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segunda-feira, setembro 01, 2008

JACK KEROUAC


(...)
"Velha e escurecida Chicago, com seus tipos esquisitos, metade do Leste, metade do Oeste, e seu jeito estranho – podem ser vistos cuspindo no chão a caminho das fábricas. Na lanchonete Dean passou o tempo inteiro alisando a barriga e observando tudo que se desenrolava em volta. Quis puxar conversa com uma negra estranha, de meia-idade, que entrou no bar contando uma história triste – tinha uns pãezinhos, mas não tinha dinheiro, será que lhe dariam um pouco de manteiga? Não deram, e ela, que entrara rebolando as cadeiras, saiu balançando o rabo. "Uhn!", fez Dean. "Vamos segui-la, vamos levá-la pro Cadillac, lá no beco. Faremos uma festa!"Mas deixamos pra lá e fomos direto para a North Clark, depois de uma volta no Loop, para curtir as boates e ouvir bop . E que noite foi essa! "Oh, homem", disse-me Dean enquanto estávamos na frente do bar, "vê quanta vida fluindo pela rua, esses tipos enigmáticos do bairro chinês de Chicago. Que cidade estranha – uau, e aquela mulher debruçada na janela lá em cima, com as tetonas quase saindo fora do roupão, olhando pra rua com olhões bem abertos. Ufa, Sal, temos que continuar até chegarmos lá."
"Chegarmos onde, homem?"
"Não sei, mas temos que ir."
(...)


Crédito: KEROUAC, Jack. On the road/Pé na estrada. São Paulo, Editora Brasiliense, 1984, pág. 250

Jack Kerouac

3 comentários :

Luiz Modesto disse...

E no fim das contas, onde pretendiam chegar estes rapazes? Nada mais agradável que sair sem rumo, olhando a noite e participando pontualmente de seu conjunto...
Abraço, meu caro

Anônimo disse...

Editora Brasiliense, uhuuuuuuu

Anônimo disse...

Graaaaaande Jack!! Grande Dean Moriart (Neal Cassady). Esses caras souberam viver. Pena que morreram de forma triste.