NOS ACOMPANHE TAMBÉM :

NOS ACOMPANHE TAMBÉM :

terça-feira, maio 24, 2011

José Kléber


Passagem de ano - 2003 para 2004 - Paraty, Estado do Rio. Vespera de Ano Novo. Passeava pela histórica cidade quando observei um grupo de musicos muito animados : Você já viu uma latinha de Skol virar caracol?
Adorei a canção, mas na minha cabeça só ficou o refrão. Mais tarde descobri que o verso era do poeta paratiense José Kléber. Ainda estou atrás da música, mas feliz em saber quem é o autor. Ele foi um artista completo : musico, ator , artista plastico... Aliás, mais um patrimônio de Paraty. Perseguido pela ditadura, resolveu ficar em Paraty, sua terra natal, até ser assassinado em 1989. Enquanto não encontro a música, vou transformando latinhas em caracol.

Quando a sonhar me vejo na cidade
A bela adormecida ao pé do mar
E bebo a tarde e sinto a madrugada
E a noite de permeio é só luar.
É sol e mar, é praia e serenata
São pedras ladrilhando a minha rua
O mar passeia solitário na calçada
Espelhando a lua cheia
nos beirais e nas sacadas!
Vida! Como é boa para a gente viver
Amo! Como é bom a gente amar aqui
Na praça, no cais, na praia...
Tudo isso é Paraty É Paraty, é Paraty



Sobre José KleberJosé Kleber Martins Cruz nasceu em 1932 na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro. Após passar parte da infância e juventude em outras cidades, formou-se advogado e voltou a Paraty, ocupando por algum tempo a função de promotor público.
Em 1964, com a instalação do governo militar, José Kleber foi perseguido por suas ideias. Desiludido com a política, abriu um bar em Paraty, chamado Valhacouto, tornando-se um boêmio inveterado, o que lhe proporcionou encontros com grandes nomes da literatura, do cinema e das artes plásticas que frequentavam a cidade na época. Desses encontros nasceu seu primeiro livro de poemas, “Praia do Sono”, em que destaca a bucólica Paraty que conheceu.
Participou de diversos filmes rodados na cidade, quase todos em sua fazenda na Itatinga, e contracenou até com a atriz Leila Diniz. Por um tempo afastou-se da vida urbana e passou a morar na fazenda, onde reunia os amigos e os “loucos” da época do “faça amor, não faça guerra” e “sexo, drogas e rock and roll”.
De acordo com o historiador paratiense Diuner Mello, José Kleber era fã dos poetas portugueses José Régio e Fernando Pessoa, escrevia poemas e músicas. “O hino extraoficial da Cidade é de sua autoria. Nos carnavais ainda se executam suas marchas-rancho, conhecidas por todos”, conta. Em 1989, José Kleber foi assassinado por um posseiro que se instalou em sua fazenda.

2 comentários :

Bulga disse...

Nossa! Há anos esperava um contato! Esse refrão me marcou muito! Vou conferir no Youtube. Muito obrigado, muito obrigado mesmo! E parabéns!
Grande abraço!!

@seuoliva disse...

Praia do Sono - Poesia
José Kleber

www.medium.com/@josekleberparaty