Análise da Tragédia de 13 de Novembro de 1971
Uma colisão fatal envolvendo um carro de passeio e um caminhão deixou cinco mortos e chocou a cidade de Petrópolis.
Fontes: Diário de Petrópolis, Tribuna de Petrópolis e fragmentos de jornais da época
1. Resumo do Acidente
Data e local
Veículos envolvidos
Um automóvel
Volkswagen Variant, placa BA-3433, dirigido por
José Jackie Loureiro, transportava cinco pessoas. O outro veículo era um caminhão basculante, placa GB-GC-6186, cujo motorista fugiu após a colisão.
Vítimas
Todos os ocupantes da Variant morreram carbonizados no local:
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José Jackie Loureiro (45 anos, bancário)
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José Jackie Júnior (11 anos, filho de José)
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Maria Angélica “Gugu” Loureiro (8 anos, filha de José)
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Angelo Bulgarelli Netto (45 anos, bancário)
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Afonso Pereira Corrêa (47 anos, bancário e proprietário do carro)
2. Contexto da Tragédia
Retorno de uma pescaria
As vítimas voltavam de uma pescaria em
Muriqui, na região de
Mangaratiba, que havia sido interrompida por causa da chuva.
Sobreviventes por acaso
Maria do Socorro, esposa de José, e a filha Maria Amélia (12 anos), permaneceram em casa e não participaram da viagem. O bancário Lauro Silva também escapou da tragédia ao desistir de última hora.
3. Dinâmica do Acidente
Colisão e explosão
Testemunhas relataram que o caminhão trafegava em alta velocidade quando atingiu a Variant. Com o impacto, o carro tombou e explodiu em chamas, agravadas pelo tanque de gasolina.
Fuga e depoimento do motorista
O motorista do caminhão, identificado como Opertino, se apresentou à polícia posteriormente, alegando que não conseguiu evitar a colisão.
Cenas de horror
Os corpos ficaram irreconhecíveis e precisaram ser identificados pelo Instituto Médico-Legal (IML).
4. Repercussão e Consternação
Comoção em Petrópolis
As vítimas eram figuras conhecidas na sociedade petropolitana e todos funcionários do
Banco do Brasil, o que causou forte comoção entre colegas e moradores.
Cerimônias fúnebres
Cobertura da imprensa
Os jornais da época destacaram a tragédia com manchetes como “Cidade de Luto” e “Todos Mortos”. A cobertura enfatizou a dor das famílias, a imprudência nas estradas e a ausência de fiscalização efetiva.
5. Investigação e Responsabilidade
Imprudência ao volante
Testemunhas apontaram que o caminhão trafegava acima do limite de velocidade e não tomou medidas para evitar o choque.
Problemas burocráticos
A Variant ainda estava registrada em nome do ex-proprietário, João Reis, o que atrasou a identificação oficial do veículo e das vítimas.
6. Legado e Memória
Perfis das vítimas
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José Jackie Loureiro: bancário com 28 anos de serviço, recém-transferido para Petrópolis.
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Angelo Bulgarelli: funcionário com 22 anos de banco, deixou viúva e quatro filhos.
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Afonso Corrêa: antigo morador de Botafogo, bem conhecido na comunidade local.
Símbolo de insegurança viária
A tragédia escancarou as más condições da Estrada do Mendanha, já conhecida por acidentes frequentes.
Conclusão
A tragédia de 13 de novembro de 1971 evidenciou três pontos centrais:
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A precariedade das estradas brasileiras na década de 1970.
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O impacto social profundo de acidentes envolvendo famílias inteiras.
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A atuação da imprensa, que humanizou as vítimas e cobrou ações do poder público.
Dados incompletos sobre o destino do motorista sugerem que o caso pode ter ficado impune, um reflexo da lentidão judicial e da fragilidade do sistema de responsabilização na época.
Reações da Cidade
A cidade de Petrópolis entrou em luto. O Banco do Brasil emitiu comunicado oficial e organizou missas em homenagem aos funcionários. A Sociedade Coral Concórdia cancelou a festa “Mais Bela Bancária de Petrópolis”, remarcando o evento para dezembro.
Fontes Consultadas
Diário de Petrópolis (14/11/1971)
Tribuna de Petrópolis (1971)
Fragmentos de reportagens e depoimentos arquivados
“Era o destino implacável que traçara o rumo daquelas vidas.” — trecho de uma das matérias da época
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