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terça-feira, novembro 10, 2009

Poesia premiada


Michele Mitsuy Tangi, aluna do 5º ano do curso de Letras Português-Francês da Universidade Estadual de Maringá, foi a primeira colocada na categoria adulto do XIX Prêmio Moutonnée de Poesia, promovido pela Prefeitura de Salto/SP. Concorreram mais de 1,2 mil trabalhos. Além do troféu, Tangi recebeu R$ 1,5 mil. A poesia vencedora, D’Outros Mares, fala de descobertas íntimas.
A autora tem antologias publicadas pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores em vários volumes desde 2004. Diz que a produção poética intensificou-se a partir de seu ingresso no curso da UEM. Outro gênero preferido é a narrativa. O próximo projeto é seguir a carreira acadêmica. Pretende inscrever-se no mestrado da UEM ou da Unesp/Assis na área de literatura. (Fonte: UEM/ASC – RK – 10/11/09)


D’outros mares
Chica du Valle

 Marisa Corrêa Silva



MOTE

Nau plácida e reluzente
Que segredos esconde n’olhos tão ausentes?

Naufraga pura e cintilante
E bela, e louca, e perdida
A nau inda que tardia
Entre ondas traiçoeiras.
Para mais se espantar,
A face insiste em entregar
Sinais exatos de falência.

Nau plácida e reluzente
Que segredos esconde n’olhos tão ausentes?

Posta a se queixar na imensidão desconhecida
Nua e crua pr’a seu deslumbramento
Põe nas ondas Ideal destino
Em céus tempestuosos, Real tormento.
Invadindo proa, íntimo transtornado
Suga das brumas verdadeiro fardo
Sucumbe em voz arestosa, solidão aguda.

Nau plácida e reluzente
Que segredos esconde n’olhos tão ausentes?

Perdida em eixo transcendente
Busca em mim tu’alma reincidente
Ancora caravela muda.
Insistente na procura destemida
Anda a remar n’outras marinhas
Baixa fronte, levanta covardia
Mar traiçoeiro, cais permanente...

Nau plácida e reluzente
Que segredos esconde n’olhos tão ausentes?
         




Um comentário :

Casi Isac disse...

Será que os termos seguintes condizem com a norma gramatical atual?


n’olhos
tu’alma
n’outras


A poesia metrificada me parece uma poesia escreva a um contexto,
tolhida de liberdade de expressão – a poesia quer ser livre! Sem dizer
do cacoete das rimas que faz supor uma redundância sonora.