Percival de Sousa: A armadilha do "foca"
Percival de Sousa, o melhor repórter policial de São Paulo, tinha duas marcas: pregava a Bíblia e era o terror dos novatos ("focas"). Em 1969, ele enviou Randau Marques (hoje especialista em ecologia, mas na época um iniciante) para apurar um crime fictício: um tenente do Exército teria matado a esposa.
Randau chegou à delegacia, onde um policial já combinara tudo com Percival:
— "Vim apurar o crime de um tenente que matou a mulher."
O delegado fingiu espanto:
— "Quer repetir?"
Randau repetiu. O policial então disparou:
— "Só dois grupos sabem disso: o Exército e os terroristas. Do Exército, o senhor não é. Então..."
Randau gritou: "Sou do Jornal da Tarde*!"*
Não adiantou. Sem credencial (por ser novo), ficou quase duas horas preso...
(Revista da Comunicação 1986)
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