"Longa Jornada Noite Adentro" (Long Day's Journey Into Night, 1956), obra-prima autobiográfica de Eugene O'Neill, ganhadora do Prêmio Pulitzer
Trecho (Mary Tyrone, mergulhando no vício e na negação):
"Então, de repente, eu estava tão sozinha... Tão terrivelmente sozinha. E tudo o que eu queria era escapar. Esquecer... E então comecei a tomar o remédio outra vez... Você se lembra, Jamie? Mas agora não me importo. Porque agora ele me leva de volta para um tempo em que eu era feliz..."
(Ato IV — Último monólogo de Mary)
Mary, a mãe da família Tyrone, recai no vício de morfina enquanto a família desmorona ao seu redor. Seu monólogo revela a dor de uma vida marcada por solidão, arrependimento e ilusões perdidas.
James Tyrone, o pai, sobre fracasso
"Nada além de um velho ator decrépito, interpretando um papel ridículo num palco miserável! E você pensa que eu não sei que desperdicei meu talento? Que vendi minha alma por segurança?"
(Ato III — Explosão de James contra o filho Edmund)
A peça expõe os ciclos de culpa, vício e autoengano em uma família disfuncional, onde cada personagem é prisioneiro de seus fantasmas.
Autobiografia cruel: O'Neill escreveu a peça como um "exorcismo" de seus traumas familiares (só publicada postumamente).
Estrutura claustrofóbica: A ação se passa em um único dia, enquanto a noite (e o vício) consomem os personagens.
Temas universais: Vício, doença, arte vs. comercialismo, e a impossibilidade de fuga do passado.
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