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quinta-feira, julho 03, 2025

Vídeo, a máquina do ano... nos EUA

 Vídeo, a máquina do ano... nos EUA

Texto publicado na revista Manchete sobre o mercado de home vídeo no Brasil no ano de 1984 quando as fitas VHS ilegais ainda dominavam as vídeo locadoras. 




The Magic Box That Is Creating A Video Revolutio

Nos EUA, o vídeo foi capa da Time. No Brasil, ainda está marcando passo.

Foi o ano da celebração formal do polêmico acordo entre o Concine e os videoclubes e locadoras, visando à legalização do mercado de vídeo no Brasil. Mas o acordo adentra 85 sem ter pegado, ainda. Os grandes produtores norte-americanos (que estimam o potencial do mercado brasileiro em cerca de 25 milhões de dólares por ano) até agora não lançaram aqui nenhum título legalizado, alegando que não podem se arriscar enquanto os atuais acervos de fitas indevidamente copiadas não forem espontaneamente enxugados pelos videoclubes. Estes argumentam, com lógica, que não podem limpar suas prateleiras enquanto não houver cópias legais para substituir as piratas.

Por isso, na prática, salvo algumas blitzen isoladas, tudo ficou mais ou menos como dantes. O videomaníaco continuou podendo levar para casa quase tudo o que saiu na matriz, com legendas em português e tudo. O quase é porque em 84 nossos videomaníacos — cada vez mais numerosos — continuaram dando preferência aos filmes que já viram ou podiam ter visto nos cinemas, como os best-sellers arroz-de-festa tipo Flashdance e Footloose.

O consumidor médio, evidentemente, ainda não tem interesse ou informações suficientes para fazer de seu vídeo uma espécie de circuito alternativo para filmes sem apelo comercial que não nos chegam via exibição cinematográfica. Um exemplo da safra 84 dessas pérolas desconhecidas é Reuben, Reuben, a tragicomédia de um poeta inglês (o excepcional Tom Conti, de Furyo), um adorável angry-young man nos EUA dos anos 80.

De qualquer forma, o vídeo, para o brasileiro, em 84, ainda foi lazer puro. E não será em 85 — tudo indica — que ele se tornará também um veículo utilitário, como já ocorre nos Estados Unidos, onde mereceu a capa do último Time. Lá, em 84, ao lado de dezenas de títulos ensinando, por exemplo, a jogar golfe ou preparar comida congelada, foi lançado com razoável sucesso um cassete para entreter cães indóceis...

Celso Arnaldo Araújo


Os mais pedidos do ano

  1. Scarface

  2. Footloose / Ritmo Louco

  3. Silkwood / Retrato de uma Coragem

  4. War Games / Jogos de Guerra

  5. Sophie’s Choice / A Escolha de Sofia

  6. Les Uns et les Autres / Retratos da Vida

  7. Never Say Never Again / Nunca Mais Outra Vez

  8. Saturday Night Fever / Os Embalos de Sábado à Noite

  9. Octopussy

  10. Sudden Impact / Impacto Fulminante

Videoclubes consultados:
RJ: Alpha Video Clube, Video Shack Clube, Video Clube Nacional e Video Clube do Brasil.
SP: Video Home Service, VidiEx, Video Arts e Video Power

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