A Copa dos meus sonhos tem Garrincha, tem Mathaus, tem Gullit e Platini;
A Copa dos meus sonhos tem a graça do passe de conta, a picardia do drible de ponta e só gol de gente que apronta;
A Copa dos meus sonhos tem chutes de todas as cores: branco, vermelho e laranja, mar azul de Maradona, verdes pés de Nílton Santos;
A Copa dos meus sonhos tem cheiro de grama fresca nos passos de artilheiro, lua cheia nas mãos de Yashin;
Na Copa dos meus sonhos a bola encobre o goleiro, arco-íris deitando sem pressa nas malhas do coração;
A Copa dos meus sonhos é a dança serpentina de Milla, veludo feitiço nos dribles de Mané;
A Copa dos meus sonhos tem bola que chora e transpira, bola de primeira e dividida. Bola sonsa de Didi, bola santa de Pelé;
A Copa dos meus sonhos só não tem bola que sangra;
A Copa dos meus sonhos tem gazeta no colégio, tem hino e papel picado e delírios de bandeiras no templo da fantasia;
A Copa dos meus sonhos tem súplica e desespero, esperança e blasfêmia pelos quatro cantos do mundo;
A Copa dos meus sonhos são todas as copas que vi e todas que ainda verei no indizível caminho da bola, que não tem começo e não haverá de ter fim.
Armando Nogueira
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