sábado, maio 31, 2025
Balto
sexta-feira, maio 30, 2025
estátuas no Central Park
quinta-feira, maio 29, 2025
Daniel Lloyd ganha o papel em The shinning - O iluminado
Garoto de Pekin, de 5 Anos, Vai Estrelar Filme em Londres, Anuncia Pai
A família Lloyd, de Pekin, deve viajar para Londres nesta quinta-feira, onde o pequeno Daniel, de apenas cinco anos, fará sua estreia no cinema atuando no filme *O Iluminado*, segundo anunciou seu pai.
O aluno do jardim de infância da Garfield School conseguiu o papel não por indicações ou experiência prévia, mas graças aos seus pais, James e Ann Lloyd. O pai contou que souberam por uma rádio de Chicago (WLS) que a Warner Bros. estava procurando crianças entre cinco e sete anos para o filme.
Em julho do ano passado, a família enviou uma foto de Danny, como solicitado. Em setembro, o garoto foi a Chicago para uma entrevista e depois para testes de elenco. Um diretor de casting revelou que mais de 3.000 crianças concorreram ao papel.
Em dezembro, Danny foi confirmado no elenco após um representante do filme visitar Pekin para assinar o contrato. Seu pai o descreveu como "um menino extrovertido e amigável, que conversa bem" e afirmou que a fama não o afetou. "Ele age naturalmente, como sempre", disse.
Dirigido por Stanley Kubrick, conhecido por *2001: Uma Odisseia no Espaço* e *Laranja Mecânica*, o filme terá Jack Nicholson e Shelley Duvall nos papéis principais. Danny interpretará o filho do casal, um personagem com poderes de percepção extrassensorial (ESP). Apesar da história se passar no Colorado, as filmagens ocorrerão em Londres, onde a família Lloyd ficará por quatro ou cinco meses.
Além de Danny e seus pais, seu irmão Mike, de 14 anos, estudante do ensino médio em Pekin, também viajará. Aulas particulares foram organizadas para os dois, e Mike frequentará uma escola de caratê para evoluir de sua faixa vermelha.
Perguntado se Danny, que já tem um pequeno fã-clube em um escritório local, continuará atuando depois desse projeto, seu pai respondeu: "Depende se ele se sair bem."
quarta-feira, maio 28, 2025
Vittor Santos
Vittor Santos

Instrumentista (trombonista). Arranjador. Maestro. Compositor. Produtor musical. Aos sete anos de idade, foi presenteado com um pandeiro, o que despertou seu interesse pelo samba. Estudou violão, instrumentos de sopro, piano e harmonia. Aos 11 anos de idade, ingressou na Banda do Clube Musical Euterpe, onde passou a estudar tuba e teoria musical com o regente Alberto de Araújo Lopes. Começou a escrever arranjos aos 14 anos de idade.
Iniciou sua carreira profissional em 1979, em Petrópolis (RJ), como integrante de conjunto de baile.
Dois anos depois, elegendo o trombone como primeiro instrumento, começou a atuar em shows e gravações com diversos cantores.
Participou, em 1984, do show "Coração feliz", de Beth Carvalho.
No ano seguinte, montou a Orquestra de Vittor Santos, com a qual se apresentou pelo Brasil e participou do filme "Banana Split" e da minissérie "Anos Rebeldes" (TV Globo).
Em 1986, lançou o LP “Aquarelas Brasileiras - Orquestra de Vittor Santos”, contendo as faixas “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso), “Só danço samba” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Outra vez” (Isolda)/“Café da manhã” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)/”Detalhes” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)/”Não quero ver você triste” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), “Cadê o verde” (Titto Santos), “Nega de Obaluaê” (Wando), “Na Glória” (Raul de Barros e Ari dos Santos), “Quem sabe sabe quem não sabe bate palmas” (Titto Santos e Marku Ribas), “As rosas não falam” (Cartola), “Pra que chorar” (Baden Powell e Vinicius de Moraes) e “Mulata assanhada” (Ataulfo Alves). Nesse mesmo ano, lecionou no representativo I Seminário Brasileiro de Música Instrumental, organizado por Toninho Horta, em Ouro Preto (MG).
Lançou, em 1987, o LP "Um Toque Tropical – Orquestra de Vittor Santos", registrando as músicas “Samba em prelúdio”, “Deixa” e “Apelo”, todas de Baden Powell e Vinicius de Moraes, “Invitation” (Paul Francis Webster e Bronislaw Kaper), “Preciso aprender a ser só” (Marcos Valle e Paulo Sergio Valle), “Vereda tropical” (Gonzalo Curiel), “Frenesi” (Alberto Dominguez)/”Perfidia” (Alberto Dominguez)/”Smile” (Charles Chaplin, J. Turner e G. Parsons)/”quellos Ojos Verdes” (Nilo Menendez e Adolfo Utrera), “Nós e o mar” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), “Caso sério” (Rita Lee e Roberto de Carvalho) e “Se acaso você chegasse” (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins).
Ainda na década de 1980, iniciou uma interlocução com Ian Guest, que resultou no aprofundamento de seu aprendizado técnico.
Regeu a orquestra e escreveu os arranjos para o programa "Som Brasil" (TV Globo), que homenageou Vinicius de Moraes, em 1993, ano em que o poeta completaria 80 anos.
Lecionou arranjo e harmonia funcional na escola de música In Concert, para a qual criou, em 1993, a orquestra de mesmo nome, integrada por 17 músicos e dois crooners, com a qual atuou até o ano seguinte.
Ainda em 1994, lançou o CD "Trombone", com as canções “Folhas secas” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), “Beijo partido” (Toninho Horta), “Luiza” (Tom Jobim), “Primavera” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes), “As rosas não falam” (Cartola), “Era só começo nosso fim” (Yuri Popoff), “Feitio de oração” (Noel Rosa e Vadico), “Travessia” (Milton Nascimento e Fernando Brant), “Razão de viver” (Eumir Deodato e Paulo Sergio Valle) e “Bebê” (Hermeto Pascoal).
Em 1995, participou do “Songbook Ary Barroso”, interpretando, ao lado de Carlinhos Vergueiro, a faixa “Malandro sofredor”, e do “Songbook Instrumental Antonio Carlos Jobim”, dividindo com Sivuca a faixa “Diálogo”.
Em 1997, lançou o CD "Sem Compromisso", contendo suas composições “Depois de tudo” (c/ Fernando Clark) e “Samba do acaso”, além de “Boca do Brasil” (Yuri Popoff), “Miragem de Carnaval” (Caetano Veloso), “Estate” (Bruno Martino e Bruno Brighetti), “Valsa de uma cidade” (Ismael Netto e Antônio Maria), “Dorme” (Ian Guest), “Caminhos cruzados” (Tom Jobim e Newton Mendonça) e a faixa-título (Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro).
Em 1999, participou do Free Jazz Festival, dirigindo a Vittor Santos Orquestra, com a qual atuou até o ano seguinte.
Ao longo de sua carreira, atuou, como instrumentista ou arranjador, em gravações de songbooks de vários compositores, lançados pela Lumiar Discos, de Almir Chediak, e em discos de artistas como Chico Buarque, Alceu Valença, Moraes Moreira, Caetano Veloso, Leny Andrade, Gal Costa, Miltinho, Elza Soares, Ivan Lins, Tim Maia, Leila Pinheiro, Fátima Guedes, Antônio Adolfo, Tom Jobim, Ed Motta, Carlinhos Vergueiro, Beth Carvalho, Mario Adnet, Mú Carvalho, Alberto Rosenblit e Zizi Possi, entre outros.
Como produtor musical, foi responsável por discos de Moraes Moreira ("Brasil tem conserto" e "Acústico Moraes Moreira"), Mauro Santana e Marco Guido ("Alforria"), Ricardo Amado ("Miragens") e Jards Macalé ("Jards Macalé canta Moreira da Silva"), entre outros.
Assinou a direção musical de shows de Carlinhos Vergueiro ("Coração Popular") e Danilo Caymmi ("Sol Moreno").
Em 2000, participou, em uma universidade dinamarquesa, do “Seminário de Música Brasileira”, no qual estiveram presentes outros artistas brasileiros, como Joyce, Rosa Passos, Robertinho Silva e Carlos Malta, entre outros. Nesse mesmo ano, começou a dedicar-se, também, à composição de sinfonias da área erudita.
Em 2001, atuou, como instrumentista, no CD "Ouro Negro", uma homenagem ao compositor e maestro Moacir Santos, produzido por Mario Adnet e Zé Nogueira. Nesse mesmo ano, teve sua primeira peça sinfônica, "Divagações sobre os Quatro Elementos", executada pela Orquestra municipal de sopros de Caxias do Sul. Ainda em 2001, assinou a produção musical do CD "Trilhas brasileiras", de Alberto Rosenblit, no qual atuou também como maestro e instrumentista.
Ao lado do grupo Conexão Rio, lançou, em 2005, o CD “Você só dança com ele”, registrando exclusivamente obras de Chico Buarque: “Samba do grande amor”, “Deixa a menina”, “Futuros amantes”, “Quem te viu, quem te vê”, “De volta ao samba”, “Samba e amor”, “Homenagem ao Malandro”, “Construção”, “A Rita”, “As vitrines”, “A Rosa” e “Feijoada completa”.
Em 2006, lançou o CD “Renovando as considerações”, contendo sua composição “O mover das águas”, além de “Um trombone na Rua Tereza” e a faixa-título, ambas de Ian Guest, “Luanne” (Moacir Santos e Nei Lopes), “An American No Samba” (Mário Adnet), “London Samba” (Joyce e Maurício Maestro), “Lembrei de tudo!” (Fernando Clark) e “Etienne et Margot” (Idriss Boudrioua).
Com seu quarteto, formado por Fernando Clark (guitarra), André Rodrigues (baixo) Antonio Neves (bateria), apresentou-se, em 2011, no espaço Vizta do Hotel Marina (RJ), pelo projeto “Jazz e muito mais”, idealizado e produzido por André Cechinel, Fernando Clark e Reinaldo Figueiredo.
Ministra regularmente cursos de harmonia, arranjo e trombone.
ALMANAQUE CASSETA
Marcelo Bulgarelli
O Almanaque Casseta Popular foi a versão em revista do jornal O Planeta Diário, ambos com o espírito anárquico que tomou conta do humor brasileiro a partir da segunda metade da década de 80.
Tudo começou no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com um jornalzinho mimeografado chamado Casseta Popular.
Foi uma brincadeira que foi crescendo, crescendo, absorvendo...
E no final de 1989, o mesmo grupo de Bussunda e Cia ainda gravou um compacto com a música “Mãe é Mãe” , politicamente incorreta.
A primeira edição do Almanaque Casseta Popular, saiu em março de 1986. A Casseta colaborava com O Planeta Diário e a turma acabou provocando a fusão dos dois grupos, o famoso Casseta & Planeta. A Globo apostou no grupo que substituiu o programa TV Pirata, a primeira tentativa de fazer algo na linha anárquica semelhante a adotada pelo grupo inglês Monthy Python. Porém, TV Pirata tinha um humor mais sofisticado, bem universitário. Casseta & Planeta - no ar até hoje - faz uma linha escrachada.
Hubert, um dos humoristas do grupo, disse que a origem do Casseta & Planeta foi durante o verão de 1988 no show ‘Eu vou tirar você desse lugar’, apresentado num horário alternativo do bar carioca Jazzmania.
O jornal Planeta Diário, com Hubert e Reinaldo, existia desde 1984 e fez muito sucesso com seu recheio nonsense - certa vez publicou a manchete hilariante: “Deputados comprados vieram com defeito.” Ou então : “Papa bota ovo na missa do galo”.
Recentemente, o humor de O Planeta Diário e do Almanaque Casseta Popular pode ser conferido nas edições especiais colocadas nas bancas de revista pela Mundo Estranho, uma divisão da Superinteressante. O preço é salgado: R$19,90. Quem diria que um jornalzinho universitário pudesse chegar a esse preço... História Completa de Casseta & Planeta mostra a trajetória dessa turma de estudantes que viviam desocupados e que resolveram virar desocupados milionários.
A saga, editada em três volumes, lembra personagens como Perry White, as Planetetes e Carlos Maçaranduba. Puro besteirol.
Martha Medeiros
"Todas as pessoas querem deixar alguns vestígios para a posteridade. Deixar alguma marca. É a velha história do livro, do filho e da árvore, o trio que supostamente nos imortaliza. Porém filhos somem no mundo, árvores são cortadas, livros mofam em sebos. A única coisa que nos imortaliza — mesmo — é a memória de quem amou a gente."
— Martha Medeiros
terça-feira, maio 27, 2025
A revelação Nastassja Kinski
Nastassja Kinski : "Com homens maduros se aprende mais"*
Revista Manchete- Reportagem da Sucursal de Milão
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Fotos de Fabian/Sygma |
Enquanto os Estados Unidos inflacionam o mercado cinematográfico com as "ninfetas" da escola Jodie Foster, a Europa responde com Nastassja Kinski. E é um esforço conjunto: nascida em Berlim em 1961, filha do renomado ator Klaus Kinski, ela estudou no Actor’s Studio de Nova York, filmou na França e agora brilha na Itália.
O cinema italiano, em crise, busca renovação: *"Não podemos viver só de Marcello Mastroianni e Sophia Loren"*, dizem os críticos. Ironia do destino, o galã de Kinski em *Così come sei* é o próprio Mastroianni, de 50 anos. Dirigido por Alberto Lattuada, o filme desafia a moral burguesa ao retratar um romance entre a adolescente Kinski e o maduro Marcello. Apesar de sua admiração por homens mais velhos, Mastroianni — conhecido por seus casos com colegas de elenco — mantém distância.
"Ela é a Ingrid Bergman aos 17 anos", exclamou Lattuada.
Aos 13, um ano após o divórcio dos pais, Nastassja estreou na TV alemã. Em Paris, conheceu Roman Polanski, que a levou às Seychelles para um ensaio na *Vogue*. Planejava-se seu papel em *Hurricane*, de Polanski, mas o projeto fracassou — oficialmente, por seu "inglês ruim", embora ela tivesse estudado no Actor’s Studio. *"Foi melhor assim"*, diz Kinski. *"Se *Hurricane* tivesse saído, não estaria com Lattuada agora."*
Lattuada a descreve como hipnótica: *"Seu olhar, seu sorriso — tudo nela parece obra do demônio."* Em *Così come sei*, Marcello vive um arquiteto que confunde Nastassja com sua filha desaparecida. Ao descobrir o erro, já está apaixonado. *"Poderá ser interessante"*, diz ela, mas seu foco é a carreira: *"Fazer o que aparecer."*
Seu sonho? "Ser uma mistura de Ingrid Bergman e Sophia Loren." Aos 17, morando com a mãe, ela tem direito a sonhar.
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segunda-feira, maio 26, 2025
**O DEUS DO SILÊNCIO**
*Luis Delfino (1834–1910)*
Não sei por que; porque dizer não ouso:
Seguindo estância e estância o antigo rito,
No templo de Ísis, adorava o Egito
O deus sem voz, o deus misterioso.
Milhões d’olhos de um vago olhar aflito
Cobrem-lhe o corpo; e em lânguido repouso,
Guardando um gesto altivo e desdenhoso,
Pousava à boca um dedo de granito.
E como um ólho só, tudo isso olhava
Do fundo de uma orelha, que o envolvia:
E aos seus pés vendo a turba imbele e escrava,
O mudo olhar inquieto ardia em lava...
Porém... quanto mais via, e mais ouvia,
Menos falava o deus que não falava.
domingo, maio 25, 2025
Chico Buarque e sua Família (Revista Amiga, 1971)
"Arieta, abre a porta pra Buarque entrar" — é o que Chico e Marieta ouvem de manhã quando Silvia, de dois anos e três meses, acorda e pede passeio. A menina é excepcionalmente adiantada para a idade que tem, mas Chico Buarque e Marieta nem notaram — eles não estão fazendo cobranças nem preocupados com isto. Acham muito engraçado o humor da filha, que, quando dá na telha, não chama "mãe" ou "pai", usa os nomes mesmo.
Aliás, não há preocupação naquela casa com educação ou psicologias. Os pais amam tanto as meninas, e como têm a possibilidade de ficar muitas horas com elas, vivem batendo papo e acompanhando seus interesses. Helena, a menor, está com sete meses, é enorme e deixa Silvia enciumada — tanto que esta não perde oportunidade de dar uns tapinhas na irmã. A estratégia dos pais é dar atenção e não recriminar. E Silvia, que ora se chama de Pipa, ora de Silvia mesmo, põe o dedo na boca da irmã e diz: "Ela gosta muito de mim!"
Quase o dia todo os pais estão conversando com Silvia: contam histórias que vão inventando na hora, tudo de acordo com o entendimento dela, sem essa de bem e mal, crimes e castigos. Como estão muito voltados para a criança, vão sentindo os reais interesses e satisfazendo suas curiosidades. Chico ensina muita música, que ela aprende com letra e tudo. Sabe cantar boa parte de A Banda, mas Silvia se liga mesmo é em dançar.
Para que a menina não fique só entre adultos, já está indo ao colégio, convivendo com outras crianças, algumas mais velhas e que só na escola estão aprendendo o que Silvia já sabia: noção de proporção, de cor. Isso tudo ela aprendeu no papo: "Entrando na sala, Chico diz: 'Que lindo o desenho da mamãe é maior que o do papai, viu? Porque Silvia é pequena ainda.'"
Tudo isto a desenvolveu tanto, que Silvia, aos dois anos, já consegue, fazendo, claro, uma enorme bagunça, tem um ótimo vocabulário em português e entende tudo que a babá italiana diz. No começo, ela falava as duas línguas, agora prefere o português. E para quem acha que tanta atenção estraga criança, Marieta conta que Silvia é muito obediente, nunca quebrou nada dos objetos da casa, não faz manha quando os pais saem, nem pede além do que necessita. Por isto tudo, Marieta não está trabalhando — quer acompanhar os primeiros anos das meninas. Chico passa muito tempo com elas, mas quando quer compor, se tranca e ninguém o interrompe. Ele é um pai muito atencioso, mas nada jeitoso. Bem que tentou dar mamadeira, mudar fraldinhas, e até é bom, mas o resultado tem tanto de improviso que Marieta ri à toa.
SÍLVIA E HELENA ESTÃO ESSAS MÃOS
Algumas vezes Marieta enfrenta os ciúmes de Silvia.
Silvia e Helena são as maiores preocupações de Marieta e Chico Buarque de Holanda. As filhas do casal estão crescendo, e a cada dia os problemas aumentam. Ora é Silvia enciumada com uma aparente maior dedicação à caçula Helena, ora é a caçula que quebra alguma coisa. Mas a família Buarque de Holanda vai muito bem, com o patriarca Chico compondo e fazendo shows a valer, enquanto Marieta trata dos vários problemas caseiros.
Com Silvia nos braços, Chico é um pai feliz. Tem composto como nunca: Rosa dos Ventos e Menino Jesus, suas duas últimas composições, são um sucesso popular. Silvia já vai ao colégio e brinca com meninas de sua idade. Com apenas dois anos, ela já percebe coisas pouco comuns às crianças de sua idade.
Reportagem de Gardenia Garcia
Fotos de Roberto Vigoderis
As reportagens retratam o cotidiano de Chico Buarque e Marieta em 1971, destacando a relação do casal com as filhas Silvia (2 anos) e Helena (7 meses). O texto revela a educação descontraída e afetuosa da família, o talento precoce de Silvia e o equilíbrio entre a vida artística de Chico e a dedicação aos filhos.
Tunai
DISCO/EM CARTAZ: PASSAPORTE PARA O SUCESSO DE TUNAI
José Antônio de Freitas Mucci (Ponte Nova, 13 de novembro de 1950 – Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2020)
Texto do Jornal do Brasil sobre O LP Em Cartaz (Ariola) publicado em 1984. Apresenta Tunai , o irmão de João Bosco e autor de sucessos em vozes alheias. E não são poucos: de As Aparencias Enganam, Certas Canções) Pra Sempre, Pra Não Chorar) e Perdão. Diz o texto :
O tímido mineiro de Ponte Nova, de uma família frondosa de 10 irmãos — todos interessados em música —, vem, desta vez, apostando tudo no sucesso pessoal. Domingo passado, o Programa do Faustão, da TV Globo, já exibiu o videoclipe do carro-chefe do LP, Prisão. A eterna situação boy-meets-girl da canção romântica possibilita a montagem de uma trama sensual. Um rapaz e uma moça descobrem ter alugado por engano o mesmo chalé, decidindo-se a compartilhá-lo, em todos os sentidos. A melodia se apoia na letra imediata: "Você caiu do céu, anjo lindo que apareceu com olhos de cristal".
Nesse disco, quem procurar paralelos entre os irmãos mais conhecidos da família Freitas Mucci, João Bosco e Tunai, não vai encontrar. João é preferencialmente um sambista, com eventuais incursões no velho bolero latino, como o clássico Dois pra Lá, Dolê pra Cá, associado às letras cinematográficas de Aldir Blanc ou Paulo Emílio. Tunai — apelido de Toninho, José Antônio, com o sotaque mineiro dos tempos em que jogava futebol a sério — é pérola em baladas. Baladas chegadas ao rock, como Todo de Bom, que lembra a caligrafia simplista de Guilherme Arantes. Ou mais aproximadas daquilo que o título já anuncia em Um Blues; essa com algum sotaque divãnico.
Mas Tunai, compreensivelmente, descarta essas comparações, apesar de reconhecer o auxílio inicial do irmão mais célebre, que o apresentou aos repertórios de Tom Jobim, João Gilberto, Ary Barroso e Dorival Caymmi. E o introduziu, já no Rio, a Vinicius de Moraes e ao pintor Scliar. João também foi decisivo na coragem de trocar um curso de engenharia, que ambos faziam, e a mineirice de Ponte Nova, terra do ídolo futebolístico de Tunai, Reinaldo (do Atlético), pela epidêmica turbulência artística do Rio. Aspas para ele: "Essa coisa de ficarem comparando o meu trabalho com o do João Bosco, só porque somos irmãos, é mais uma neura das pessoas que a gente acaba incorporando. Essa cobrança, inclusive, adiou minha vinda para cá. Talvez não me sentisse preparado para vir. Hoje, considero meu trabalho pronto, e em ascensão".
Quatro anos mais moço que João Bosco, Tunai também integrou o conjunto de rock do irmão, o X-Gang Rock, uma aventura adolescente ("só tocávamos o repertório dos Eagles") que o marcou, assim como as participações no Máfia Filho e seu Conjunto e no Jovem Brasa 5. Professor de violão das amigas das sete irmãs, estudando engenharia por obrigação ("Somos uma família musical, mas meu pai nunca viu com bons olhos esse negócio de música"), Tunai desenvolveu seu "lance de composição" em meio à Jovem Guarda, bossa nova e a explosão da Tropicália. Só se decidiu a largar a faculdade, porém, em 1979, quando Elis Regina incluiu quatro composições suas no show Essas Mulheres. De Tunai, falou a cantora em seu jeito arrebatado, numa entrevista da época: "Tô torcendo por esse cara, é uma pessoa incrível, um tipo obstinado. Resolveu que vai transar essa, tá batalhando feito um louco. Que me desculpe meus outros amigos, mas acho As Apartadas Enganam a mais forte do disco. Se todo mundo resolver compor naquela família, vou ter que fazer um disco Elis interpreta os Freitas Mucci. Eles são incríveis".
Elis tornou a música um clássico, tal como Gal Costa fez pouco tempo atrás com Eternamente ("Só mesmo o tempo pode revelar o lado oculto das paixões"), incluída neste Em Cartaz. Também Só de Amor, pontuada pelo sax de Léo Gandelman, é regravação. Em Delícias Deliciosas, seu LP do ano passado, Simone já a descobrira. Para ela, numa síntese, "Tunai é a própria natureza musical". Outras cantoras intérpretes das composições de Tunai têm opiniões igualmente entusiasmadas. Nana Caymmi: "Tunai é uma grande dose de otimismo no cenário da música atualmente". Faíza do Belém: "O que mais gosto nele é a maneira natural e brejeira — mineira — como fala de sensualidade. Sempre com um toque de humor".
Uma parcela significativa dessas impressões, no entanto, também deve ser creditada ao principal parceiro de Tunai, o letrista Sérgio Natureza, que também costuma compor com Paulinho da Viola (Vela no Breu, Último Lance, Brancas e Pretas). "Conheci o Sérgio em 75, aqui no Rio, num show da Elis", lembra Tunai. "Eu cursava engenharia em Ouro Preto e pedi transferência para Belo Horizonte, para onde o Sérgio começou a ir com frequência, para trabalharmos juntos. De um modo geral, faço a música e ele coloca a letra. As Apartadas Enganam nasceu assim. Ele se tranca por seis, sete horas, rodando a fita cassete até concluir os versos. Apesar de minha vivência em cidade do interior, me sinto mais ligado aos temas urbanos e universais. E este é mais um ponto de identidade entre nós".
Tal coesão entre parceiros, também extensiva a Milton Nascimento (que escreveu com Tunai Mar de Nosso Amor) e Ana Terra (autora do poema de Pelo Ar do Brasil), dispensaria a padronização excessiva utilizada nos arranjos. Estes foram criados pelo grupo de base instrumental do disco, o notório Roupa Nova. Espécie de Toto brasileiro, esses hábeis músicos de estúdio dedicam-se a produzir um som rapidamente identificável, sob medida para as rádios que preferem a redundância musical. Melodista de grande talento, cantor ainda impreciso, Tunai deverá chegar a um êxito rápido com o passaporte sonoro "pronto" do Roupa Nova. Mas ainda poderá ir muito mais longe se procurar uma identidade autônoma para o seu estilo.
sábado, maio 24, 2025
Clarice Lispector.
“Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim não falte.”
- Clarice Lispector.
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Clarice Lispector em seu apartamento na General Ribeiro da Costa, no Leme. |
sexta-feira, maio 23, 2025
Viktor Kolár



Sebastião Salgado - Um dos maiores fotografos do mundo
quinta-feira, maio 22, 2025
Stuart Pearson Wright:



