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sábado, abril 09, 2011

15 de julho de 1976

Ah, meus doze anos! Estava na casa de de minha irma, no bairro Bingen, Petrópolis. Época do nascimento da sobrinha Ana Claudia. Brincávamos na rua quando deu nove horas da noite. Todos queriam ver o tal do Uri Geller na Globo.
Foi um show ao vivo para 14 milhões e meio  de telespectadores em 15 de julho de 1976. O parapsicólogo Uri Geller prometia consertar , telepaticamente, relógios e entortar talheres. É claro que lá eu estava com uma colher na mão. Ao meu lado, parentes, vizinhos e coleguinhas , crianças e adultos, todos com talheres na mão acreditando que aquela noite entraria para a história da parapsicologia brasileira. Um telespectador de Porto Alegre ligou pra Globo afirmando que o ventilador, mesmo desligado, pegou fogo e derreteu.
Uma dona de casa foi pessoalmente ao Anhembi, local onde Geller estava, para mostrar uma sacola com objetos entortados mentalmente pela filha de oito anos.
Naquela noite, tambem entortei minha colher. Todos os meus amigos tambem fizeram a tal proeza. Com a mão.
É logico que ninguem naquela casa do Bingen entortaria algumas coisa. Mas acreditávamos que podíamos. Naquela época, até os adultos eram inocentes.
Anos mais tarde, um diretor do Departamento de Física da Universidade de Tel Aviv, afirmou que Uri Geller usava um líquido (halóide metálico) que, em contato com o metal, fazia o objeto ficar mole e quebrar.
Nunca acreditei na afirmação de do diretor da Universidade de Tel Aviv. Também posso dizer que não acredito em Uri Geller. Mas acredito até hoje naquela noite mágica e tão divertida de 15 de julho de 1976. Jamais consegui quebrar colheres. Hoje só quebro pensamentos. Com palavras.

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