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terça-feira, agosto 10, 2010

Mário Quintana

Dorme, ruazinha... É tudo escuro
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos...
Dorme... Não há ladrões, eu te asseguro...
Nem de guardas para acaso persegui-los...
Na noite, alta, como sobre um muro
Às estrelinhas cantam como grilos...
O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão...
Dorme, ruazinha... Não há nada...
Só os meus passos... mas tão leves são,
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração.

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