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quinta-feira, maio 19, 2011

A Exilada


Pearl S. Buck

(...)
"E acrescentava, com muita simplicidade:
– Sherman dizia que a guerra era como o inferno. E ele agora deve saber se é assim ou não, porque já deve estar no inferno há uns bons anos.
Ou então dizia:
– Ninguém na minha família era partidário da escravatura. Éramos tão inimigos da escravidão quanto Lincoln. Éramos americanos, e não podíamos admitir que houvesse
escravos na América, e menos ainda apoiar tal fato. Mas não era aquela a boa maneira de libertar os escravos : deixá-los abandonados, aos bandos. Depois da guerra não nos atrevíamos a andar por
longe de casa, e nós não tínhamos muitos negros na nossa zona. Lembro-me que o mano Cornelius teve que entrar na Ku-Klux-Klan, para se garantir de qualquer agressão dos escravos libertos.
Outras vezes ela desatava subitamente a rir, e ria até que os olhos se lhe enchessem de lágrimas."

BUCK, Pearl. A Exilada. Rio de Janeiro, Editora Delta, 1966, pág. 93

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