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segunda-feira, maio 12, 2025

Poltergeist em Sorocaba

 



Transcrição e Análise da Reportagem da Revista Planeta – "A Família de Francisco Vivia Bem. Até o Dia em que a 'Coisa' Apareceu"

(Década de 1980, autoria de Élste Dubueras e IBPP)




Resumo do Caso

Em Sorocaba (SP), a família Rodrigues passou por uma série de fenômenos paranormais entre junho e julho de um ano não especificado (década de 1980), incluindo:

  • Pancadas invisíveis nas janelas e paredes.

  • Objetos arremessados (móveis, garrafas, pedras) e fogo espontâneo.

  • Perseguição mesmo após a família mudar de casa.
    O Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP) investigou o caso, atribuindo-o a um poltergeist (espírito brincalhão) com epicentro na filha adolescente, Ismênia (12 anos).


Cronologia dos Fenômenos

  1. Início (Noite de Junho):

    • Pancadas violentas na janela do quarto do casal Francisco e Arlinda, sem origem visível.

    • Francisco testemunha um pneu levitando no quintal.

  2. Evolução:

    • As batidas migram para dentro da casa, derrubando móveis e quebrando objetos.

    • Pedras caem dentro dos cômodos, ferindo Arlinda na testa.

  3. Mudança Frustrada:

    • A família se muda para a casa dos cunhados, mas os fenômenos persistem, destruindo a cozinha (garrafas, alimentos espalhados).

  4. Intervenção do IBPP:

    • Pesquisadores registram estantes caindo sozinhas e sons de animais (ganidos de cão) em fitas de áudio.

    • Identificam Ismênia como possível "epicentro" do fenômeno, devido a seu comportamento revoltado contra a pobreza da família.

  5. Resolução:

    • Um centro espírita realiza "trabalhos" para afastar o espírito atormentador.

    • A família abandona a casa definitivamente, mas continua vivendo em condições precárias.


Explicações Apresentadas

  1. Hipótese Parapsicológica (IBPP):

    • Psicocinesia (PK): Movimento de objetos por energia mental, associada a adolescentes em crise emocional (Ismênia).

    • Poltergeist como "descarga" de agressividade reprimida.

  2. Hipótese Espiritualista:

    • Assédio de espírito vingativo: Sugerido pelo centro espírita, que realizou sessões de "doutrinação".

  3. Falhas na Investigação:

    • Não houve análise de evidências físicas (pedras, marcas de queimadura).

    • Relatos dependem de testemunhas apavoradas, sem confirmação independente.


Análise Crítica

Abordagem da Revista

  • Sensacionalista, mas com rigor documental: Inclui depoimentos gravados, fotos dos estragos e entrevistas com pesquisadores.

  • Linguagem: Mistura termos científicos ("psicocinesia") com narrativas dramáticas ("a coisa invisível").

Contexto Cultural

  • Reflete a crença em poltergeists nos anos 1980, frequentemente ligados a adolescentes problemáticos (casos clássicos como o Poltergeist de Enfield, 1977).

  • A pobreza da família é destacada como gatilho psicológico para os fenômenos.

Paralelos com Outros Casos

  • Similar ao "Caso de Guarulhos" (também investigado pelo IBPP), com fogo espontâneo e perseguição a famílias humildes.

  • Padrões recorrentes: Objetos voando, pedras sem origem, e associação a conflitos familiares.

Legado

  • O caso foi um dos primeiros documentados pelo IBPP a ganhar destaque nacional, reforçando a parapsicologia como "ciência do inexplicável".

  • Ilustra como fenômenos sobrenaturais eram interpretados através de lentes locais (espiritismo kardecista + psicologia).


Trechos Chave

  • Arlinda Rodrigues: "Eu erguia o móvel, ele tombava... Nada ficava no lugar".

  • IBPP: "Ismênia, a filha de 12 anos, era o epicentro: nervosa, agressiva e revoltada com a pobreza".

  • Quimino (cunhado): "Espero em Deus que pare, porque isso é coisa de deixar a gente apavorada!"


Conclusão

A reportagem da Planeta sobre o poltergeist de Sorocaba é um documento histórico sobre:

  1. O imaginário paranormal brasileiro, onde ciência e espiritualismo se entrelaçam.

  2. A vulnerabilidade de famílias pobres a fenômenos atribuídos a forças sobrenaturais.

  3. A influência do IBPP na legitimação de casos "inexplicáveis" nas décadas de 1970-80.

P.S.: Casos como esse ecoam em séries como "Arquivo X" e livros de Stephen King, mostrando que o medo do invisível ainda fascina e assombra.



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