Petrópolis tem táxi a rodo. Pegamos o primeiro da fila. Um Uno 2004, mas parecia meio derrubado.
O taxista papagaio acabou de entrar no serviço Disse que ficaria com o carro até as oito da manhã; que prefere trabalhar de noite e dormir de dia. Atende o celular. Uma garota quer uma corrida até o bairro Siméria, do outro lado da cidade. Papagaio diz que estará lá em vinte minutos. Reclama que a Siméria tem várias ladeiras. Ou várias curvas, sei lá. Vai primeiro deixar um casal nos “Binje” (pronuncia peculiar para quem não sabe pronunciar o germânico “ Bingen”).
Chegamos nos "Binje".
Petrópolis é uma cidade formada por ladeiras. Íngremes. A rua Mario Tapajós não seria diferente. Nós sabíamos disso. O Papagaio também. O derrubado Fiat Uno 2004, não.
Subimos 100 metros. O carro parou. Papagaio desce com o carro. “É pra dar embalo”, explicou. Descemos novamente.
Agora o sábio motorista resolve subir em zigue-zague para dar “impulso”. Descemos.
Mas agora vai. Papagaio acredita. Nós não. E o Uno desiste. Descemos. O cheiro de queimado é evidente. Lá se foi a embreagem. Papagaio disfarça. 'Isso é bem feito para o patrão, pois tá na hora de trocar de carro'.
Achamos melhor ficar por ali. Faltavam apenas uns 200 metros de ladeira. Dava pra subir tranquilo, mesmo de noite. Pagamos apenas 10 reais e fomos escalar o pico da Montanha Mário Tapajós.
E quase sem folego, chegamos na casa da Dona Dica.
Olhando para ladeira abaixo, Ana finaliza:
“Tudo bem que a gente queria jantar na casa da minha tia, mas tinha que trazer o táxi?”.
As ladeiras típicas da cidade serrana não são pra qualquer |
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