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domingo, novembro 14, 2010

Guerra Peixe, um petropolitano



César Guerra-Peixe (Petrópolis, 18 de março de 1914 — Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1993)
Filho de imigrantes portugueses de origem cigana, aos 9 anos já tocava violão, bandolim, violino e piano. Viajava muito com a família pelo interior do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, assistindo freqüentemente a grupos folclóricos, o que marcou muito sua infância. Estudou violino com o professor Gao Omacht, na Escola de Música Santa Cecília, e teve aulas particulares de violino e piano com Paulina d’Ambrósio. Com apenas cinco anos de estudo, obteve a medalha de ouro oferecida pela Associação Petropolitana de Letras. Após prestar concurso para ingressar na Escola Nacional de Música, obtendo o primeiro lugar, Guerra Peixe transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde, para sobreviver, passou a trabalhar como músico em orquestras de salão que tocavam em confeitarias e bares, além de integrar um trio alemão que se apresentava na Taberna da Glória. Na Escola de Música, fez os cursos de harmonia elementar, com Arnaud Gouveia, e de conjunto de câmara, com Orlando Frederico. Nesta época, começou a trabalhar como arranjador para alguns cantores e gravadoras. Depois de ler Ensaio sobre a Música Brasileira, de Mário de Andrade, Guerra Peixe mudou seu conceito de composição. "Depois de ter lido Mário, comecei a compor com mais consciência…". Em 1943, ingressou no Escola Nacional de Música, para se aperfeiçoar em contraponto, fuga e composição, tornando-se o primeiro aluno a concluir o curso de composição do Conservatório.
Guerra Peixe compôs trilhas para os filmes Terra É sempre Terra e O Canto do Mar, sendo premiado em 1953 como melhor autor de música de cinema.
Também realizou trabalhos no campo da música popular brasileira, fazendo arranjos sinfônicos para músicas de Chico Buarque, Luiz Gonzaga e Tom Jobim.
Integrou a Orquestra Sinfônica Nacional como violonista e dedicou-se à carreira de professor, dando aulas de composição na Escola de Música Villa-Lobos, e de orquestração e composição, na Universidade Federal de Minas Gerais. Ali, durante toda a década de 1980 até a sua morte, Guerra-Peixe formou um grupo de músicos que ficou conhecido então como "Escola Mineira de Composição" e que reunia os nomes de Gilberto Carvalho, Nélson Salomé, Lucas Raposo, João Francisco de Paula Gelape, Sérgio Canedo, Marden Maluf, Alina Paixão Sidney, Clarisse Mourão, Felix Down Gonzalez e Dino Nugent Cole, entre outros. Nélson Salomé, talvez o discípulo mais diretamente ligado ao mestre, prepara o lançamento, para 2009, de um livro sobre o período.
Na sua fase de maturidade artística, compôs Tributo a Portinari, confirmando seu incomparável domínio de orquestração. Poucos compositores conseguiram, como ele, atingir uma versatilidade e uma admirável concisão de linguagem, buscando na simplicidade a sua arma mais eficaz. (Fonte: Wikipédia)

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