italiana.
O livro que contava suas aventuras vendia como se fosse bombom.
Pinóquio tinha sido criado pelo carpinteiro Gepeto, que tinha sido criado pelo escritor
Carlo Collodi. Assim que Gepeto fez as mãos, mãos de pinho, o boneco sumiu com a sua
peruca, deixando em evidência sua cabeça calva. E assim que fez as pernas, Pinóquio se
mandou correndo e o denunciou para a polícia.
Collodi já estava farto dos descalabros desse insuportável mequetrefe, quando decidiu
enforcá-lo, e o deixou pendurado num galho de azinheiro.
Mas pouco depois, forçado pelas crianças da Itália inteira, não teve outro remédio a não
ser ressuscitá-lo; e esse foi o seu segundo nascimento.
O terceiro nascimento levou mais uns tantos anos. Em 1940, Walt Disney o batizou em
Hollywood. Pinóquio emergiu de uma geleia de mel e de lágrimas, e voltou à vida,
milagrosamente bonzinho.
(Eduardo Galeano em "O Filho dos Dias")
Pinocchio - ilustração de Alice Carsey, publicado pela editora Whitman, 1916 |
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