O Sultana percorria regularmente o rio Mississipi, fazendo carreiras entre Nova Orleães e St. Louis e recebendo passageiros e carga, com exceção de um pequeno número de soldados. Em Abril de 1865, pouco após o fim da Guerra Civil, o Sultana estava lotado de prisioneiros libertados, anteriormente mantidos nos campos de Andersonville e Cahaba, que estavam a regressar para casa. A maioria era do centro-oeste dos EUA e a Guerra tinha-lhes oferecido poucos triunfos, que tivessem finalmente justificado os sacrifícios suportados.
O vapor podia transportar 376 passageiros, mas levava a bordo um número estimado de 2.300 prisioneiros. Embora o número exato nunca tenha sido determinado, é certo que o navio estava perigosamente sobrecarregado. Após uma pequena escala em Vicksburg, o Sultana prosseguiu, a 24 de Abril, a sua viagem em direção ao Norte. À medida que se aproximava de Memphis, Tennessee, uma repentina explosão de uma das suas caldeiras destruiu toda a seção central do navio. Os sobreviventes saltavam para o rio Mississipi, procedendo a uma fuga desesperada. Os fogos alastraram mais vagarosamente, mas violentamente.
Desconhece-se até hoje o que provocou a explosão, mas supõe-se que se tratou de uma fenda numa caldeira já danificada, que se propagou rapidamente. No dia seguinte, o navio desaparecera por completo e os corpos começaram a ser arrastados até à costa. O número oficial de vítimas é de 1.538, total que faz do Sultana a maior calamidade fluvial da história americana.
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O desastre do Sultana ocorreu em abril de 1865, apenas dias após o fim oficial da Guerra Civil Americana (com a rendição do general Lee em 9 de abril).
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A bordo estavam milhares de prisioneiros de guerra recém-libertados, muitos deles em estado de saúde precário após meses ou anos de cativeiro.
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A pressa em levá-los de volta para casa, somada à corrupção e à negligência de oficiais que lucravam com o transporte de soldados, culminou no maior desastre fluvial dos EUA — ironicamente ofuscado pela recente morte de Abraham Lincoln.
A Tragédia
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O Sultana era um vapor com capacidade para 376 passageiros, mas levava a bordo mais de 2.300 pessoas — um número absurdo, que excedia seis vezes o limite seguro.
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A explosão de uma das caldeiras, possivelmente causada por reparos malfeitos ou desgaste extremo, destruiu o centro da embarcação.
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O incêndio e o afundamento foram rápidos, e a maioria das vítimas morreu afogada no rio Mississippi ou queimada nas chamas.
Consequências e Memória
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Apesar da dimensão da tragédia (1.538 mortos), o desastre foi pouco noticiado na época, pois dividia as manchetes com o assassinato de Lincoln (14 de abril de 1865).
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O Sultana permanece como um símbolo de negligência institucional e das falhas na gestão da reintegração dos veteranos após a guerra.
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Até hoje, muitos dos corpos jamais foram identificados. O naufrágio marcou a maior perda de vidas em um desastre fluvial da história dos EUA.
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