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quinta-feira, maio 26, 2011

Julgamento no Paraná- O Caso Evandro

 Evandro Ramos Caetano, 6, desapareceu em Guaratuba (PR) em 6 de abril de 1992
Um das duas mulheres acusadas de mandar matar uma criança de seis anos, em 1992, em Guaratuba, no litoral do Paraná, vai ser julgada, pela segunda vez, nesta sexta-feira, . Ela é suspeita de encomendar um ritual de magia negra, que exigia o sacrifício de uma criança, para obter - segundo o Ministério Público do Paraná, fortuna e sucesso político.  O caso será acompanhado pela imprensa de todo o país.
Entenda o caso
O menino Evandro Ramos Caetano, 6, desapareceu em Guaratuba (PR) em 6 de abril de 1992, a caminho da escola.
Seu corpo foi encontrado em um matagal cinco dias depois, com cortes na cabeça, tórax e abdômen, os dedos e o coração arrancados e a cabeça raspada. Ele foi morto por asfixia e estrangulamento.
A polícia do Paraná prendeu, em 1º de julho de 1992, sete pessoas acusadas de envolvimento na morte do garoto -entre elas, a filha e a mulher do então prefeito da cidade, Aldo Abagge (PTB), Beatriz e Celina Cordeiro Abagge.
O pai-de-santo Oswaldo Marcineiro, também foi preso e, segundo a polícia, ele confessou ter matado o menino Evandro a mando da mulher e da filha do prefeito.
Beatriz e Celina confessaram, segundo mostra uma fita de vídeo divulgada pela polícia na época, que pagaram a Marcineiro para que o menino fosse sacrificado para que não faltassem dinheiro, justiça e saúde aos Abagge.
Depois, elas afirmaram que haviam sido torturadas para confessar o crime.
Foram presos ainda Davi dos Santos e Vicente de Paula Ferreira, que eram assistentes de Marcineiro no Centro Espírita Beneficente e Filantrópico Abassa Deoe, em Guaratuba, e os assessores do prefeito Airton Bardelli e Francisco Cristofolini.
A associação do crime com suposto ritual de magia negra causou comoção na população de Guaratuba, que, revoltada, chegou a depredar a casa do prefeito e a prefeitura por sete horas.
A polícia encontrou um caderno com cerca de 400 nomes de pessoas que encomendariam "trabalhos" a Marcineiro.
A polícia chegou a levantar a hipótese de que existiria uma rede de rituais satânicos no país com ligações na Argentina.
Em agosto de 92, o prefeito foi cassado. Ele morreu em dezembro de 95, em Curitiba.
A mulher e filha do prefeito deixaram a penitenciária de Piraquara (PR) para cumprirem prisão domiciliar em abril de 96 por decisão do Superior Tribunal de Justiça.




CRONOLOGIA

6.abr.92 - Evandro Ramos Caetano, 7, desaparece enquanto vai à escola, em Guaratuba.
11.abr.92 - Um corpo de criança é encontrado mutilado em um matagal. Ademir Caetano, pai de Evandro, reconhece o corpo como sendo o de seu filho
9.jun.92 - O engenheiro Diógenes da Silva Filho denuncia Celina e Beatriz Abagge ao Ministério Público como as responsáveis pela morte de Evandro em suposto ritual de magia negra
1.jul.92 - A P2, serviço secreto da PM, prende Oswaldo Marcineiro e Davi dos Santos, que confessam a participação de Celina e Beatriz no crime, como mandantes da morte de Evandro
2.jul.92 - A juíza Anésia Kowalski, da comarca de Guaratuba, decreta a prisão de Celina e Beatriz.
3.jul.92 - O prefeito de Guaratuba, Aldo Abagge, marido de Celina, pede licença do cargo sob pressão da opinião pública. Airton Bardelli, Sérgio Cristofolini e Vicente de Paula Ferreira são presos em Guaratuba.
14.jul.92 - O inquérito policial é concluído. Celina, Beatriz e os cinco indiciados são acusados pelos crimes de sequestro, cárcere privado, homicídio e ocultação de cadáver.
4.ago.92 - A Câmara Municipal de Guaratuba cassa o mandato de Aldo Abagge.
11.dez.92 - Testes de DNA mostram que os restos mortais encontrados no matagal são de Evandro.
9.jun.93 - Celina e Beatriz dizem que foram torturadas por policiais para admitir a autoria do crime.
13.set.93 - O Ministério Público pede a condenação dos sete acusados.
25.nov.93 - A juíza Anésia Kowalski, da comarca de Guaratuba, decide mandar os acusados a júri popular.
2.abr.96 - Celina e Beatriz deixam a cadeia e passam a aguardar o julgamento em prisão domiciliar.
18.set.96 - O Supremo Tribunal de Justiça concede prisão domiciliar aos outros acusados.
10.mar.98 - Começa o julgamento de Oswaldo Marcineiro, Vicente de Paula Ferreira e Davi dos Santos Soares no Fórum de São José dos Pinhais. Um jurado passa mal. O julgamento é adiado.
23.mar.98 - Começa o julgamento de Celina e Beatriz, no Fórum de São José dos Pinhais.
26.abr.98 - Celina e Beatriz são absolvidas pelo júri popular -por quatro votos a favor e três contra, e cinco a favor e dois contra, respectivamente. A promotoria anuncia que deverá recorrer.

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