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terça-feira, agosto 26, 2025

Hair (1979), de Miloš Forman



Hair, dirigido pelo cineasta tcheco-americano Miloš Forman, é uma adaptação cinematográfica do musical homônimo de 1967, que se tornou um símbolo da contracultura dos anos 1960. O filme captura o espírito de uma geração marcada pelo movimento hippie, pela resistência à Guerra do Vietnã e pela busca por liberdade e paz. A obra mistura elementos de musical clássico com uma narrativa crítica e emocional, resultando em um retrato vibrante e nostálgico de uma era revolucionária.

Contexto e Temática

O filme acompanha Claude Hooper Bukowski (John Savage), um jovem ingênuo do interior que chega a Nova York e se envolve com um grupo de hippies liderados por George Berger (Treat Williams). A trama explora temas como:

  • Rebeldia e Liberdade: Os personagens desafiam convenções sociais, celebrando a vida em comunidade, o amor livre e a rejeição ao materialismo.

  • Guerra e Resistência: A sombra do alistamento militar e da Guerra do Vietnã paira sobre a narrativa, culminando em uma crítica contundente ao conflito.

  • Conflito Geracional: A geração mais velha é retratada como conservadora e alienada, enquanto os jovens buscam um mundo mais justo e igualitário.

Direção e Estilo

Forman, conhecido por Um Estranho no Ninho (1975) e Amadeus (1984), traz sua sensibilidade humanista ao filme, equilibrando o tom lúdico do musical com uma abordagem realista. Destaques:

  • Coreografia e Musicalidade: As sequências musicais, coreografadas por Twyla Tharp, misturam dança espontânea e teatralidade, refletindo a energia caótica da época.

  • Locais Reais: As filmagens em Nova York e Washington, D.C., dão autenticidade ao retrato da contracultura urbana.

  • Tom Nostálgico e Crítico: Forman não romantiza o movimento hippie, mas também não o ridiculariza. Ele mostra tanto a euforia quanto as contradições daquela geração.

Atuações e Personagens

  • Treat Williams como Berger rouba a cena com seu carisma e energia, representando o espírito livre e anárquico dos hippies.

  • John Savage traz uma vulnerabilidade comovente ao seu personagem, Claude, simbolizando a juventude ingênua diante das brutalidades do mundo adulto.

  • Beverly D’Angelo, como a debutante Sheila, representa a ponte entre os dois mundos—o convencional e o revolucionário.


Hair é uma obra que transcende sua época, funcionando tanto como um tributo emocionante aos anos 1960 quanto como um alerta sobre os perigos do conformismo e da violência institucional. Forman consegue transformar um musical teatral em um filme cinematográfico, mantendo o espírito rebelde da peça original enquanto aprofunda seu impacto emocional e político. Para quem viveu a época, é uma viagem nostálgica; para as novas gerações, um convite à reflexão sobre liberdade e resistência.

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