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domingo, novembro 30, 2025

Eu sou humano (?)


 

Perdendo a cabeça

 Quando voce perde a cabeça na Avenida Brasil - Maringás PR




"Fama" estreia, borbulhando de vida: A longa, longa estrada

 "Fama" estreia, borbulhando de vida: A longa, longa estrada




Por Janet Maslin, 16 de maio de 1980

"Fama" é um filme alegre e extremamente divertido, dirigido por um homem cuja principal experiência como diretor foi a produção de comerciais, e por isso é mais feliz, mais sexy e um pouco mais animado que a vida. Isso não é problema, na maior parte do tempo; simplesmente faz de "Fama" um filme para ser apreciado e encarado com leveza. O elenco é repleto de estreantes brilhantes, a trilha sonora é enfaticamente otimista e a ação se move rapidamente de personagem para personagem, conectando diversas subtramas em rápida sucessão.

"Fama" só encontra problemas quando tenta se tornar melancólico. Alan Parker, seu diretor, parece saber tudo sobre como tornar seus personagens superficialmente atraentes e pouco sobre o que os motiva.

"Fama", que estreia hoje no teatro Ziegfeld, se passa na Escola de Artes Cênicas, onde acompanha um grande e desorganizado grupo de personagens desde suas primeiras audições até o dia da formatura. A sequência de audições que abre o filme dura quase meia hora e é espetacular, o melhor que "Fama" tem a oferecer. O Sr. Parker transita agilmente de um teste hilariante e arrepiante para outro, capturando as esperanças, as tolices e as promessas desses adolescentes. Uma garota passa em um teste de atuação interpretando o papel de O. J. Simpson enquanto ele esperava o elevador em "Inferno na Torre". Um garoto com um sotaque nova-iorquino impenetrável tropeça em "Romeu, por que és Romeu?" até que um professor de teatro, cansado, o avisa que está lendo o papel da garota. Um compositor iniciante chega para um teste musical com seis peças de um sintetizador e metade de sua família. O Sr. Parker torna tudo isso deliciosamente engraçado, e a música flui perfeitamente, sem perder o ritmo.

Os atores não são excepcionalmente bonitos, mas todos são fotografados com um estilo que os torna belos, tão próximos que parece que você pode tocá-los, e banhados por uma luz quente e ensolarada. Todo "Fama" se parece com isso; todo um anúncio da Coca-Cola se parece com isso também. Seja lá o que "Fama" esteja vendendo, vem na embalagem mais bonita e brilhante que o cinema já viu ultimamente.

Cada um dos dois filmes anteriores do Sr. Parker, "Bugsy Malone" e "O Expresso da Meia-Noite", tinha seu próprio senso de estilo avassalador. "Fama", que é de longe o trabalho de maior sucesso do Sr. Parker, tem uma qualidade comparativamente impenetrável, mas a superfície é tão lisa que o público simplesmente desliza enquanto o filme manipula suas vinhetas. Ralph (Barry Miller) às vezes imagina que é Freddie Prinze. Doris (Maureen Teefy) tem uma mãe de palco e uma ambição florescente. Coco (Irene Cara) deseja desesperadamente ser cantora, e seu talento é tão evidente que ela parece estar no caminho certo. Leroy (Gene Anthony Ray) é um dançarino de tirar o fôlego e o Don Juan da sala de aula, mas pode não conseguir terminar o ensino médio se não aprender a ler.

"Fama" passa por dezenas de personagens secundários, como a bela jovem professora (Debbie Allen) que quase desmaia na audição de Leroy, ou a professora mais severa e experiente (Anne Meara), cuja língua afiada e comportamento inabalável mantêm suas aulas na linha. A série também frequentemente se transforma em canções, em grandes interlúdios musicais barulhentos e estridentes, aos quais o Sr. Parker dá o seu melhor. Esses números nem sempre se encaixam no filme, mas ninguém parece se importar. "Hot Lunch", ambientado no refeitório da escola, é uma rotina à qual todos se entregam sem nenhuma espontaneidade particular — embora o estilo do filme tenha sido bastante naturalista até este ponto, e a visão de dezenas de dançarinos executando a coreografia de Louis Falco rompa completamente o clima.

Por fim, o Sr. Parker acaba pregando peças desnecessárias. Coco, que foi vista sentada em um Howard Johnson's na Times Square no início de seu primeiro ano, é abordada no mesmo restaurante, vários anos depois, por um francês falso, que tenta atraí-la para um filme pornográfico; ela teria que ser muito estúpida para cair nessa, mas a essa altura o filme está determinado a se tornar triste. Montgomerey (Paul McCrane) anuncia e lamenta sua homossexualidade, em um discurso tão autocompassivo que provocou vaias em uma exibição. Lisa (Laura Dean) parece pular na frente de um trem do metrô depois de ser repreendida por um professor — só que ela não pula, nem pensa em pular. Isso é apenas a ideia irônica do Sr. Parker.



sábado, novembro 29, 2025

As personagens de Fame / Fama 1980




(à esquerda) interpreta Ralph, um jovem porto-riquenho descolado que sonha em se tornar comediante. As angústias mentais que ele retrata em Fame tocaram-no pessoalmente. "A dor", ele diz, "faz parte da criação." Barry já atuou em Saturday Night Fever e em Voices, um filme ainda não lançado aqui.

(à direita) interpreta Bruno, um músico e compositor talentosíssimo, um personagem que poderia ter sido inspirado nele mesmo. Lee toca teclado em sua própria banda, a Eastpole. Ele estudou na Manhattan School of Music e foi recomendado ao escritório de elenco de Fame por um ex-professor.

(à esquerda) vive Doris, uma tímida garota judia do Brooklyn que aprende a se impor através da atuação. Maureen diz: "Me tornei atriz porque achei que tinha algo a dizer, uma contribuição a dar — e é exatamente isso que Doris descobre no filme." Maureen também apareceu em *1941*.

(à direita) interpreta Leroy, um jovem negro durão do gueto que quer se tornar dançarino. Ele carrega um enorme ressentimento e rejeita qualquer oferta de ajuda, especialmente de brancos. Gene dança desde criança e tem inúmeros prêmios, incluindo o de Melhor Dançarino Disco Masculino de 1972, da Roselang. Sua dança em Fame é um dos destaques musicais do filme.

(à direita) vive Montgomery, um estudante de teatro confuso e vulnerável que, através das aulas, aprende a enfrentar sua homossexualidade. "A maior luta do meu personagem é que ele está sozinho", diz Paul. "De muitas formas, muitos artistas estão." Paul canta uma música própria no filme, Is It Ok If I Call You Mine? Ele já atuou em palcos de Nova York e estreou no cinema em Rocky II.


interpreta Coco, uma cantora talentosa. No mundo do entretenimento desde a infância, Irene estreou na Broadway aos oito anos e já apresentou seu próprio programa de TV nos EUA. Seu personagem em Fame é extremamente ambicioso. "Ambição é essencial", diz Irene. "Pode atrapalhar, mas sem ela você não chega a lugar nenhum."

LAURA DEAN
interpreta Lisa, uma tagarela cujos sonhos superam seu talento como dançarina, fazendo com que ela seja reprovada na aula de dança. Na vida real, Laura era aluna da High School of Performing Arts, que serve de cenário para Fame, e foi escolhida para o filme enquanto estudava lá.

interpreta Hilary, uma bailarina rica e ambiciosa. Antes de Fame, ela foi bailarina principal na versão cinematográfica de Grease. Ela é membro do New York City Ballet e diz: "Fame mostra que, se você quer ser um artista, precisa abrir mão de tudo."


Sobre o filme Fame:
Dirigido por Alan ParkerFame é um drama ambientado na renomada High School of Performing Arts de Manhattan. O filme acompanha um grupo diversificado de jovens em busca de seus sonhos, destacando a necessidade de autoconfiança, determinação e perseverança. Com um elenco majoritariamente estreante, o filme combina sequências musicais vibrantes e histórias emocionantes, refletindo a dualidade da fama e do sucesso. A trilha sonora, lançada pela RSO Records, é um dos destaques. Fame é uma produção da MGM.


sexta-feira, novembro 28, 2025

Charlotte Observer, 20 de junho de 1980 - Crítica do filme Fame

 Resenha de Fame – Um Filme sobre Ambição

Por Catherine Chapin



"Fame" é uma experiência vibrante e juvenil, repleta de sonhadores inocentes cujas fantasias ainda estão frescas como vestidos de baile engomados meia hora antes do baile. A vida parece nova e promissora para os alunos da High School of the Performing Arts de Nova York, que se esforçam de todas as formas para alcançar o sucesso, ainda que ele pareça sempre fugidio.

A escola pulsa como um parque de diversões intelectual. Corpos jovens e ágeis enchem os corredores, e nas audições — uma das cinco partes que estruturam o filme — adolescentes exibem seus talentos, alguns brilhantes, outros desastrosos, diante de professores já cansados de tantas performances.

Os alunos se dedicam intensamente: pernas tremem sob a pressão da dança, bocas se contorcem com emoções recém-descobertas na atuação, e dedos deslizam suavemente sobre violinos. Todos estão lá com um único objetivo, mesmo que a escola também exija estudos acadêmicos: aprender a se tornar famosos.

A energia contagiante desses jovens — atores, dançarinos, cantores e músicos vindos das diversas comunidades étnicas de Nova York — dá ao filme urgência e eletricidade. Fame brilha especialmente durante as performances dos alunos. A dança nunca é monótona, mas uma explosão de movimento moderno e livre. O canto não se resume a escalas, mas a uma mensagem: "Preste atenção, estou me comunicando!" E a música não é medida em volume, mas em intensidade.

O elenco é formado por novatos, adolescentes talentosos e (ainda) anônimos. Destaque para Irene Cara como Coco, uma garota de voz aveludada e presença marcante, e Gene Anthony Ray como Leroy, um dançarino das ruas que entra na escola após ajudar outro aluno em uma audição.

Alan Parker, diretor de "Midnight Express", junta-se ao seleto grupo de cineastas britânicos que retratam os EUA melhor que muitos americanos (como Michael Apted, de "Coal Miner’s Daughter"). Parker capta o ritmo excêntrico de Nova York em cenas improvisadas de dança nas ruas, leituras dramáticas de aspirantes a ator e personagens urbanos mais peculiares que em qualquer outro lugar do país. Ele filma seus personagens com a intimidade e compaixão de um pai observando os filhos.

"Fame" combina o espetáculo dos musicais dos anos 1930 com as dores contemporâneas de artistas em busca do sucesso. É uma montagem criativa e energizante que prova que o cinema não precisa se limitar ao morbido e violento — ainda pode nos surpreender com sua vitalidade.


INFORMAÇÕES
"Fame" está em exibição no SouthPark. Ingressos:

  • Matinê: $1.50

  • Até 18h: $2.75

  • Após 18h: $3.75

CLASSIFICAÇÃO PARENTAL: R (Restrito) – Contém linguagem forte, violência e nudez feminina.

quinta-feira, novembro 27, 2025

Barão de Itararé

 Transcrição da matéria "Almanaque do Barão de Itararé"


Almanaque do Barão de Itararé

"Este mundo é redondo, mas está ficando chato. Nem tanto."

De hoje à noite em diante, ele ficará pelo menos mais engraçado, para os que se dispuserem a trocar NCz$ 420 por um dos 300 exemplares do Almanhaque (O Almanaque D'A Manha), publicado em 1955 pelo autor da frase, Aparício Torelly, o Barão de Itararé.

O almanaque, com projeto gráfico e produção executiva de José Mendes André e Sérgio Papi, está sendo lançado hoje, a partir das 20h, na Livraria Dazibao (Ipanema), na sua versão completa e original — até nos erros de português. Trata-se de um livro de luxo, em papel classique, com edição limitada a 1.000 exemplares (para o Rio, a editora Letra e Imagem reservou apenas 300), uma raridade para quem disputa a tapas, nos sebos, qualquer publicação d’A Manha, colocada no mercado por algum herdeiro de colecionadores.

Mas se o leitor é mais uma das vítimas da "elevação vertiginosa e cada vez mais incontrolada do custo de vida" — de que já falava o Barão num pequeno editorial do almanaque — pode sorrir amarelo e se conformar com a explicação de Aparício Torelly para a constante elevação de linguagem de seu jornal:

"...Sentimo-nos na obrigação moral de majorar o tratamento dispensado aos nossos ‘caros leitores’, que, daqui por diante, até novo tabelamento, serão chamados de ‘caríssimos’ leitores."


O Barão e Seu Legado

Aparício Fernando de Brinkerhoff Torelly — nascido no Rio Grande do Sul em 1895 — e que se denominou Barão por conta própria —, publicou três Almanhaques. Todos, em São Paulo, em parceria com o companheiro de pândegas e de imprensa, Andrés Guevara, um paraguaio que mudou a cara dos diários brasileiros (fez a reforma gráfica da Ultima Hora, de Samuel Wainer, em 1950).

primeiro almanaque foi publicado em 1949; o último no segundo semestre de 1955. O da edição em lançamento é o segundo, publicado no primeiro semestre de 1955 também.

"Eu só conhecia o Barão de Itararé através das piadas que meu pai contava. Mas ganhei do Zezinho Resende André o almanaque de 55. Fiquei impactado e resolvemos editar o livro", diz Sérgio Papi, que já tem planos para lançar o de 1949.

Almanhaque contém uma breve biografia de Aparício Torelly. Ele morreu solitário em 1971, no seu apartamento em Laranjeiras, estudando temas esotéricos — depois de uma vida agitada por casamentos infelizes, quatro filhos, diversas prisões durante o Estado Novo e uma rápida passagem pela Câmara do Distrito Federal, em 1947, como vereador do PCB.

O mais importante, porém, é que o livro traz, pela primeira vez na íntegra, uma obra do Barão de Itararé — já foi objeto de uma biografia do jornalista Cláudio Figueiredo e das Máximas e mínimas, de Afonso Félix.

"Procuramos mostrar o todo, com o que há de melhor e de pior", conclui Sérgio Papi, como já concluíra o próprio Barão, numa máxima de pé de página do almanaque:

"Todos gabam o vinho que bebo, mas não sabem dos tombos que tomo."

Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, também conhecido por Apporelly e pelo falso título de nobreza de Barão de Itararé (Rio Grande, 29 de janeiro de 1895 — Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1971),


quarta-feira, novembro 26, 2025

terça-feira, novembro 25, 2025

"A Má Notícia" (1897), de Belmiro de Almeida

"A Má Notícia" (1897), de Belmiro de Almeida, uma obra-prima do Realismo brasileiro:

Belmiro de Almeida (1858-1935), pintor, caricaturista e escultor brasileiro, transicionou do Academicismo para o Realismo com influências modernistas.

Período: Brasil do final do século XIX, marcado pela abolição da escravatura (1888) e pela Proclamação da República (1889), refletindo tensões sociais.

Movimento: Obra seminal do Realismo brasileiro, rompendo com temas idealizados para retratar a vida cotidiana e dramas humanos.

Seu tratamento psicológico e estética crua prenunciam elementos do Modernismo do século XX.


Acervo: Pertence ao Museu Nacional de Belas Artes (RJ) ou Pinacoteca de São Paulo (dependendo da fonte, mas frequentemente exposta em ambas).

Curiosidades

Belmiro era conhecido como "O Diabo Louro" pela irreverência de suas caricaturas críticas à elite.

A obra foi pintada em Paris, onde o artista absorveu influências de Courbet e Manet, mas manteve temática genuinamente brasileira.

"A Má Notícia" permanece como um testemunho pungente da capacidade da arte em traduzir angústias universais através de micro-histórias, consolidando Belmiro como pioneiro na renovação da pintura brasileira.



■101 DÁLMATAS — A GUERRA DOS DÁLMATAS

 Sexta-feira, 13 de janeiro de 1995



CINEMA ■101 DÁLMATAS — A GUERRA DOS DÁLMATAS Os anos remoçam um êxito de Walt Disney ELY AZEREDO Quase todos os desenhos assinados por Walt Disney ganham maior brilho com a passagem do tempo. Como “101 dálmatas — A guerra dos dálmatas”, de 1961, em relançamento (som remixado em Dolby), a partir de hoje, no Rio Sul 1 e Via Parque 5. A orquestração de talentos do estúdio originou um filme em que a simplicidade narrativa, a caracterização visual de cada um dos personagens e a inventiva da animação garantem um espetáculo apto a cativar espectadores de todas as idades. Irresistíveis os protagonistas dálmatas, Pongo e Perdita, que, em traços ou maneiras, assemelham-se aos donos. A narrativa é na voz de Pongo, que considera o compositor Roger seu “mascote”. O cachorro funciona como “autor” da trama que aproxima e leva ao casamento Roger e a charmosa Anita. Do passado estudantil de Anita surge a vilã — uma das melhores da filmografia disneyana — Cruella De Vil, que coleciona dálmatas porque sonha vestir (e lucrar muito) com casacos de pele dessa raça. Nasce aí a mescla de suspense e humor, que matiza o filme com tons de policial britânico. Um clássico.


segunda-feira, novembro 24, 2025

RIP Jimmy Cliff

mudwerks: (via The Harder They Come - Jimmy Cliff (1972):





(via The Harder They Come - Jimmy Cliff (1972)

O Naufrágio do Edmund Fitzgerald


 A balada narra a viagem final do  Edmund Fitzgerald  , quando ele sucumbiu a uma grande tempestade no final da temporada e afundou no Lago Superior, com a perda de todos os 29 tripulantes. 



Gordon Lightfoot einspirou-se em notícias que reuniu logo em seguida, particularmente em "O Mês Mais Cruel", publicado na  edição de 24 de novembro de 1975 da revista Newsweek  .A paixão de 's pela navegação nos Grandes Lagos está presente em todos os seus versos.

O single alcançou o primeiro lugar no Canadá, seu país natal, em 20 de novembro de 1976, apenas um ano após o desastre. Nos Estados Unidos, alcançou o primeiro lugar no  ranking da Cashbox  e o segundo lugar por duas semanas na  parada Billboard Hot 100.



Verso 1
A lenda vivia abaixo de Chippewa
No grande lago que eles chamavam Gitche Gumee
O lago, diz-se, nunca se entregou à morte
Quando os céus de Novembro se tornam sombrios
Com uma carga de minério de ferro, vinte e seis mil toneladas a mais
Do que o Edmund Fitzgerald pesava vazio
O bom navio e a tripulação eram como osso para ser mastigado
Quando os vendavais de Novembro vieram cedo 1.

Verso 2
O navio era o orgulho do lado Americano
Voltando de alguma fábrica no Wisconsin
Conforme os grandes cargueiros iam, ele era maior do que a maioria
Com a tripulação e o capitão com boa experiência
Concluindo alguns termos com um par de empresas siderúrgicas
Quando saíram totalmente carregados para Cleveland
E mais tarde naquela noite, quando o sino do navio tocou
Poderia ser o vento do norte que eles estavam sentindo? 1

Verso 3
O vento nos fios fez um som de bisbilhotar
E uma onda se quebrou sobre os trilhos
E todo homem sabia, assim como o capitão
Que era a bruxa de Novembro se aproximando
O amanhecer veio tarde e o café da manhã teve que esperar
Quando os vendavais de Novembro vieram cortando
Quando a tarde chegou, chovia congeladamente
Na face do furacão do vento do oeste 1

Verso 4
Quando a hora do jantar chegou, o velho cozinheiro veio ao convés dizendo:
"Homens, isso é muito duro para nos alimentar!"
Às sete da noite, a escotilha principal cedeu, ele disse:
"Homens, foi bom conhecer vocês!"
O capitão anunciou que havia água entrando
E o navio e a tripulação estavam em perigo
E tarde, naquela noite, quando suas luzes estavam fora de alcance
Houve o naufrágio do Edmund Fitzgerald 1

Verso 5
Alguém sabe para onde vai o amor de Deus
Quando as ondas transformam os minutos em horas?
As buscas diziam: "Teriam feito Whitefish Bay
Se eles colocassem mais quinze milhas atrás delas"
Eles poderiam ter se dividido, ou poderiam ter afundado
Podem ter se quebrado profundamente e engolidos pela água
E tudo o que restava eram os rostos e os nomes
Das esposas, dos filhos e das filhas 1

Verso 6
O Lago Huron rola, o Superior canta
Nas salas de sua mansão de água gelada
Old Michigan se evapora como os sonhos de um jovem
As ilhas e as baías são para os desportistas
E mais abaixo no Lago Ontario
Toma o que o Lago Erie pode enviar-lhe
E os barcos de ferro vão, como todos os marinheiros sabem
Com os vendavais de Novembro relembrados 1

Verso Final
Em um velho salão mofado em Detroit, eles rezaram
O sino da igreja soou vinte e nove vezes
Para cada homem no Edmund Fitzgerald
A lenda vivia abaixo de Chippewa
No grande lago que eles chamam Gitche Gumee
Superior, eles dizem, nunca se entregou à morte
Quando os vendavais de Novembro vieram cedo! 1

 A canção é uma balada épica que narra o naufrágio real do cargueiro SS Edmund Fitzgerald no Lago Superior em 10 de novembro de 1975, durante uma tempestade devastadora. A letra preserva a memória dos 29 marinheiros que morreram 

Elementos culturais:

"Gitche Gumee" é um termo derivado da língua ojibwe (Chippewa) para o Lago Superior, popularizado pelo poema The Song of Hiawatha.

A "bruxa de Novembro" refere-se às tempestades mortais que atingem os Grandes Lagos no final do outono 

Homenagem final: O sino que toca 29 vezes na Catedral dos Marinheiros em Detroit simboliza cada vida perdida, reforçando o tom de memorial da música 


AMITYVILLE, N.Y., 28 DE NOVEMBRO DE 1974

 TUDO EM FAMÍLIA



Dawn (acima, à esquerda) tinha 18 anos, Allison 13, enquanto os irmãos John e Mark (abaixo, à direita) tinham 9 e 11 anos na noite em que foram encontrados sem vida em suas próprias camas.

O horror de encontrar uma mãe e um pai e quatro dos filhos mortos parecia ainda pior quando a polícia revelou quem foi acusado pelo crime.

por KENNETH C. CROWE

Uma espessa névoa cinzenta se erguia do Great South Bay, avançando com uma quietude sombria, preenchendo as ruas e calçadas de Amityville Village, em Long Island. A família DeFeo se recolheu para sua última noite juntos. A pesada neblina empurrada contra as janelas apenas intensificava a sensação de isolamento dentro da casa colonial dos DeFeo, com vista para o canal de Amityville Creek.

Era uma casa onde a família parecia ter tudo o que a vida poderia oferecer — o conforto de uma casa sólida, roupas elegantes, refeições fartas, segurança econômica e estabilidade emocional. Mas havia também um sentimento de tensão silenciosa, profundamente enraizado na família DeFeo.

Os membros da família se deitaram naquela noite com o estômago cheio e uma sensação pesada no corpo, caindo em um sono profundo do qual jamais acordariam. Enquanto isso, fora da casa, ventos fortes dissipavam a neblina, revelando a silhueta sombria da residência dos DeFeo, um símbolo de uma infância aparentemente confortável.

Amityville é uma vila costeira com cerca de 10 mil habitantes, localizada na margem sul de Long Island, a cerca de 56 km da cidade de Nova York. Existe uma sensação de segurança confortável entre os moradores da vila, refletida nas casas elegantes e nos gramados bem cuidados. Ao leste, o som do Atlântico se aproxima, e ao sul, a vastidão do Great South Bay se estende em direção à famosa Fire Island e ao oceano.

Foi por volta das 18h30, em 13 de novembro de 1974, quando o ambiente tranquilo de um bar na Ocean Avenue, em Amityville, foi interrompido. Ronald J. DeFeo Jr. entrou correndo e gritou:

— "Acho que alguém atirou na minha família!"

Ele estava histérico, contou um dos clientes. "Foi horrível ver um jovem gritando daquele jeito, dizendo que alguém matou seu pai e sua mãe."

Mais tarde, a polícia levou Ronald DeFeo Jr. sob custódia, após encontrar os corpos do pai, da mãe e de quatro dos irmãos do jovem — todos assassinados em suas camas na casa da família na Ocean Avenue, de frente para o Amityville Creek. Enquanto os vizinhos permaneciam em silêncio...


domingo, novembro 23, 2025

RIP







Udo Kier


Martim Cererê


 

"Martim Cererê" (1928), do poeta modernista brasileiro Cassiano Ricardo. Essa obra é um dos grandes exemplos do nacionalismo mítico e da valorização das raízes culturais brasileiras na literatura modernista.


Trecho Selecionado (parte do poema):

"Martim Cererê,
neto das águas,
irmão da noite e do dia,
Martim Cererê,
tu que és o dono do vento,
o senhor dos segredos,
o pai dos mistérios,
vem cá, vem cá,
contar teus casos
à minha gente..."



    • Martim Cererê é uma criação poética de Cassiano Ricardo, um símbolo do Brasil mestiço, que une elementos indígenas, africanos e europeus.

    • Ele é descrito como um ser cósmico ("filho do Sol e da Lua"), ligado à natureza e aos ciclos da vida.


    • O poema mistura referências indígenas (Cererê lembra "Curupira" ou "Saci"), afro-brasileiras (elementos míticos) e universais (Sol, Lua, noite, dia

    • Diferente do ufanismo tradicional, Cassiano Ricardo busca um Brasil profundo, ligado às suas raízes mágicas e ancestrais.