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quarta-feira, julho 16, 2025

O Retrato de Dorian Gray"

 O Retrato de Dorian Gray" (The Picture of Dorian Gray, 1890), a obra-prima decadentista de Oscar Wilde que explora beleza, moralidade e a duplicidade humana:


Trecho (Prefácio - O Manifesto Estético de Wilde):

"Não existem livros morais ou imorais. Livros são bem escritos ou mal escritos. Isso é tudo. [...] Todo arte é ao mesmo tempo superfície e símbolo. Aqueles que mergulham abaixo da superfície fazem-no por sua própria conta e risco."


Este prefácio, adicionado após a polêmica inicial, serve como defesa da arte pela arte — atacando os críticos vitorianos que acusaram o livro de "imoral".


O Pacto de Dorian

"Se fosse eu quem permanecesse jovem, e o retrato envelhecesse! Por isso — por isso — eu daria tudo! Sim, não há nada no mundo que eu não daria! Daria até minha alma!"
(Capítulo 2 — O desejo fatal)


Neste momento crucial, Dorian expressa seu desejo egoísta que amarra seu destino ao retrato pintado por Basil Hallward. A partir daí, o quadro absorverá todos os vestígios de seus vícios e envelhecimento.


A Corrupção de Dorian

"O retrato seria para ele o espelho de sua consciência. Ele veria sua própria degradação. E no entanto continuaria... Pois era a própria perversidade que agora o atraía — a perversidade e o prazer mais sombrio de saber-se duplo."
(Capítulo 11 — A transformação interna)



  1. Culto à Beleza: Dorian idolatra a juventude como valor supremo, refletindo o movimento estético do século XIX.

  2. Dualidade Humana: O retrato funciona como "alma" visível, enquanto Dorian mantém aparência imaculada.

  3. Hedonismo vs. Moralidade: Lord Henry Wotton incentiva Dorian a buscar prazeres sem limites, levando-o à ruína.


O Retrato Revelado

"O rosto no quadro estava irreconhecível — uma coisa horrível, viscosa, com sorriso hipócrita. As mãos estavam vermelhas... Era sangue? Dorian sentiu nojo de si mesmo, mas não podia deixar de admirar a crueldade daquela imagem."
(Capítulo 20 — O clímax)


A descrição grotesca do retrato corrompido contrasta com a beleza intacta de Dorian, simbolizando o preço do pecado não confessado.



  • O livro foi usado como prova contra Wilde no julgamento por "indecência" (homossexualidade) em 1895.

  • A frase "Todo assassinato é vulgar, como tudo o que é vulgar" foi citada como evidência de sua "depravação".

  • Dorian Gray nunca envelhece, mas Wilde morreu prematuramente aos 46 anos, arruinado pelo escândalo.


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