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terça-feira, junho 09, 2009

A história da água em Maringá

 


Pesquisando nos meus arquivos durante a produção do programete Ruas da História (Radio CBN Maringá), descobri esse material com Antonio Marin Filho, pioneiro no fornecimento de água encanada à população de Maringá. Achei interessante a história, pois justamente agora se debate o fim da concessão do serviço da Sanepar.
Marin tinha 77 anos em 1997, quando foi entrevistado para o projeto Maringá 50 anos, do jornal O Diário. Na entrevista, ele conta um pouco da história da água na cidade. Marin era natural de Pitangueira (SP), casado com Bruna, tinha oito filhos, vinte e seis netos e oito bisnetos. Ele chegou em Maringá no dia 4 de agosto de 1943, aos 23 anos, para trabalhar no sítio que seu pai Antonio havia comprado em 1939. Marin morreu em 11 de setembro de 2001.

"Como todo pioneiro que chegava em Maringá, um dos maiores problemas era falta de água potável na cidade. Muitos tinham saudades da água encanada nas residências. Foi daí que surgiu a idéia de criar um meio para atender a população. Então instalei uma\empresa de de perfuração de poços artesianos. Em terreno na Zona 4 (Avenida Humaitá 254) fui perfurando diversos poços e ao mesmo tempo, iniciei o encanamento até as residências. Todos estavam contentes. Em pouco tempo estava atendendo as Zonas 1, 4 e 5, com com fornecimento direto com água mineral. No ano de 1960, já estava com 21 poços funcionando.. Em média, eles tinham 12 metros de profundidade, jorrando 40.000 litros/hora. Cada proprietário pagava pelo produto 800 reis por mês. A água também chegava às obras do Hospital Santa Rita. do Colégio Marista e outras pequenas construções”
"Ao mesmo tempo em que eu procurava sanar o problema da população, políticos se movimentavam com a campanha do próximo prefeito de Maringá. Eleito o promotor João Paulino Vieira Filho, este dava início a uma empresa municipal para tratar da situação da água em toda a cidade, fundando a Codemar, tão logo começou o serviço municipal. Marco Antonio foi indicado para ocupar o caro de diretor da Codemar. Paulino muito influente na área do judiciário conseguiu uma autorização junto a Justiça, impedindo meu fornecimento de água à população. A medida foi tão impiedosa qu uma corporação policial (por ordem de Paulino e Marco Antonio), veio até minha empresa, armados com carabinas c mostrando a ordem do Juiz. O confronto foi inevitável. Eles com carabina e nós com canos de vassoura. Como a luta era desigual, as autoridades entraram na empresa e jogaram 20 litros de óleo nos poços. Para impedir fornecimento da água, tambem meteram picaretas nos canos das ruas. Ainda inconformados, no dia seguinte o mesmo grupo jogou mais 50 litros de óleo, acabando de vez com minhas instalações e nem sequer indenizaram pelo prejuízo que tive. Até hoje ninguém falou mais em repor este montante mais uma vez os poderosos venceram. Como as coisas são engraçadas, alguns anos mais tarde, o mesmo prefeito João Paulino deu de mão beijada, toda estrutura da Codemar para a Sanepar ", lamentou o pioneiro.
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