Em 1954, uma manifestação comunista percorreu as ruas da Cidade do México.
Frida Kahlo estava lá, de cadeira de rodas.
Foi a última vez em que foi vista viva.
Morreu, sem ruído, pouco depois.
E se passaram uns quantos anos até que a fridamania, tremendo alvoroço, a despertou.
Ressurreição ou negócio? É isso o que merecia uma artista alheia a qualquer exitismo e ao
lindismo, autora impiedosa de autorretratos que a mostravam sobrancelhuda e bigoduda, crivada
de agulhas e alfinetes, apunhalada por trinta e duas operações?
E se tudo isso fosse muito mais do que manipulação mercantilista? Uma homenagem do
tempo, que celebra uma mulher capaz de transformar sua dor em cor?
Os filhos dos dias- Eduardo Galeano
Frida Kahlo, Me and my parrots, 1941 |
Em Nova York |
Frida Kahlo (1942) |
Frida Kahlo “Art History Heroes” |
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