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quinta-feira, dezembro 25, 2025

“Álbum de recordações”,




Petropólis, 20 de Outubro de 1943

Minhas colegas e amigas. 

Terei muito prazer se cada uma de vós deixar gravada neste pequeno “Álbum de recordações”, (sua) simpatia e amizade através de uma poesia, de um soneto ou mesmo de uma pequena dedicatória; para que no futuro possamos viver com as recordações do passado, da nossa infância venturosa que os anos apagarão de nossas memórias.

Agradecida

Marthá da Rocha Paes 

Meu avô, Oscar da Rocha Paes, deixou esse texto: 

Dedicatória a ti?
Que poderei desejar-te, minha filha?

Muito, em poucas palavras.
Pouquíssimas palavras, que, sem dúvida, equivalem a muitas:

Que sejas feliz, o que conseguirás, sendo boa filha para teu pai, tua mãe, teus irmãos, enfim, para todos; o que conseguirás avançando os estudos, procurando saber o que é seguir a moral, talvez, invulnerável, baseado em Deus — far-te-á infalível.

É a dedicatória do teu
Pai.



Minha mãe, Martha  Rocha Paes Bulgarelli,  tinha  14 anos em 1943. Esse texto integra um álbum de recordações escolar, uma prática muito comum entre meninas entre as décadas de 1910 e 1950. Esses álbuns circulavam entre colegas de classe, que deixavam poesias, frases, flores secas, rabiscos e dedicatórias — um rito de afeto, feminilidade, amizade e formação de subjetividade.

A frase central — “para que no futuro possamos viver com as recordações do passado, da nossa infância venturosa” — exprime a consciência precoce da passagem do tempo, da memória e da perda, algo poético e melancólico.

Saudades 

Natal 1989

                                Natal na casa de Martha Bulgarelli - Casa situada á rua

                               Major Sérgio 130 - Mosela - Petrópolis

                                                             Frames do video caseiro 















 

Ecos do Natal

 

ziraldo natal







quarta-feira, dezembro 24, 2025

Krampus

 O Krampus é uma figura folclórica originária das tradições alpinas, especialmente na Áustria, Alemanha, Hungria, Eslovênia e outras regiões da Europa Central. Ele é frequentemente descrito como uma criatura demoníaca, com chifres, cabelo escuro e presas afiadas, que contrasta fortemente com a imagem benevolente do Papai Noel. Enquanto o Papai Noel recompensa as crianças bem-comportadas com presentes, o Krampus serve como um aviso sombrio para aquelas que se comportam mal.



A aparência do Krampus é assustadora: além dos chifres e presas, ele é coberto por uma pelagem escura, semelhante a um demônio ou uma criatura bestial. Ele carrega consigo uma corrente com sinos, que fazem barulho enquanto ele caminha, e um feixe de varas feitas de galhos de árvores, que ele usa para punir crianças desobedientes. Segundo a lenda, as crianças que não se comportam durante o ano são levadas pelo Krampus em um saco ou cesto para o submundo, onde podem ser devoradas ou sofrer outras punições terríveis.



O nome "Krampus" deriva da palavra alemã "Krampen", que significa "garra", reforçando sua imagem como uma criatura que agarra e pune. Sua origem está ligada a tradições pagãs pré-cristãs, que foram posteriormente incorporadas às celebrações do Natal cristão. Na noite de 5 de dezembro, conhecida como "Krampusnacht" (Noite do Krampus), ele desfila pelas ruas junto com São Nicolau, assustando as pessoas e lembrando-as das consequências de más ações.


A figura do Krampus ganhou popularidade global nos últimos anos, aparecendo em filmes, séries de TV e eventos culturais. Apesar de sua natureza assustadora, ele é visto por muitos como uma adição divertida e intrigante ao folclore natalino, representando o equilíbrio entre o bem e o mal, a recompensa e a punição.

terça-feira, dezembro 23, 2025

JACK THE RIPPER (1959)


JACK THE RIPPER
Autor: Stuart James
Editora: Monarch Books (35 cents)
Chamada no topo:

(“Um épico arrepiante de um assassino diabólico obcecado pelo impulso de mutilar e destruir mulheres de virtude fácil”)


 ASSASSINATO SEM LIMITES

Lá embaixo, no Salão de Música de Burnett, Anne Ford observava, enfeitiçada, enquanto um rufião sorridente enfiava a mão pela frente do vestido de sua parceira…

No andar de cima, Hazel estava sendo brutalmente estuprada por um dos “cavalheiros” frequentadores… No quarto ao lado, Margaret estava sendo possuída — mas não à força… Do lado de fora, um marinheiro negociava os encantos de uma prostituta gasta pelo uso…

Na esquina, JACK, O ESTRIPADOR, espiava a névoa rodopiante, pronto para mais uma investida contra as rameiras e prostitutas de Londres. Com 29 assassinatos atrás de si, toda mulher temia ser o próximo alvo desse assassino diabólico, que atacava com um bisturi afiado como navalha e deixava suas vítimas abertas como peixes em algum canto escuro.

Sobre o filme:

“Eu vi JACK, O ESTRIPADOR, de Joe Levine. Não é para crianças nem mesmo para beatniks. Estes últimos podem ficar tão assustados que acabem indo trabalhar!” — HEDDA HOPPER

Uma cena dramática de JACK, O ESTRIPADOR, uma apresentação cinematográfica de Joseph E. Levine.
Veja o filme — leia o livro!

Publicado por
MONARCH BOOKS, INC.

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Esse texto é um exemplo cristalino da retórica sensacionalista das novelizações e paperbacks exploitation dos anos 1950, especialmente aquelas ligadas a filmes de terror “adultos” ou de apelo controverso.

Alguns pontos centrais:

1. Exploitation sexual explícita

O texto não apenas sugere violência sexual — ele a descreve de forma direta e deliberadamente chocante. O uso de termos como “brutally raped”, “being had—but not by force” e “streetwalker” cria uma gradação moral perversa que explora fantasias e medos masculinos, algo muito típico do pulp americano pré-Código mais rígido.
Isso não é mero pano de fundo narrativo: é o principal atrativo comercial.

2. Jack, o Estripador como marca

Jack não é tratado como mistério histórico, mas como marca de horror serial, quase um supervilão urbano. A menção a “29 murders behind him” ignora precisão histórica e reforça o mito hiperbólico. O foco está menos no terror psicológico e mais no sadismo gráfico (“gutted like fish”).

3. Moralismo hipócrita

Embora descreva prostituição e violência com deleite, o texto mantém um verniz moralizante: as vítimas são “harlots”, “prostitutes”, “streetwalker”. Isso cria a velha lógica exploitation: choque + punição moral, muito comum no cinema e na literatura popular da época.

4. Marketing cruzado agressivo

O trecho “See the picture—Read the book!” explicita a estratégia de sinergia industrial entre cinema independente e mercado editorial barato. Joseph E. Levine foi mestre nisso, vendendo escândalo como espetáculo cultural proibido.

5. Legitimação pela imprensa conservadora

A citação de Hedda Hopper não é casual. Ela funciona como selo paradoxal: se até uma colunista moralista se chocou, então o produto é “forte”, “adulto” e, portanto, desejável. É o medo vendido como entretenimento.

6. Importância histórica

Esse tipo de material antecipa:

  • o giallo italiano em sua exploração erótica da violência,

  • o slasher enquanto narrativa de corpos punidos,

  • e a transição do terror clássico para um terror urbano, sexualizado e cruel, que vai explodir nos anos 60 e 70.



O Manual de Verbos que Educou Gerações

Encontrei  aqui em casa mais uma reliquia da educação brasileira do século 20: a 28ª edição do manual "Verbos Portugueses e Rudimentos de Análise Léxica", publicado nos anos 1980 pela editora Dinah Silva, de Campos dos Goytacazes (RJ). Mais que um livro, é um testemunho da cultura escolar de uma era.



o manual traz:

  • Conjugações verbais completas (do "eu amo" ao "eles amarão")

  • Análise léxica detalhada (radicais, sufixos, formação de palavras)

  • Selo de aprovação do Conselho Superior de Instrução (antecessor do MEC)

Seu autor, Professor Viveiros de Vasconcelos, era figura respeitada: catedrático do Liceu de Humanidades e ex-diretor do "Colégio Viveiros" – instituição que provavelmente pertencia à sua família.


Uma Editora que Era Universo

Dinah Silva não era só editora: funcionava como "armarinho, livraria e papelaria". Seu catálogo incluía:
✅ Manuais didáticos
✅ Grinaldas de biscuit (sim, grinaldas!)
✅ Artigos escolares e serviços de encadernação

Seu endereço na Rua Barão de Cotegipe, 78 (centro de Campos/RJ) e o telefone "41E do Rio" revelam um modelo de negócios típico do interior: multifuncional e adaptado às demandas locais.


A Luta Contra a Pirataria



Um detalhe fascinante:

"Serão reputados falsos todos os exemplares não rubricados e numerados pelo editor"

Isso não era paranoia. Manuais populares como este eram alvo constante de falsificação – prova de seu valor pedagógico e alcance.


Por Que Este Livro Importa?

1. Peça Arqueológica da Educação

Com 28 edições (!!), formou gerações de estudantes quando não existiam apps de conjugação verbal.

2. Retrato do Brasil Profundo

Editoras como a Dinah Silva sustentavam a educação em cidades do interior sem verbas governamentais, vendendo de livros a artigos de costura.

3. Sobrevivente de uma Era

O prefixo telefônico "41E" (sistema da TELERJ dos anos 1970-80) 


Como Identificar um Original

Procure:

  • 🔖 Rubrica e numeração da editora

  • 🏛️ Carimbo de aprovação do Conselho Superior de Instrução

  • ✒️ Logotipo "DS" (provavelmente entrelaçado)



O nome da rua homenageia o Barão de Cotegipe, político do Império que aboliu a escravidão no Amazonas antes da Lei Áurea. Uma ironia? O livro foi impresso em Campos – cidade que foi epicentro do ciclo do açúcar com mão de obra escravizada.


segunda-feira, dezembro 22, 2025

King Kong em Maringá


 

O Homem Invisível (1897), de H.G. Wells,







"O estranho chegou no início de fevereiro, num dia glacial, enfrentando um vento cortante e uma neve que caía forte — o último nevão do ano —, vindo da estação de Bramblehurst, carregando uma pequena valise preta com as mãos enluvadas. Estava envolto em roupas dos pés à cabeça, e a aba de seu chapéu de feltro escondia seu rosto, exceto a ponta brilhante do nariz; a neve acumulara-se sobre seus ombros e peito, acrescentando um branco adicional à carga que carregava. Cambaleou até o Coach and Horses mais morto que vivo e atirou a valise no chão. 'Uma lareira', gritou, 'pelo amor da humanidade! Um quarto e uma lareira!'"

Esse trecho marca a misteriosa chegada do protagonista, Griffin, à estalagem Coach and Horses, já totalmente coberto, sugerindo seu segredo: a invisibilidade.

domingo, dezembro 21, 2025

A Incrível Máquina de Sonhos dos Anos 1920


Encontrei um verdadeiro baú do tesouro da cultura impressa brasileira: publicações originais da Empreza de Publicações Modernas, que revelam como se formava o imaginário coletivo nos anos 1920. Prepare-se para uma viagem no tempo!



A Fábrica de Sonhos da Avenida Henrique Valladares



No número 145 desta avenida carioca, funcionava um dos empreendimentos editoriais mais fascinantes do Brasil pré-moderno. A Empreza de Publicações Modernas (note o Z arcaico em "Empreza") produzia:

📖 Revistas de luxo como "Pelo Mundo..." (com cromos colecionáveis e papel couché)
🕵️ Folhetins seriados como "Proezas de Gatuno" (aventuras completas por apenas 500 réis)
🎨 Almanaques infantis ("O Juquinha", cheio de jogos e histórias ilustradas)

E o mais incrível? Tudo saía do mesmo endereço!



Preços que Contam Histórias

Em 1924, enquanto um operário ganhava cerca de 1$000 (mil-réis) por dia, os preços eram:

ProdutoNa CapitalNos Estados
Fascículo Gatuno500 réis700 réis
Almanaque O Juquinha4$5004$500
Revista Pelo Mundo...2$5002$520

A diferença de preço para outros estados revela o custo do transporte nas ferrovias da Primeira República.


O Paradoxo das Páginas Amarelas

O que mais choca é a convivência de conteúdos aparentemente incompatíveis:

Para crianças:

  • Contos de gatinhos ("Totó e a Aranha")

  • Jogos educativos ("Círculo da Bola")

  • Páginas coloridas de Natal

Para adultos:

  • O relato chocante do assassinato da família Romanov

  • Folhetins como "O Mercador de Mulheres"

  • Aventuras criminosas de "Rafles, o Gatuno"

Era uma época em que não havia filtros etários - tudo circulava junto!


Técnicas de Venda que Aprendemos Hoje

A editora foi pioneira em estratégias que usamos até hoje:

🎯 Edições limitadas ("Compre agora para não ficar sem!")
🖋️ Combate à pirataria (exigia rubricas nos originais)
🌈 Cores como diferencial (anunciava com orgulho as "páginas duplas a cores")
🎁 Conteúdo interativo (ensinava a desenhar em quadrados)


Um Retrato do Brasil em Transformação

Essas publicações revelam:

  • euforia modernizante pós-Exposição do Centenário (1922)

  • surgimento da infância como fase lúdica (nos almanaques)

  • mistura típica brasileira de erudição e popular


Curiosidades que Valem Ouro

  • O endereço na Av. Henrique Valladares era o Silicon Valley das editoras nos anos 1920

  • A grafia "Empreza" e "summario" mostra o português pré-Reforma Ortográfica

  • Os "cromos hors texte" (ilustrações soltas) eram os NFTs da época - colecionáveis valiosos!

"Variedades e curiosidades" (Relato histórico)

(Do fascículo da Empreza de Publicações Modernas, anos 1920)

SERÃO REMORSOS?

Em uma clínica de Berlim, onde são tratadas as doenças nervosas, acha-se o antigo commissário bolchevista, Yakoleff. Esse obscuro operario relojoeiro entrou tristemente para a história supprimindo pelas próprias mãos toda a família imperial russa.

Yakoleff conta, a quem quer ouvi-lo, com voz lúgubre e sem timbre, como se desempenhou da horrenda tarefa. Entrou no quarto onde o tzar astava preso com a imperatriz, o txarevitch enfermo e as grã-duquezas, tirando do bolso um papel, leu, para que Nicolao II o ouvisse, o julgamento do «conselho de guerra», que o condemnou, com toda a família à pena capital.

Depois do que, abriu a porta e fez entrar seis soldados que, immediatamente, abriram fogo contra a família imperial.

O tzar e o filho foram mortos immediatamente. A imperatriz que rezava, de joelhos, não havia sido attingida. Yakoleff matou-a pelas costas, com um tiro certeiro na nuca. A grã-duqueza Taciana, que ficara apenas desmaiada, voltou a si e quiz levantar-se; mas, foi crivada de golpes de baionetas; o mesmo sucedeu com as outras princesas.

Yakoleff está em tratamento de perturbações cerebraes e sofre de alincinações.


TEXTO 2: Almanaque "O Juquinha" (1924)

(Anúncio editorial)

Almanach d'"O JUQUINHA" para 1924 - (3° anno)

Damos a seguir um rápido summario duma parte das paginas de que consta, este lindo almanach.

Lindas historias illustradas 2,3 e 4 paginas: — O bom rel Plouck e os pinguins, O filho dos comprechicos, O gato vaidoso? O Dr. Chabert, O oraculo, Um cão intelligente, O gato debotas e Laurita, A mensageira dos cantões, As corajosas mentiras de Pedro; A lenda do pavão, Braduitar o manhoso, Margarida e Lua, etc., etc.

Lindas histórias illustradas a córea: — Margarida Medrosa festeja o seu anniversário. O estrangema dos ratinhos, Totó no seu alfanate, A queda dos dois ratinhos, Noite de Natura, Aventuras de Toto, Negrito e Manceas, Aventuras de Mutte e Jetí, Varias paginas; As alegrias do dia de Natal, A tigela mysteriosa, Uma boa lição, Um exemplo a imitar, No mundo das ratazanas, Totó e a aranha, As catastrophes do dia de Natal, Durante as ferias de verão, Amor! Lindo sonho da mocidade, Conselhos a um menino, O Natal e suas alegrias, Fifi, Zeze e os pequenos maus, Uma boa peça, O auxilio de todos, e muitas outras lindas paginas a cores de piantaia.

LINDISGIMAS PAGINAS DUPLAS A CORES: — Como Totó foi à parada real, Os nossos bonecos (2) etc.

Jogos muito interessantes: — O círculo dos números, O jogo das sementes, O "passa-bola"; O círculo da bola, Os nomes de folhas, O jogo da multiplicação, etc., etc.

Ensinando a desenhar: — Desenho em quadrados, Como se aprende a desenhar, Como se desenham lindos quadros, Para aprender a desenhar, etc., etc.

Papináis forma e de cortar: — Margarida Medrosa festeja seu anniversário nos nossos bonecos (duas paginas duplas) etc.

Muitas paginas illustradas, engraçadíssimas, contendo entre outras cousas Interessantes, jogos, paciencias, anecdotas, conselhos, variedades etc.

Um grande e belo volume solidamente carbonado, 45000 na Capital e 45000 nos Estados. Comprem-no immediatamente para não se arriscerem a ficar sem elle, porque se vae exegutar rapidamente.

Pedidos acompanhados das respectivas importância em vale postal ou cartas com valor declarado á


EMPREZA DE PUBLICAÇÕES MODERNAS
*4.5. Avenida Henrique Valladares, 14.5*
RIO DE JANEIRO


sábado, dezembro 20, 2025

Grandes Naufrágios - Thresher,



O navio americano Thresher, que entrou ao serviço em 1961, ficou nos anais dos submarinos nucleares como um dos primeiros do mundo e orgulho da Marinha dos Estados Unidos. No início de abril de 1963, quando se preparava para realizar uma série de viagens experimentais, mergulhou em grandes profundidades, no mar, ao largo da costa de New Hampshire, e não voltou à superfície. Nenhuma explicação imediata foi encontrada.

Investigações subsequentes revelaram que, possivelmente, um tubo de água salgada tinha rebentado, inundando o submarino e condenando-o a afundar cada vez mais, até ser esmagado pela pressão a uma profundidade de 1.400 m. Mesmo que os homens do Thresher tivessem sobrevivido, não poderiam ter sido salvos. Na análise seguinte, com um navio de salvamento, foi detetado um sinal vindo do fundo, à profundidade de 4.000 m. A essa altura, um novo equipamento de busca desceu ao local, mas não conseguiu encontrar o Thresher. Após meses de busca, a Marinha requisitou um batiscafo. A 9/13, a equipe de busca encontrou uma parte do navio, mas os corpos não puderam, porém, ser retirados.

A imprensa foi mantida em silêncio, mas especulou-se que o navio estava testando um equipamento experimental que falhou, ou que teria havido uma pequena explosão a bordo. As investigações oficiais nunca foram inteiramente concluídas, levando muitos a pensar que foi lavado um segredo militar das profundezas. Seja o que for que tenha acontecido ao Thresher e à sua tripulação de 129 homens, perderam-se no mar.


Análise:

1. Terror das Profundezas Modernas

  • Aqui temos um caso que une a sofisticação tecnológica com o mesmo destino sombrio que assombra velhos galeões: o mar engolindo tudo.

  • A diferença é que, agora, o inimigo pode ser um vazamento milimétrico ou um circuito falho — horrores microscópicos que condenam vidas em segundos.

2. Segredos e silêncio militar

  • O controle da informação, o sigilo da Marinha e o uso de “equipamentos experimentais” criam um clima de conspiração. Parece um enredo de Tom Clancy ou um episódio de Arquivo X submarino.

3. A simbologia do colapso

  • Um dos submarinos mais avançados do mundo é destruído por algo tão banal quanto um tubo de água salgada — é uma metáfora do orgulho afundado, da arrogância da engenharia frente às forças da natureza e da falibilidade humana.



sexta-feira, dezembro 19, 2025

Carlos Castaneda

 Somente como um guerreiro é possível sobreviver no caminho do conhecimento. Porque a arte do guerreiro é contrabalançar o terror de ser um homem com a maravilha de ser um homem.


– Don Juan, segundo “Journey to Ixtlan”, de Carlos Castaneda

quinta-feira, dezembro 18, 2025

Kitsault: A Cidade-Fantasma Canadense


Kitsault é uma cidade abandonada localizada na província da Colúmbia Britânica, Canadá, em uma região remota cercada por fiordes e montanhas. Sua história é um fascinante exemplo de como o boom e o colapso de indústrias podem criar cidades fantasmas quase da noite para o dia.



História e Origem

  • Fundação (1979-1980): Kitsault foi construída pela empresa BC Molybdenum Ltd. para abrigar trabalhadores de uma mina de molibdênio, um metal valioso usado em ligas metálicas.

  • Infraestrutura Moderna: A cidade foi planejada para ser autossuficiente, com casas modernas, um shopping center, hospital, teatro, piscina e até um centro recreativo – tudo para atrair famílias de mineiros.

  • Abandono (1982): Apenas 18 meses após sua inauguração, o preço do molibdênio despencou no mercado global, tornando a mina inviável. A cidade foi evacuada em poucos dias, deixando tudo para trás.



Kitsault Hoje: Uma Cápsula do Tempo

  • Preservação Estranhamente Intacta: Ao contrário de muitas cidades fantasmas, Kitsault não foi saqueada ou deteriorada. As casas ainda têm móveis, os prédios públicos estão como em 1982, e até equipamentos hospitalares permanecem no lugar.

  • Proprietário Privado: Em 2005, o empresário indo-canadense Krishnan Suthanthiran comprou Kitsault por $5,7 milhões com planos de revitalização (como um resort ou centro de pesquisa), mas nada se concretizou.

  • Acesso Restrito: A cidade é vigiada e fechada ao público, mas documentários e reportagens ocasionais conseguem acesso.



Por que Kitsault é Fascinante?

  • Um "Pompeia Moderna": Congelada no tempo, parece que os residentes simplesmente evaporaram.

  • Lenda Urbana: Dizem que ainda há luzes acesas à noite e sons estranhos, embora isso seja atribuído a geradores automáticos.

  • Símbolo do "Boom e Bust": Uma metáfora da dependência econômica em commodities voláteis.



Turismo?

Não é uma atração aberta, mas há tours esporádicos autorizados. A maioria das imagens vem de drones ou visitas com permissão especial.

Curiosidade: Kitsault foi usada como locação para cenas do filme The Age of Adaline (2015).