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JACK THE RIPPER
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ASSASSINATO SEM LIMITES
No andar de cima, Hazel estava sendo brutalmente estuprada por um dos “cavalheiros” frequentadores… No quarto ao lado, Margaret estava sendo possuída — mas não à força… Do lado de fora, um marinheiro negociava os encantos de uma prostituta gasta pelo uso…
Na esquina, JACK, O ESTRIPADOR, espiava a névoa rodopiante, pronto para mais uma investida contra as rameiras e prostitutas de Londres. Com 29 assassinatos atrás de si, toda mulher temia ser o próximo alvo desse assassino diabólico, que atacava com um bisturi afiado como navalha e deixava suas vítimas abertas como peixes em algum canto escuro.
Sobre o filme:
“Eu vi JACK, O ESTRIPADOR, de Joe Levine. Não é para crianças nem mesmo para beatniks. Estes últimos podem ficar tão assustados que acabem indo trabalhar!” — HEDDA HOPPER
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Esse texto é um exemplo cristalino da retórica sensacionalista das novelizações e paperbacks exploitation dos anos 1950, especialmente aquelas ligadas a filmes de terror “adultos” ou de apelo controverso.
Alguns pontos centrais:
1. Exploitation sexual explícita
2. Jack, o Estripador como marca
Jack não é tratado como mistério histórico, mas como marca de horror serial, quase um supervilão urbano. A menção a “29 murders behind him” ignora precisão histórica e reforça o mito hiperbólico. O foco está menos no terror psicológico e mais no sadismo gráfico (“gutted like fish”).
3. Moralismo hipócrita
Embora descreva prostituição e violência com deleite, o texto mantém um verniz moralizante: as vítimas são “harlots”, “prostitutes”, “streetwalker”. Isso cria a velha lógica exploitation: choque + punição moral, muito comum no cinema e na literatura popular da época.
4. Marketing cruzado agressivo
O trecho “See the picture—Read the book!” explicita a estratégia de sinergia industrial entre cinema independente e mercado editorial barato. Joseph E. Levine foi mestre nisso, vendendo escândalo como espetáculo cultural proibido.
5. Legitimação pela imprensa conservadora
A citação de Hedda Hopper não é casual. Ela funciona como selo paradoxal: se até uma colunista moralista se chocou, então o produto é “forte”, “adulto” e, portanto, desejável. É o medo vendido como entretenimento.
6. Importância histórica
Esse tipo de material antecipa:
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o giallo italiano em sua exploração erótica da violência,
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o slasher enquanto narrativa de corpos punidos,
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e a transição do terror clássico para um terror urbano, sexualizado e cruel, que vai explodir nos anos 60 e 70.
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