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| Capa da antológica revista Recreio de 1970 |
"Marcelo era um menino esperto.
Um dia ele perguntou pro pai:
— Pai, por que é que ‘cadeira’ se chama ‘cadeira’?
O pai pensou, pensou e disse:
— Porque sim.
Marcelo não gostou da resposta.
— ‘Porque sim’ não é resposta!
— Então é porque todo mundo chama — disse o pai.
Marcelo pensou, pensou e disse:
— Mas quem foi que começou a chamar?
O pai pensou, pensou e disse:
— Sei lá, Marcelo, isso foi há tanto tempo...
— Então eu vou chamar do meu jeito! — decidiu Marcelo."
Nessa passagem, Marcelo questiona a origem das palavras e decide criar seus próprios nomes para as coisas (como chamar "cadeira" de "martelo"), mostrando sua criatividade e espírito questionador — traços marcantes do personagem. O livro todo brinca com a linguagem e a lógica infantil, tornando-se um clássico da literatura infanto-juvenil brasileira.
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