Transcrição e Análise da Reportagem da Revista Planeta – "A Família de Francisco Vivia Bem. Até o Dia em que a 'Coisa' Apareceu"
(Década de 1980, autoria de Élste Dubueras e IBPP)
Resumo do Caso
Em Sorocaba (SP), a família Rodrigues passou por uma série de fenômenos paranormais entre junho e julho de um ano não especificado (década de 1980), incluindo:
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Pancadas invisíveis nas janelas e paredes.
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Objetos arremessados (móveis, garrafas, pedras) e fogo espontâneo.
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Perseguição mesmo após a família mudar de casa.
O Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP) investigou o caso, atribuindo-o a um poltergeist (espírito brincalhão) com epicentro na filha adolescente, Ismênia (12 anos).
Cronologia dos Fenômenos
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Início (Noite de Junho):
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Pancadas violentas na janela do quarto do casal Francisco e Arlinda, sem origem visível.
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Francisco testemunha um pneu levitando no quintal.
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Evolução:
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As batidas migram para dentro da casa, derrubando móveis e quebrando objetos.
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Pedras caem dentro dos cômodos, ferindo Arlinda na testa.
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Mudança Frustrada:
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A família se muda para a casa dos cunhados, mas os fenômenos persistem, destruindo a cozinha (garrafas, alimentos espalhados).
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Intervenção do IBPP:
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Pesquisadores registram estantes caindo sozinhas e sons de animais (ganidos de cão) em fitas de áudio.
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Identificam Ismênia como possível "epicentro" do fenômeno, devido a seu comportamento revoltado contra a pobreza da família.
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Resolução:
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Um centro espírita realiza "trabalhos" para afastar o espírito atormentador.
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A família abandona a casa definitivamente, mas continua vivendo em condições precárias.
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Explicações Apresentadas
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Hipótese Parapsicológica (IBPP):
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Psicocinesia (PK): Movimento de objetos por energia mental, associada a adolescentes em crise emocional (Ismênia).
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Poltergeist como "descarga" de agressividade reprimida.
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Hipótese Espiritualista:
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Assédio de espírito vingativo: Sugerido pelo centro espírita, que realizou sessões de "doutrinação".
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Falhas na Investigação:
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Não houve análise de evidências físicas (pedras, marcas de queimadura).
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Relatos dependem de testemunhas apavoradas, sem confirmação independente.
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Análise Crítica
Abordagem da Revista
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Sensacionalista, mas com rigor documental: Inclui depoimentos gravados, fotos dos estragos e entrevistas com pesquisadores.
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Linguagem: Mistura termos científicos ("psicocinesia") com narrativas dramáticas ("a coisa invisível").
Contexto Cultural
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Reflete a crença em poltergeists nos anos 1980, frequentemente ligados a adolescentes problemáticos (casos clássicos como o Poltergeist de Enfield, 1977).
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A pobreza da família é destacada como gatilho psicológico para os fenômenos.
Paralelos com Outros Casos
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Similar ao "Caso de Guarulhos" (também investigado pelo IBPP), com fogo espontâneo e perseguição a famílias humildes.
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Padrões recorrentes: Objetos voando, pedras sem origem, e associação a conflitos familiares.
Legado
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O caso foi um dos primeiros documentados pelo IBPP a ganhar destaque nacional, reforçando a parapsicologia como "ciência do inexplicável".
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Ilustra como fenômenos sobrenaturais eram interpretados através de lentes locais (espiritismo kardecista + psicologia).
Trechos Chave
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Arlinda Rodrigues: "Eu erguia o móvel, ele tombava... Nada ficava no lugar".
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IBPP: "Ismênia, a filha de 12 anos, era o epicentro: nervosa, agressiva e revoltada com a pobreza".
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Quimino (cunhado): "Espero em Deus que pare, porque isso é coisa de deixar a gente apavorada!"
Conclusão
A reportagem da Planeta sobre o poltergeist de Sorocaba é um documento histórico sobre:
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O imaginário paranormal brasileiro, onde ciência e espiritualismo se entrelaçam.
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A vulnerabilidade de famílias pobres a fenômenos atribuídos a forças sobrenaturais.
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A influência do IBPP na legitimação de casos "inexplicáveis" nas décadas de 1970-80.
P.S.: Casos como esse ecoam em séries como "Arquivo X" e livros de Stephen King, mostrando que o medo do invisível ainda fascina e assombra.
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