio *Reço-Reço, Bolão e Aziltona*, criou personagens como o detetive *Pisga-Fogo*, Maria FumaçaLouro e Catita. Ficou conhecido por colaborações em "O Malho", *"O Tico-Tico"*, e nas páginas de "O Globo Esportivo" e "Atualidades Atlânticas". Morreu esquecido pelo público, debruçado sobre sua gramática, em 14 de novembro de 1978.

 


"Artista deu forma ao Bonequinho do GLOBO"

O Bonequinho do GLOBO não é um menor abandonado. O rapaz tem pai, e o nome dele é Luiz Sá. O artista deu forma ao personagem que dá cotação às críticas de cinema do jornal desde 1940. O moço mudou um bocado nestes 53 anos de vida. Antes, quando aborrecido com o filme, ele ia embora do cinema de chapéu e casaco e tinha cabelo. Agora, com traço de Marcelo Monteiro, está careca e teve seu traço simplificado. Mas suas características básicas continuam as mesmas. E, como bom filho que é, o Bonequinho vai estar presente a esta homenagem ao seu pai — homenagem que os admiradores e amigos de Sá reclamam há muito, aliás:

— Ele foi um artista importantíssimo, que eu conheci através dos desenhos dos cinquentões do Severiano Ribeiro na década de 50. Causou muito riso com seu humor inocente e positivo. Nunca o conheci pessoalmente, mas é uma pessoa que transmite fluidos muito positivos — diz o cartunista Claudius.

— O Luiz tinha muita personalidade, era uma figura redonda, muito original. Também sou cearense. Eu e minha mulher somos padrinhos da Jacira, filha dele — lembra o caricaturista Mendez.

"Luiz Sá — Um caricaturista brasileiro", exposição que fica até 31 de outubro no MNBA, é baseada nas pesquisas de Lucio Muruci, estudante de Ciências Sociais da UFRJ. Lucio pesquisa sua vida e obra há sete anos e vai bancar a exposição do próprio bolso:

— Resolvi escrever sua biografia. Já fiz mais de cem entrevistas e tenho cerca de 70 horas gravadas em fita. Mais um ano de pesquisas e o livro estará pronto — diz Muruci.


Reco-Reco, Bolão e Azeitona - foto de Marcelo Vieira  especial para O POVO
                                                   Escultura  em Pacoti, Ceará


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