Choveu o dias inteiro em Santiago. Faz frio e a previsao è de 3 graus negativos na quarta feira.
Hoje fomos a umas ruas populares, muito parecidas com as ruas da Alfandega, no centro do Rio. Alìas, atè o centro financeiro e parecido com o Rio. Destaque para o Cafe com piernas. Trata-se de um cafè onde as balconistas usam vestidos curtos, mostrando bem as pernas. Hà vàrios cafès com piernas no centro. O ambiente è atè sèrio, frequentado por senhores bem trajados. Estranho...
Manchetes dos jornais de hoje: El Mercurio destacou a grande campanha do Chile na Copa sub 20. O terceiro lugar aparece em todas as capas. Os noticiosos destacam os meninos chilenos, entrevistam os pais deles, a torcida, etc. Acho que essa selecao ainda vai desfilar em carro aberto pelas ruas da cidade. Por falar nisso, confesso que comprei uma camiseta da selecao chilena.
O El Mercurio destacou hoje uma pagina inteira sobre a crise no transporte aereo brasileiro. Jà ouvi por aqui que a tragèdia e toda crise aerea seria proposital, para destituir o Lula. Os chilenos sáo muito temerosos com essas situacoes pois jà viveram um periodo de sonho com Salvador Allende e conviveram com o terror da ditadura Pinochet. Teoria da Conspiracao?
Nossa expectativa aqui è de regressar para o Brasil via Cordilheira. Devemos pegar o busáo da Crucero del Norte na quinta feira, ao meio dia. O onibus faz a linha direta Santiago - Rio de Janeiro, passando por Maringà.
Roupa aqui è barata, a comida nem tanto. Taxi tambem nao è caro, mas o nosso melhor meio de transporte è o metrô. Fica pertinho do hotel Reviera, o hotel dos brasileiros no centro de Santiago.
Devemos ficar no hotel atè quinta. Nao estamos mais na casa de familia chilena onde permanecem nossos outros cinco aventureiros (todos na faixa dos vinte anos, estudantes de direito, moda e psicologia). Ou seja: a aventura agora è solo, Ana com o seu espanhol bàsico e eu com meu empanglês. Amanha devemos ir ao Zoo, Fantasilandia (é o hopi hari daqui). Isso se o tempo permitir. A noite, eu e dona ana vamos a um pub (è o botequim daqui). Alguns sao bem transados, outros nem tanto.
Na musica, aqui eu curto o Oreja de Van Gogh e estou curioso para ouvir o Raiva, grupo que faz rock progressivo calcado em folk.
Nessa viagem conseguimos trabalhar com quatro moedas: real, dolar, peso argentino e peso chileno. O mais dificil è o peso chileno. A matematica è complicada pois os precos daqui sao semelhantes ao da epoca da inflacao alta no Brasil. Hà muitos zeros. Tudo custa mil, dois mil, cinco ou dez mil pesos. O jeito è apelar para a calculadora e converter.
Santiago è uma cidade com pinta de paìs de primeiro mundo. O clima, o vestuario e a arquitetura tambem ajudam. Porem, tive a oportunidade de conhecer onde vivem as pessoas que fazem a metròpole. As casas sáo simples, baixas (para evitar transtornos maiores em caso de terremotos como o que aconteceu em 85)e tudo è a base do gàs. Os salarios sao baixos, mas vivem dignamente.
segunda-feira, julho 23, 2007
DE SANTIAGO
Olà! Finalmente me sobrou um tempo para escrever. Estou no hotel Riviera, ao lado do Palacio La moneda. Estamos cercados de brasileiros. Incrivel, mas a gente nao precisa abrir a boca para todos descobrirem quem somos.
Ficamos todos esses dias na casa de uma familia tipica chilena. Sao todos muito amorosos e acolhedores. Ontem fizeram uma festa especialmente pra gente com a preseca de um politico local. O pessoal em trajes tipicos dancaram a La Cueca. Eu e dona Ana tambem dancamos (nao tem cedilha nesse teclado).
Descobrimos que:
A vida è mais dificil do que a gente imagina
A energia eletrica e a comida è algo caro
Devemos dar mais valor a agua
Hoje o país parou ( acreditem) para comemorar o terceiro lugar do Chile na Copa do mundo Sub 20. Estavamos no Mercado Central onde se vende peixes e frutos do mar e podemos acompanhar a partida.
Anteontem fomos a praia. Conheci o Pacìfico ! Nosso primeiro contato foi num passeio de barco em San Antonio onde avistamos lobos marinhos. Dona Ana queria brincar com eles, mas desistiu ao saber que eles expirram seus excrementos pelo nariz.
A gasolina do barco acabou. Ficamos a deriva atè a chegada do socorro.
Conhecemos Valparaiso e a mais charmosa cidade chilena: Vina del Mar.
Hoje fomos andar de funicular (especie de bonde que sobre morros). Anteontem
dormimos numa casa de praia. Minha roupa:
tenis
meiao
calca de malha
calca de jeans
camiseta
camisa moleton
camisa de nylon
gorro
cachecol
A praia e muito hermosa, mas é gelada.
E fomos a balada. Nossos grupo de sete è formado por gente jovem (eu sou o tiozao) e encaramos uns casas noturnas. Encarei numa boa pois aqui a cerveja tambem è vendida em baldes. Alem se ser barata, nao hà erro na conta. È mais facil contar baldes do que copos.
Na segunda boate, o tio dormiu. Acreditem: eu dormir um sono pesado no meio da barulheira. Acordei ao lado de Dona Ana num quarto cedido por um amigo chileno muito gente boa. Nas paredes do quarto, posteres de Che Guevara e do ìdolo de todos os chilenos que conheci: Salvador Allende. O pessoal, mesmo sendo gente simples, è muito politizado. Allende è um mito, um orgulho.
Tambem fomos no museu mais lirico e poetico que conheci: A casa de Pablo Neruda em Isla Negra. DEpois eu conto os detalhes. Neruda era amigo de Allende e morreu meses depois do golpe militar de 21 de setembro de 73. A casa de Neruda, sobretudo a biblioteca, foi saqueada pelos militares.
A casa onde estavamos era muito acolhedora, mas eu e dona Ana ressolvemos passar os nossos ultimos dias sozinho em um hotel. Amanhá, Lunes, encontraremos a turminha na estacao rodoviaria para comprar nossas passagens de regressos ao Brasil (saudades do portugues, do feijao com arroz e de nossa variedade de racas).
Devemos pegar o bus da Crucero del Norte (eu so quero viajar nessa empresa) na terca por volta do meio dia. Isso se a Cordilheira nao estiver fechada . Caso contràrio, ficarei exilado no Chile.
Hasta la vista! Devo entrar em contato novamente amanhá, via Bar do Bulga.
Beijos em todos, poupem agua e nao despedicem energia. Sejam simples pois a vida è rara.
Ficamos todos esses dias na casa de uma familia tipica chilena. Sao todos muito amorosos e acolhedores. Ontem fizeram uma festa especialmente pra gente com a preseca de um politico local. O pessoal em trajes tipicos dancaram a La Cueca. Eu e dona Ana tambem dancamos (nao tem cedilha nesse teclado).
Descobrimos que:
A vida è mais dificil do que a gente imagina
A energia eletrica e a comida è algo caro
Devemos dar mais valor a agua
Hoje o país parou ( acreditem) para comemorar o terceiro lugar do Chile na Copa do mundo Sub 20. Estavamos no Mercado Central onde se vende peixes e frutos do mar e podemos acompanhar a partida.
Anteontem fomos a praia. Conheci o Pacìfico ! Nosso primeiro contato foi num passeio de barco em San Antonio onde avistamos lobos marinhos. Dona Ana queria brincar com eles, mas desistiu ao saber que eles expirram seus excrementos pelo nariz.
A gasolina do barco acabou. Ficamos a deriva atè a chegada do socorro.
Conhecemos Valparaiso e a mais charmosa cidade chilena: Vina del Mar.
Hoje fomos andar de funicular (especie de bonde que sobre morros). Anteontem
dormimos numa casa de praia. Minha roupa:
tenis
meiao
calca de malha
calca de jeans
camiseta
camisa moleton
camisa de nylon
gorro
cachecol
A praia e muito hermosa, mas é gelada.
E fomos a balada. Nossos grupo de sete è formado por gente jovem (eu sou o tiozao) e encaramos uns casas noturnas. Encarei numa boa pois aqui a cerveja tambem è vendida em baldes. Alem se ser barata, nao hà erro na conta. È mais facil contar baldes do que copos.
Na segunda boate, o tio dormiu. Acreditem: eu dormir um sono pesado no meio da barulheira. Acordei ao lado de Dona Ana num quarto cedido por um amigo chileno muito gente boa. Nas paredes do quarto, posteres de Che Guevara e do ìdolo de todos os chilenos que conheci: Salvador Allende. O pessoal, mesmo sendo gente simples, è muito politizado. Allende è um mito, um orgulho.
Tambem fomos no museu mais lirico e poetico que conheci: A casa de Pablo Neruda em Isla Negra. DEpois eu conto os detalhes. Neruda era amigo de Allende e morreu meses depois do golpe militar de 21 de setembro de 73. A casa de Neruda, sobretudo a biblioteca, foi saqueada pelos militares.
A casa onde estavamos era muito acolhedora, mas eu e dona Ana ressolvemos passar os nossos ultimos dias sozinho em um hotel. Amanhá, Lunes, encontraremos a turminha na estacao rodoviaria para comprar nossas passagens de regressos ao Brasil (saudades do portugues, do feijao com arroz e de nossa variedade de racas).
Devemos pegar o bus da Crucero del Norte (eu so quero viajar nessa empresa) na terca por volta do meio dia. Isso se a Cordilheira nao estiver fechada . Caso contràrio, ficarei exilado no Chile.
Hasta la vista! Devo entrar em contato novamente amanhá, via Bar do Bulga.
Beijos em todos, poupem agua e nao despedicem energia. Sejam simples pois a vida è rara.
quarta-feira, julho 18, 2007
Estamos em Santiago (FINALMENTE!)
Ola turma!
Estamos neste momento em Santiago do Chile Chegamos ontem por volta da meia noite Eu explico Estamos em Espalhatta (Argentina) aos pès da Cordilheira. Ela estava fechada devido a uma nevasca Ficamos admirando as montanhas de neve durante a manha. Naquele momento, eu cheguei a seguinte conclusáo:
1) A natureza è fantastica
2) Deus è maravilhoso
3) Aonde fui amarrar minha ègua?
fomos liberados as 16h30. Aì sim, entramos dentro das cordilheiras, Algo indiscritivel e magnìfico. Náo da pra descrever.
Depois chegou a hora a aduaneira em meio a neve, Pobre quando ve neve pela primeira vez fica igual a um pinto no lixo ( ou um pinguim na neve?)
Na aduaneira um susto: meu passaporte náo tinha o visto de entrada na Argentina, Logo, como eu teria um visto de saida? O tal do agente argentino esqueceu de carimbar o papel Disse em portugues mesmo:
O agente esqueceu de carimbar o bagulho...
Ana me socorreu e depois de algumas palavras, um outro agente pegou meu passaporte e me devolveu do jeito que estava Fui entáo para a aduaneira chilena (quase uma fila ao lado) e consegui meu visto de entrada no Chile Conclusáo: oficialmente entre no Chile sem passar pela Argentina...
Na aduaneira ficamos umas tres horas no mìnimo A noite caia sobre a neve e nosso grupo de sete (eu, Ana, a maestra Ana Silvia, Carla, Rafaela, Patricia e Antonio Pedro) desceu o caracol sem perceber os despinhadeiros.
Jà na cidade de Andes, no Chile, a pista estava fechada. Os mineradores faziam um protesto com fogo na pista que so foi liberada quando os bombeiros chegaram.
Enfim, adentramos a moderna Santiago. Estamos hospedados na casa da Ana Silvia professora de espanhol Agora pela manha, fomos a uma feira livre perto da casa A tarde serà reservada para passeios no centro historico e a noite , espero poder provar um vinho.
Tomos passam bem de saude e jà nao quero saber onde está minha ègua...
Hasta la vista !
PS: Estamos numa especie de Big Brother, Survival e de Mundo Desconhecido
Estamos neste momento em Santiago do Chile Chegamos ontem por volta da meia noite Eu explico Estamos em Espalhatta (Argentina) aos pès da Cordilheira. Ela estava fechada devido a uma nevasca Ficamos admirando as montanhas de neve durante a manha. Naquele momento, eu cheguei a seguinte conclusáo:
1) A natureza è fantastica
2) Deus è maravilhoso
3) Aonde fui amarrar minha ègua?
fomos liberados as 16h30. Aì sim, entramos dentro das cordilheiras, Algo indiscritivel e magnìfico. Náo da pra descrever.
Depois chegou a hora a aduaneira em meio a neve, Pobre quando ve neve pela primeira vez fica igual a um pinto no lixo ( ou um pinguim na neve?)
Na aduaneira um susto: meu passaporte náo tinha o visto de entrada na Argentina, Logo, como eu teria um visto de saida? O tal do agente argentino esqueceu de carimbar o papel Disse em portugues mesmo:
O agente esqueceu de carimbar o bagulho...
Ana me socorreu e depois de algumas palavras, um outro agente pegou meu passaporte e me devolveu do jeito que estava Fui entáo para a aduaneira chilena (quase uma fila ao lado) e consegui meu visto de entrada no Chile Conclusáo: oficialmente entre no Chile sem passar pela Argentina...
Na aduaneira ficamos umas tres horas no mìnimo A noite caia sobre a neve e nosso grupo de sete (eu, Ana, a maestra Ana Silvia, Carla, Rafaela, Patricia e Antonio Pedro) desceu o caracol sem perceber os despinhadeiros.
Jà na cidade de Andes, no Chile, a pista estava fechada. Os mineradores faziam um protesto com fogo na pista que so foi liberada quando os bombeiros chegaram.
Enfim, adentramos a moderna Santiago. Estamos hospedados na casa da Ana Silvia professora de espanhol Agora pela manha, fomos a uma feira livre perto da casa A tarde serà reservada para passeios no centro historico e a noite , espero poder provar um vinho.
Tomos passam bem de saude e jà nao quero saber onde está minha ègua...
Hasta la vista !
PS: Estamos numa especie de Big Brother, Survival e de Mundo Desconhecido
segunda-feira, julho 16, 2007
AOS PES DOS ANDES
Estamos em Uspallata, pequena cidade da provincia de mendoza aos pès da cordilheira dos andes. E náo tem maiuscula nessa droga de teclado ...
Por todos os lados, podemos ver montanhas cobiertas de neve e nao faco ideia de quantos graus està por aqui. E frio pra caramba . Tambèm, nois pès das cordilheiras... por falar nelas, a cordilheira està fechada e devemos passar a noite nesta pequena cidade cheia de restaurantes, trenós, caminhoneiros e turistas que tentam passar pelas cordilheiras.
Noso grupo è de sete pessoas. mais uma vez pegamos um bus da viacao Cruzero del Norte (As maiusculas voltaram!) Os memelhores onibus que jà viajei em mi vida.
Ontem estivemos em Cordoba e assistimos a vitoria do Brasil sobre a Argentina. Estàvamos em um botequim perto da rodoviària. A cada duas cervezas Quilmes que pedìamos, ganhavamos a terceira de graca. O Dinheiro estava contado pois trocamos poucos reais por pesos argentinos, mas no final deu certo.
O mais hilàrio foi assisitir ao jogo ao lado dos argentinos fanàticos. Em toda a Cordoba, muitos estavam com a xcamisa da selecvao e com a bandeira nacional nas janelas dos prèdios. Fingìamos que náo eramos brasileiros, mas a vontade de rir era maior, principalmente com cada gol brasilweiro. Quando a Argentina errava um contra-ataque, todos dizìam ÙUUUU! E quando o Brasil fazia um gol, olhàvamos para o chao para esconder o riso. No final quando a maior parte jà havia ido embora, o dono do bar olhou para o meu casaco amarelo e azul e anunciou: Este è do Boca Juniors !!
Respondi que si, si, si e foi dando o fora. Foi a partida mais surrealista que já assisti em minha vida.
E por aqui, nos pès dos Andes, nosso pequeno grupo de brasileiros resolveu manter a tradicao do pais e todos nòs fomos tomar banho. Incrivel è que náo chuveiros disponìveis. Fomos todos (dois homens e cinco mulheres) tomar banho na casa de um casal de senhores que cobra 3 pesos por pessoa. Nosso grupo tomou conta da sala de estar onde fizemos uma fila de espera. Hilàrio.
Tem muito brasileiro por cà, alguns que querem atravesar os Andes a pè. Bem, quando puder publicarei uma das centenas de fotos. Com certeza jà valeu a pena. Ah! Hoje tomamos a cerveza Los Andes. Muito boa. Os vinhos sò vou tomar quando chegar em territorio chileno. Vamos torcer para a cordilheira estar abierta.
Hasta la Vista!
Por todos os lados, podemos ver montanhas cobiertas de neve e nao faco ideia de quantos graus està por aqui. E frio pra caramba . Tambèm, nois pès das cordilheiras... por falar nelas, a cordilheira està fechada e devemos passar a noite nesta pequena cidade cheia de restaurantes, trenós, caminhoneiros e turistas que tentam passar pelas cordilheiras.
Noso grupo è de sete pessoas. mais uma vez pegamos um bus da viacao Cruzero del Norte (As maiusculas voltaram!) Os memelhores onibus que jà viajei em mi vida.
Ontem estivemos em Cordoba e assistimos a vitoria do Brasil sobre a Argentina. Estàvamos em um botequim perto da rodoviària. A cada duas cervezas Quilmes que pedìamos, ganhavamos a terceira de graca. O Dinheiro estava contado pois trocamos poucos reais por pesos argentinos, mas no final deu certo.
O mais hilàrio foi assisitir ao jogo ao lado dos argentinos fanàticos. Em toda a Cordoba, muitos estavam com a xcamisa da selecvao e com a bandeira nacional nas janelas dos prèdios. Fingìamos que náo eramos brasileiros, mas a vontade de rir era maior, principalmente com cada gol brasilweiro. Quando a Argentina errava um contra-ataque, todos dizìam ÙUUUU! E quando o Brasil fazia um gol, olhàvamos para o chao para esconder o riso. No final quando a maior parte jà havia ido embora, o dono do bar olhou para o meu casaco amarelo e azul e anunciou: Este è do Boca Juniors !!
Respondi que si, si, si e foi dando o fora. Foi a partida mais surrealista que já assisti em minha vida.
E por aqui, nos pès dos Andes, nosso pequeno grupo de brasileiros resolveu manter a tradicao do pais e todos nòs fomos tomar banho. Incrivel è que náo chuveiros disponìveis. Fomos todos (dois homens e cinco mulheres) tomar banho na casa de um casal de senhores que cobra 3 pesos por pessoa. Nosso grupo tomou conta da sala de estar onde fizemos uma fila de espera. Hilàrio.
Tem muito brasileiro por cà, alguns que querem atravesar os Andes a pè. Bem, quando puder publicarei uma das centenas de fotos. Com certeza jà valeu a pena. Ah! Hoje tomamos a cerveza Los Andes. Muito boa. Os vinhos sò vou tomar quando chegar em territorio chileno. Vamos torcer para a cordilheira estar abierta.
Hasta la Vista!
domingo, julho 15, 2007
ESTAMOS EM CORDOBA !!
Olá, Petrópolis!
Saimos sabado de Maringá as 7h45. Chegamos em Possadas (Argentina) por volta das 19h15. De lá , pegamos um onibusa direto para Córdoba onde agora estamos. Sao meio dia e só äs 22 horas pegaremos outro onibus em dire}ao as Cordilheiras dos Andes , sentido Santiago do Chile. Teremos que assistir a partida entre Brasil e Argentina no territorio argentino, aqui em Córdoba. A cidade {e grande e tem cerca de 1,5 milhao de habitantes. Os predios do centro, a maior parte, sao de tijolos a vista.
As pessoas coocaram a bandeira da argentina nas janelas e muityos estao com a camisa da selecao argentina. Aqui, a temperatura deve estar abaixo dos 10 graus, mas é suportavel.
Frio mesmo será nas Cordilheiras e em Santiago . ( previsao de 7 graus e sensacao termica de 2 graus)
Estamos tirando muitas fotos. Entraremos em contato novamente quando estivermos no Chjile. Desculpe os erros de caligrafia ,as {e que esse teclado da Lan House é terrivel.
Aquyi tem muito carro velho. As estradas sao boas e bonitas.
AH! de Posadas para Cordoba, só havia nossa turma no onibus ( sete pessoasa). Tivemos direito a cafe da manh.a jantar e cerveja e vinho e champagnhe dentro do onibus. Tudo incluido.
Beijos em todos!!!
Marcelo e ANA
Saimos sabado de Maringá as 7h45. Chegamos em Possadas (Argentina) por volta das 19h15. De lá , pegamos um onibusa direto para Córdoba onde agora estamos. Sao meio dia e só äs 22 horas pegaremos outro onibus em dire}ao as Cordilheiras dos Andes , sentido Santiago do Chile. Teremos que assistir a partida entre Brasil e Argentina no territorio argentino, aqui em Córdoba. A cidade {e grande e tem cerca de 1,5 milhao de habitantes. Os predios do centro, a maior parte, sao de tijolos a vista.
As pessoas coocaram a bandeira da argentina nas janelas e muityos estao com a camisa da selecao argentina. Aqui, a temperatura deve estar abaixo dos 10 graus, mas é suportavel.
Frio mesmo será nas Cordilheiras e em Santiago . ( previsao de 7 graus e sensacao termica de 2 graus)
Estamos tirando muitas fotos. Entraremos em contato novamente quando estivermos no Chjile. Desculpe os erros de caligrafia ,as {e que esse teclado da Lan House é terrivel.
Aquyi tem muito carro velho. As estradas sao boas e bonitas.
AH! de Posadas para Cordoba, só havia nossa turma no onibus ( sete pessoasa). Tivemos direito a cafe da manh.a jantar e cerveja e vinho e champagnhe dentro do onibus. Tudo incluido.
Beijos em todos!!!
Marcelo e ANA
quinta-feira, julho 12, 2007
segunda-feira, julho 09, 2007
Chega de Mágoa
Barbosinha - Pessoal pediu e taí o post - Chega de Mágoa - trabalho coletivo com o naipe da MPB em 1985. A rende do disco (compacto) foi para as vitimas da seca.
domingo, julho 08, 2007
quarta-feira, junho 27, 2007
WALTER SALLES FILMARÁ 'ON THE ROAD'

A BBC Brasil divulga : Depois de "Diários da Motocicleta", longa-metragem baseado nas andanças do revolucionário argentino Ernesto "Che" Guevara pela América Latina, o cineasta Walter Salles volta à estrada e prepara-se para filmar o livro On the road ("Pé na Estrada", na tradução brasileira), de Jack Kerouac. Para esquentar os motores, o diretor de "Central do Brasil" refez as rotas que estão descritas no livro e encontrou-se com escritores do movimento beatnik. O resultado será um documentário que tem lançamento previsto para este ano.
Recado do Barbosinha: boa escolha, bom diretor para um road movie. Deverá ter a marca de Central do Brasil e Diários de Motocicleta.
terça-feira, junho 26, 2007
CERTA NOITE NO BAR DO ZÉ
O Bar do Zé fica no centro de Maringá. Além do preço em conta, tem uma música típica de bar, coisa que está ficando rara na cidade que foi invadida pelos sertanejões. Gravado em 23 de junho de 2007.
sábado, junho 23, 2007
CURSO DE VINHO
JAIME FESTEJA

Hoje é o aniversário do Jaime, o companheiro da jornalista Liliana Mello (UEM).Ele é um dos mais famosos contadores de piadas de Maringá. O melhor é que ele não cobra nada por isso. Boa praça, desejamos ao Jaime (alguns o chamam de 'Jeime')que a felicidade continue batendo em sua porta.
Recado do Barbosinha: Mas não precisa contar piadas...
GILSON AGUIAR NA TEVÊ
quarta-feira, junho 13, 2007
domingo, junho 10, 2007
CRONOS
quarta-feira, junho 06, 2007
DORIS GIESSE
terça-feira, junho 05, 2007
Classe Média
Ouvi pela primeira vez "Classe Média" no Festival da TV Cultura no ano passado. A música de Max Gonzaga faz sucesso no YouTube. Aqui temos a letra e o vídeo.
Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual
Mais eu “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em moema
O assassinato é no “jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida
Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote cvc tri-anual
Mais eu “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em moema
O assassinato é no “jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida
ARTIGO DE GILSON CARONI
Gilson Caroni escreve: "Há artigos que são necessários. Os aborrecimentos vêm depois. Se quiser, deixe um comentário no site. Favorável ou não, o que conta é sua opinião"
http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=3608
Por que a Globo é golpista
A mesma Globo que denuncia a 'censura' de Chávez contra a RCTV, contraditoriamente acionando o ideal democrático e desconsiderando o papel golpista da emissora, não defendeu a democracia quando o venezuelano foi deposto em 2002. Vale relembrar esses momentos.
Gilson Caroni Filho
Seria pueril, se não fosse ameaçador. Seria mais um inusitado registro do teatro do absurdo, com sua habitual ironia, se não se tratasse de texto jornalístico sobre uma emissora que teve papel central na história recente da Venezuela. Mas Déborah Thomé, interina da coluna Panorama Econômico, do Globo, foi de um didatismo exemplar na edição de terça-feira, 7/5. Para ela, "Chávez acusa o canal de ter participado da tentativa de golpe em 2002 - acusação, aliás, verdadeira, mas que não justifica tal medida censora". Ao que parece, uma emissora televisiva não só se autonomiza do poder concedente como a ele se sobrepõe. Esse é o pilar da democracia admitida pela família Marinho.
Melhor, impossível. Mais que um deslize de estilo, estamos diante da reiteração de política editorial. A jornalista mostra que aprendeu o receituário da corporação que lhe paga o salário. Um arrazoado onde os princípios democráticos (igualdade, diversidade e participação), por não serem compatíveis com organizações monopolísticas e a otimização de seus ganhos, devem ser relativizados, a ponto de um golpe de Estado ser um pecado menor.
A decisão do presidente Hugo Chávez de não renovar a concessão da Radio Caracas Televisión (RTVC) é respaldada por preceitos constitucionais e os procedimentos administrativos realizados, em momento algum, feriram os princípios básicos do Estado Democrático de Direito. Mas a doxa midiática é samba de uma nota só: a cada movimento, segundo articulistas e editores, o presidente venezuelano se afasta da democracia. Será mesmo? Não é o caso de questionarmos a narrativa dominante com fatos históricos recentes? E à luz dos cenários que se abrem, indagar: quem são, efetivamente, os golpistas da América Latina?
Nesse quadro cabe, também, perguntar aos altos cargos das Organizações Globo: o Brasil, no campo jornalístico, seria substancialmente distinto da Venezuela? Em um país onde a imprensa sempre endossa retrocessos políticos, o que esperar dos barões da mídia em caso de mudanças efetivas? Abririam mão do projeto autoritário de serem a únicas instâncias de intermediação entre Estado e sociedade? Aboliriam a semântica que define como populista quem não se submete aos ditames do mercado? Deixariam de condenar qualquer tentativa de comunicação direta com as massas? Ao fazê-lo, removeriam a confusão deliberada entre manifestação carismática e demagogia de algibeira? Ora, não há inocentes: a mídia, tal como estruturada hoje, é incompatível com uma institucionalidade que não seja moldada aos seus interesses político-empresariais. A lógica, repetimos, que maximiza seus lucros não sobrevive sem déficit democrático. O espetáculo abomina a práxis. E a Globo tem horror à democracia.
A manutenção do sistema de alianças que assegura a ordem vigente é a principal tarefa do sistema comunicacional. Em caso de crise aguda, a "nossa Venezuela" aflora rapidamente. Ou alguém acha que a ação da mídia venezuelana na tentativa de deposição de Hugo Chávez, em abril de 2002, é algo restrito à fragilidade institucional daquele país? Quem assistir ao documentário ‘A revolução não será televisionada’, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Bonnacha O’Brien, verá que há mais similitudes entre Caracas e Brasília do que imagina um editorialista da Globo. As cruzadas das emissoras Venevisión, Globovisión e RCTV são assustadoramente familiares.
As imagens, usadas como justificativa para o golpe, de um grupo de militantes chavistas supostamente atirando em manifestantes numa ponte, são emblemáticas. A edição ampliada mostra o oposto: os apoiadores do presidente respondem ao fogo de franco-atiradores que disparavam contra a multidão. Mantidas as proporções, não há como não lembrar das trucagens empregadas pela TV Globo, após o atentado ao Riocentro, em 1981. No Jornal Nacional, uma das bombas mostradas no carro dos militares no telejornal da tarde sumiu. E, até hoje, ninguém sabe, ninguém viu.
Quando as multidões foram às ruas exigir o retorno de Chávez ao poder, as empresas golpistas ignoraram as manifestações. Quem viveu a ditadura militar sabe da capacidade da emissora monopolista de promover extermínios imagéticos de grande escala. Claro que, ao contrário de vários articulistas, não confundo formações sociais distintas. Brasil e Venezuela têm conjuntos históricos intransferíveis, relações de poder matizadas por clivagens completamente diferentes, mas em três coisas se assemelham: no grau de exclusão, na truculência de suas classes dominantes e na capacidade de prestidigitação de seus aparelhos ideológicos. Os franco-atiradores antidemocráticos são os agendáveis dos conceituados colunistas tanto aqui como lá
Mas quem pensa que a solidariedade se esgota aqui, está redondamente enganado. Se voltarmos no tempo, veremos que a Globo comemorou a tentativa de deposição de Chávez. Não houve análise, houve regozijo. Para os que suspeitam que fazemos ilações quando falamos da vocação golpista do canal cevado na ditadura militar, reproduziremos, tal como fizemos há 5 anos, o que disseram três profissionais da emissora, no dia 12/4/2002. Quem assistiu aos telejornais da Globo teve uma bela aula do papel da mídia como " alicerce da democracia". Os que não assistiram terão as evidências empíricas que tanto reclamam.
Hugo Chávez havia sido deposto e o poder entregue ao empresário Pedro Carmona, presidente da entidade patronal Fedecámaras. Era o suposto fim de mais um governo que fez da soberania nacional seu projeto. Da América Latina, sua prioridade. E que, encarnando aquilo que Gramsci chamaria de "cesarismo progressivo", pôs no lixo da história as agremiações tradicionais (Ação Democrática e Copei) e as oligarquias que se refestelaram de petrodólares, sem reinvestir no país um centavo sequer.
O Jornal Nacional, naquela ocasião, não era econômico em seu entusiasmo: "’Num pedaço do mundo onde a democracia ainda é uma experiência recente, Hugo Chávez e Fernando de La Rúa frustraram milhões de eleitores em seus países com promessas que não poderiam cumprir. Que sirva de alerta aos brasileiros neste ano de eleição’, recomenda o cientista político Fernando Abrúcio, em São Paulo. ‘É bom lembrar que é preciso colocar a democracia no lugar do salvacionismo. Mas tem que resolver a questão econômica e social, talvez com mais paciência e menos demagogia. O terreno é fértil para um discurso de salvação fácil. Mas é preciso evitar esse discurso, porque a resposta do salvacionismo não leva a uma melhor situação no Brasil, na Argentina ou na Venezuela’". Lembremos que Abrúcio (um dos analistas diletos da emissora) alertava contra a candidatura Lula. Um golpe pegava carona no outro. Tudo como manda a democracia da tela, feita para ser vista, jamais para ser vivida.
Arnaldo Jabor, definido magistralmente pelo cartunista Jaguar como o "único rebelde a favor que se tem notícia", compareceria com sua bufonaria habitual: "Eu ia dizer que a América Latina estava se ‘rebananizando’, com o Hugo Chávez no seu delírio fidelista, com a Colômbia misturando guerrilha e pó, abrindo a Amazônia para ações militares americanas e com a Argentina legitimando o preconceito de que latino não consegue se organizar. Os norte-americanos não conseguem nos achar sérios e democratas. É mais fácil nos rotular de incompetentes e ditatoriais. Mas aí, hoje, o Chávez caiu. Só que os militares entregaram o governo a um civil democrata. Talvez a América Latina tenha entendido que a idéia de romper com tudo, do autoritarismo machista, só dá em bananada. Temos que nos defender, sim, da atual arrogância imperial americana. Mas a única maneira será pela democracia radical. Por isso acho boa notícia a queda do Chávez. Acordamos mais fortes hoje e eu já posso ‘desbananizar’ a América Latina. Para termos respeito da América e do mundo temos de ser democráticos. Tendo moral pra dizer não". Ignoramos o que houve com a banana de Jabor após o retorno de Chávez. Ao contrário do monolitismo do discurso autoritário, são diversos os usos que se pode fazer da fruta.
Quer dizer que os militares haviam entregado o governo a um civil democrata? O empresário Pedro Carmona dissolveu o Congresso, destituiu todos os integrantes da Suprema Corte e ganhou mecanismos para dissolver os poderes constituídos em todos os níveis. Mas a desfaçatez do jornalismo global não tem limites como revela o diálogo entre a então apresentadora Ana Paula Padrão e o jornalista William Waack, no Jornal da Globo, o mesmo que aparece hoje sempre com expressão contrafeita ao comentar qualquer fato envolvendo o atual governo:
"– William, Chávez deu muito trabalho aos Estados Unidos. Bush deve estar comemorando, não?
– Ana Paula, as posições do ex-presidente venezuelano de fato irritaram os americanos. Há insistentes comentários de que Chávez gostava de se meter na política dos países vizinhos. E parece que além de apoio político, nada discreto, Chávez teria dado facilidades militares aos guerrilheiros colombianos das Farc, que escaparam de alguns cercos do exército colombiano fugindo pela fronteira da Venezuela.
– William, para o restante da América Latina, que significado tem a queda de Chávez?
– Ana Paula, o estilo mandão de Chávez prova que a era do populismo não funciona, e olhe que ele tinha um formidável caixa para distribuir, devido ao fato de a Venezuela ser um grande produtor de petróleo. Na verdade, Chávez prova uma lição que o restante da América do Sul aprendeu já há algum tempo: quem trata a democracia como ele tratou, desrespeitando instituições e preferindo mandar com a bota em vez de dialogar, não deve ficar espantado ao ser varrido do poder."
Em suma, nunca a Globo se mostrou tão venezuelana como naquela noite. Nunca interpretou tão bem seu papel de protagonista da globalização neoliberal na periferia. Poucas vezes foi tão explícita em esmagar a cidadania usando seu poder de mídia. Desde aquele doze de abril, golpismo deixou de ser um termo genérico. Na TV Globo, como vimos, tem nomes, sobrenomes e profissões conhecidas.
O que nos resta, como democratas, ante a nova ofensiva midiática contra o presidente venezuelano? Juntarmo-nos aos que lutam por uma nova ordem informativa e prestar incondicional solidariedade a Hugo Chávez. Isso é o mínimo.
Recado do Barbosinha: Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil, Observatório da Imprensa e La Insignia. Foi um dos melhores professores que o dono do Bar do Bulga teve durante sua época de faculdade.
http://www.cartamaior.com.br/templates/analiseMostrar.cfm?coluna_id=3608
Por que a Globo é golpista
A mesma Globo que denuncia a 'censura' de Chávez contra a RCTV, contraditoriamente acionando o ideal democrático e desconsiderando o papel golpista da emissora, não defendeu a democracia quando o venezuelano foi deposto em 2002. Vale relembrar esses momentos.
Gilson Caroni Filho
Seria pueril, se não fosse ameaçador. Seria mais um inusitado registro do teatro do absurdo, com sua habitual ironia, se não se tratasse de texto jornalístico sobre uma emissora que teve papel central na história recente da Venezuela. Mas Déborah Thomé, interina da coluna Panorama Econômico, do Globo, foi de um didatismo exemplar na edição de terça-feira, 7/5. Para ela, "Chávez acusa o canal de ter participado da tentativa de golpe em 2002 - acusação, aliás, verdadeira, mas que não justifica tal medida censora". Ao que parece, uma emissora televisiva não só se autonomiza do poder concedente como a ele se sobrepõe. Esse é o pilar da democracia admitida pela família Marinho.
Melhor, impossível. Mais que um deslize de estilo, estamos diante da reiteração de política editorial. A jornalista mostra que aprendeu o receituário da corporação que lhe paga o salário. Um arrazoado onde os princípios democráticos (igualdade, diversidade e participação), por não serem compatíveis com organizações monopolísticas e a otimização de seus ganhos, devem ser relativizados, a ponto de um golpe de Estado ser um pecado menor.
A decisão do presidente Hugo Chávez de não renovar a concessão da Radio Caracas Televisión (RTVC) é respaldada por preceitos constitucionais e os procedimentos administrativos realizados, em momento algum, feriram os princípios básicos do Estado Democrático de Direito. Mas a doxa midiática é samba de uma nota só: a cada movimento, segundo articulistas e editores, o presidente venezuelano se afasta da democracia. Será mesmo? Não é o caso de questionarmos a narrativa dominante com fatos históricos recentes? E à luz dos cenários que se abrem, indagar: quem são, efetivamente, os golpistas da América Latina?
Nesse quadro cabe, também, perguntar aos altos cargos das Organizações Globo: o Brasil, no campo jornalístico, seria substancialmente distinto da Venezuela? Em um país onde a imprensa sempre endossa retrocessos políticos, o que esperar dos barões da mídia em caso de mudanças efetivas? Abririam mão do projeto autoritário de serem a únicas instâncias de intermediação entre Estado e sociedade? Aboliriam a semântica que define como populista quem não se submete aos ditames do mercado? Deixariam de condenar qualquer tentativa de comunicação direta com as massas? Ao fazê-lo, removeriam a confusão deliberada entre manifestação carismática e demagogia de algibeira? Ora, não há inocentes: a mídia, tal como estruturada hoje, é incompatível com uma institucionalidade que não seja moldada aos seus interesses político-empresariais. A lógica, repetimos, que maximiza seus lucros não sobrevive sem déficit democrático. O espetáculo abomina a práxis. E a Globo tem horror à democracia.
A manutenção do sistema de alianças que assegura a ordem vigente é a principal tarefa do sistema comunicacional. Em caso de crise aguda, a "nossa Venezuela" aflora rapidamente. Ou alguém acha que a ação da mídia venezuelana na tentativa de deposição de Hugo Chávez, em abril de 2002, é algo restrito à fragilidade institucional daquele país? Quem assistir ao documentário ‘A revolução não será televisionada’, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Bonnacha O’Brien, verá que há mais similitudes entre Caracas e Brasília do que imagina um editorialista da Globo. As cruzadas das emissoras Venevisión, Globovisión e RCTV são assustadoramente familiares.
As imagens, usadas como justificativa para o golpe, de um grupo de militantes chavistas supostamente atirando em manifestantes numa ponte, são emblemáticas. A edição ampliada mostra o oposto: os apoiadores do presidente respondem ao fogo de franco-atiradores que disparavam contra a multidão. Mantidas as proporções, não há como não lembrar das trucagens empregadas pela TV Globo, após o atentado ao Riocentro, em 1981. No Jornal Nacional, uma das bombas mostradas no carro dos militares no telejornal da tarde sumiu. E, até hoje, ninguém sabe, ninguém viu.
Quando as multidões foram às ruas exigir o retorno de Chávez ao poder, as empresas golpistas ignoraram as manifestações. Quem viveu a ditadura militar sabe da capacidade da emissora monopolista de promover extermínios imagéticos de grande escala. Claro que, ao contrário de vários articulistas, não confundo formações sociais distintas. Brasil e Venezuela têm conjuntos históricos intransferíveis, relações de poder matizadas por clivagens completamente diferentes, mas em três coisas se assemelham: no grau de exclusão, na truculência de suas classes dominantes e na capacidade de prestidigitação de seus aparelhos ideológicos. Os franco-atiradores antidemocráticos são os agendáveis dos conceituados colunistas tanto aqui como lá
Mas quem pensa que a solidariedade se esgota aqui, está redondamente enganado. Se voltarmos no tempo, veremos que a Globo comemorou a tentativa de deposição de Chávez. Não houve análise, houve regozijo. Para os que suspeitam que fazemos ilações quando falamos da vocação golpista do canal cevado na ditadura militar, reproduziremos, tal como fizemos há 5 anos, o que disseram três profissionais da emissora, no dia 12/4/2002. Quem assistiu aos telejornais da Globo teve uma bela aula do papel da mídia como " alicerce da democracia". Os que não assistiram terão as evidências empíricas que tanto reclamam.
Hugo Chávez havia sido deposto e o poder entregue ao empresário Pedro Carmona, presidente da entidade patronal Fedecámaras. Era o suposto fim de mais um governo que fez da soberania nacional seu projeto. Da América Latina, sua prioridade. E que, encarnando aquilo que Gramsci chamaria de "cesarismo progressivo", pôs no lixo da história as agremiações tradicionais (Ação Democrática e Copei) e as oligarquias que se refestelaram de petrodólares, sem reinvestir no país um centavo sequer.
O Jornal Nacional, naquela ocasião, não era econômico em seu entusiasmo: "’Num pedaço do mundo onde a democracia ainda é uma experiência recente, Hugo Chávez e Fernando de La Rúa frustraram milhões de eleitores em seus países com promessas que não poderiam cumprir. Que sirva de alerta aos brasileiros neste ano de eleição’, recomenda o cientista político Fernando Abrúcio, em São Paulo. ‘É bom lembrar que é preciso colocar a democracia no lugar do salvacionismo. Mas tem que resolver a questão econômica e social, talvez com mais paciência e menos demagogia. O terreno é fértil para um discurso de salvação fácil. Mas é preciso evitar esse discurso, porque a resposta do salvacionismo não leva a uma melhor situação no Brasil, na Argentina ou na Venezuela’". Lembremos que Abrúcio (um dos analistas diletos da emissora) alertava contra a candidatura Lula. Um golpe pegava carona no outro. Tudo como manda a democracia da tela, feita para ser vista, jamais para ser vivida.
Arnaldo Jabor, definido magistralmente pelo cartunista Jaguar como o "único rebelde a favor que se tem notícia", compareceria com sua bufonaria habitual: "Eu ia dizer que a América Latina estava se ‘rebananizando’, com o Hugo Chávez no seu delírio fidelista, com a Colômbia misturando guerrilha e pó, abrindo a Amazônia para ações militares americanas e com a Argentina legitimando o preconceito de que latino não consegue se organizar. Os norte-americanos não conseguem nos achar sérios e democratas. É mais fácil nos rotular de incompetentes e ditatoriais. Mas aí, hoje, o Chávez caiu. Só que os militares entregaram o governo a um civil democrata. Talvez a América Latina tenha entendido que a idéia de romper com tudo, do autoritarismo machista, só dá em bananada. Temos que nos defender, sim, da atual arrogância imperial americana. Mas a única maneira será pela democracia radical. Por isso acho boa notícia a queda do Chávez. Acordamos mais fortes hoje e eu já posso ‘desbananizar’ a América Latina. Para termos respeito da América e do mundo temos de ser democráticos. Tendo moral pra dizer não". Ignoramos o que houve com a banana de Jabor após o retorno de Chávez. Ao contrário do monolitismo do discurso autoritário, são diversos os usos que se pode fazer da fruta.
Quer dizer que os militares haviam entregado o governo a um civil democrata? O empresário Pedro Carmona dissolveu o Congresso, destituiu todos os integrantes da Suprema Corte e ganhou mecanismos para dissolver os poderes constituídos em todos os níveis. Mas a desfaçatez do jornalismo global não tem limites como revela o diálogo entre a então apresentadora Ana Paula Padrão e o jornalista William Waack, no Jornal da Globo, o mesmo que aparece hoje sempre com expressão contrafeita ao comentar qualquer fato envolvendo o atual governo:
"– William, Chávez deu muito trabalho aos Estados Unidos. Bush deve estar comemorando, não?
– Ana Paula, as posições do ex-presidente venezuelano de fato irritaram os americanos. Há insistentes comentários de que Chávez gostava de se meter na política dos países vizinhos. E parece que além de apoio político, nada discreto, Chávez teria dado facilidades militares aos guerrilheiros colombianos das Farc, que escaparam de alguns cercos do exército colombiano fugindo pela fronteira da Venezuela.
– William, para o restante da América Latina, que significado tem a queda de Chávez?
– Ana Paula, o estilo mandão de Chávez prova que a era do populismo não funciona, e olhe que ele tinha um formidável caixa para distribuir, devido ao fato de a Venezuela ser um grande produtor de petróleo. Na verdade, Chávez prova uma lição que o restante da América do Sul aprendeu já há algum tempo: quem trata a democracia como ele tratou, desrespeitando instituições e preferindo mandar com a bota em vez de dialogar, não deve ficar espantado ao ser varrido do poder."
Em suma, nunca a Globo se mostrou tão venezuelana como naquela noite. Nunca interpretou tão bem seu papel de protagonista da globalização neoliberal na periferia. Poucas vezes foi tão explícita em esmagar a cidadania usando seu poder de mídia. Desde aquele doze de abril, golpismo deixou de ser um termo genérico. Na TV Globo, como vimos, tem nomes, sobrenomes e profissões conhecidas.
O que nos resta, como democratas, ante a nova ofensiva midiática contra o presidente venezuelano? Juntarmo-nos aos que lutam por uma nova ordem informativa e prestar incondicional solidariedade a Hugo Chávez. Isso é o mínimo.
Recado do Barbosinha: Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, e colaborador do Jornal do Brasil, Observatório da Imprensa e La Insignia. Foi um dos melhores professores que o dono do Bar do Bulga teve durante sua época de faculdade.
segunda-feira, junho 04, 2007
AO CHILE
domingo, junho 03, 2007
Jessier Quirino
Paisagem de interior
Jessier Quirino
Matuto no mêi da pista
menino chorando nu
rolo de fumo e beiju
colchão de palha listrado
um par de bêbo agarrado
preto véio rezador
jumento jipe e trator
lençol voando estendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Três moleque fedorento
morcegando um caminhão
chapéu de couro e gibão
bodega com surtimento
poeira no pé de vento
tabulêro de cocada
banguela dando risada
das prosa do cantador
buchuda sentindo dor
com o filho quase parido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Bêbo lascando a canela
escorregando na fruta
num batente, uma matuta
areando uma panela
cachorro numa cadela
se livrando das pedrada
ciscador corda e enxada
na mão do agricultor
no jardim, um beija-flor
num pé de planta florido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Mastruz e erva-cidreira
debaixo dum jatobá
menino querendo olhar
as calça da lavadeira
um chiado de porteira
um fole de oito baixo
pitomba boa no cacho
um canário cantador
caminhão de eleitor
com os voto tudo vendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Um motorista cangueiro
um jipe chêi de batata
um balai de alpercata
porca gorda no chiqueiro
um camelô trambiqueiro
avelós e lagartixa
bode véio de barbicha
bisaco de caçador
um vaqueiro aboiador
bodegueiro adormecido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Meninas na cirandinha
um pula corda e um toca
varredeira na fofoca
uma saca de farinha
cacarejo de galinha
novena no mês de maio
vira-lata e papagaio
carroça de amolador
fachada de toda cor
um bruguelim desnutrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Uma jumenta viçando
jumento correndo atrás
um candeeiro de gás
véi na cadeira bufando
radio de pilha tocando
um choriço, um manguzá
um galho de trapiá
carregado de fulô
fogareiro abanador
um matador destemido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Um soldador de panela
debaixo da gameleira
sovaqueira, balinheira
uma maleta amarela
rapariga na janela
casa de taipa e latada
nuvilha dando mijada
na calçada do doutor
toalha no aquarador
um terreiro bem varrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Um forró de pé de serra
fogueira milho e balão
um tum-tum-tum de pilão
um cabritinho que berra
uma manteiga da terra
zoada no mêi da feira
facada na gafieira
matuto respeitador
padre, prefeito e doutor
os home mais entendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Jessier Quirino é paraibano de Campina Grande, arquiteto por profissão, poeta por vocação, vive atualmente em Itabaiana. Esteve recentemente em Maringá no lançamento do Movimento de Resgate da Tradição Cabocla. É o autor dos livros "Paisagem de Interior", "A Miudinha", "O Chapéu Mau", "O Lobinho Vermelho" e "Agruras da Lata D'Água"
Jessier Quirino
Matuto no mêi da pista
menino chorando nu
rolo de fumo e beiju
colchão de palha listrado
um par de bêbo agarrado
preto véio rezador
jumento jipe e trator
lençol voando estendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Três moleque fedorento
morcegando um caminhão
chapéu de couro e gibão
bodega com surtimento
poeira no pé de vento
tabulêro de cocada
banguela dando risada
das prosa do cantador
buchuda sentindo dor
com o filho quase parido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Bêbo lascando a canela
escorregando na fruta
num batente, uma matuta
areando uma panela
cachorro numa cadela
se livrando das pedrada
ciscador corda e enxada
na mão do agricultor
no jardim, um beija-flor
num pé de planta florido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Mastruz e erva-cidreira
debaixo dum jatobá
menino querendo olhar
as calça da lavadeira
um chiado de porteira
um fole de oito baixo
pitomba boa no cacho
um canário cantador
caminhão de eleitor
com os voto tudo vendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Um motorista cangueiro
um jipe chêi de batata
um balai de alpercata
porca gorda no chiqueiro
um camelô trambiqueiro
avelós e lagartixa
bode véio de barbicha
bisaco de caçador
um vaqueiro aboiador
bodegueiro adormecido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Meninas na cirandinha
um pula corda e um toca
varredeira na fofoca
uma saca de farinha
cacarejo de galinha
novena no mês de maio
vira-lata e papagaio
carroça de amolador
fachada de toda cor
um bruguelim desnutrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Uma jumenta viçando
jumento correndo atrás
um candeeiro de gás
véi na cadeira bufando
radio de pilha tocando
um choriço, um manguzá
um galho de trapiá
carregado de fulô
fogareiro abanador
um matador destemido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Um soldador de panela
debaixo da gameleira
sovaqueira, balinheira
uma maleta amarela
rapariga na janela
casa de taipa e latada
nuvilha dando mijada
na calçada do doutor
toalha no aquarador
um terreiro bem varrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Um forró de pé de serra
fogueira milho e balão
um tum-tum-tum de pilão
um cabritinho que berra
uma manteiga da terra
zoada no mêi da feira
facada na gafieira
matuto respeitador
padre, prefeito e doutor
os home mais entendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.
Jessier Quirino é paraibano de Campina Grande, arquiteto por profissão, poeta por vocação, vive atualmente em Itabaiana. Esteve recentemente em Maringá no lançamento do Movimento de Resgate da Tradição Cabocla. É o autor dos livros "Paisagem de Interior", "A Miudinha", "O Chapéu Mau", "O Lobinho Vermelho" e "Agruras da Lata D'Água"
Assinar:
Postagens
(
Atom
)