H.P. Lovecraft (1890-1937), mestre do horror cósmico, cuja obra explora a insignificância humana diante de entidades cósmicas inefáveis
Trecho de "O Chamado de Cthulhu" (1926):
*"Foi quando a estrela se alinhou, e os sacerdotes trouxeram o Grande Cthulhu de sua tumba para ensinar novos cultos aos homens... Por um tempo, Ele libertou-se e vagou à vontade. Mas quando as estrelas deixaram de estar certas, Ele não pôde viver. Ainda assim, enquanto a cidade de R'lyeh afundava sob as ondas, Ele jurou: 'Não está morto o que pode eterno jazer, e com eras estranhas até a morte pode morrer.'"
Este trecho introduz o conceito lovecraftiano de "horror cósmico" — Cthulhu não é um monstro, mas um deus adormecido cuja mera existência torna a humanidade irrelevante. A cidade submersa de R'lyeh (com geometrias não-euclidianas) simboliza o conhecimento que corrompe.
"Nas Montanhas da Loucura" (1931):
"Os cadáveres dos exploradores estavam desmontados... como se algo tivesse os desarranjado e recomposto de maneiras que desafiavam a anatomia. Um deles sorria, e seus dentes eram os do velho Lake — mas os olhos eram daquela coisa que ele encontrara no gelo."
Nesta obra-prima, cientistas na Antártida descobrem ruínas de uma civilização pré-humana (os Elder Things), só para serem caçados por criaturas que desafiam as leis da biologia. O trecho exemplifica o horror lovecraftiano: a violação das leis naturais.
Terror Cósmico: Humanos são insignificantes diante de deuses como Azathoth ("o Sultão Caótico do Universo").
Narrativa Documental: Uso de diários, relatórios científicos e manuscritos antigos para criar verossimilhança.
Mitos de Cthulhu: Panteão de entidades como Nyarlathotep (o "Caos Rastejante") e Yog-Sothoth ("A Chave e o Portão").
"A Cor que Caiu do Espaço" (1927):
"Era uma cor viva. Não era água, nem gelo, nem pedra... mas algo que fluía e pulsava sob a terra, contaminando as plantações. Os animais nascidos ali tinham olhos que brilhavam no escuro — e os Wells começaram a ouvir vozes vindas do poço."
Impacto:
Lovecraft antecipa temas ecológicos ao descrever uma "cor" alienígena que envenena a natureza. O horror vem do desconhecido que se infiltra no cotidiano.
Lovecraft odiava o mar, mas criou monstros abissais como Dagon e Cthulhu.
O Necronomicon (livro fictício) aparece em 18 de suas histórias.
Frases como "Não é morto o que pode eterno jazer" e "A mais antiga e forte emoção humana é o medo" resumem sua filosofia.
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