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sexta-feira, dezembro 26, 2025

Afonsinho, a livre paixão do futebol"

Transcrição do Artigo "Afonsinho, a livre paixão do futebol"

Revista Programa, Jornal do Brasil, 14/12/1980



A história da autodeterminação do jogador de futebol, profissional geralmente negociado como objeto entre os clubes, teve um capítulo decisivo no episódio da barba de Afonsinho: por se recusar a raspá-la, como queria o técnico Zagalo, ele teve seu contrato com o Botafogo rescindido e foi conseguir na justiça a liberação de seu passe. Hoje, depois de dois anos de viagens e atuações em times do interior, Afonsinho está de volta ao Rio, vestindo as cores do Madureira. “Não é um reconexo, mas uma continuação”, garante ele, já que nesses anos, embora ausente dos grandes campeonatos, nunca abandonou sua ‘paixão maior’. Aos 30 anos, Afonsinho renovou com o Madureira para a temporada de 81, depois da classificação do clube num torneio disputado, recentemente, entre times da segunda divisão. “Sou livre para escolher o melhor para mim: não gosto de me sentir usado”, desafia ele quem estranha a adesão a um time “menor”.

Paulista de Jad, pai de três filhos e também médico, Afonsinho só há alguns meses decidiu conciliar as duas atividades, dividindo seus dias entre treinos, jogos e o trabalho no Centro de Reabilitação do INAMPS. Apalvonaldo por música, amigo de compositores — Gilberto Gil dedicou-lhe Meu Caro Amigo Afonsinho, e Moraes Moreira, Espírito Esportivo — ele admite que tem lá seus ensaios guardados na gaveta. “São brincadeiras de botequim.” E embora reconheça “não saber viver sem futebol”, já pensa em escrever um livro e vai-se preparando mentalmente para abordar um dia novas carreiras, como preparador físico ou jornalista esportivo.

Afonsinho, “brincadeiras de botequim”

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