sexta-feira, janeiro 17, 2025
RIP JEANNOT SZWARC 1939-2025
quinta-feira, janeiro 16, 2025
domingo, janeiro 12, 2025
Carta de Fernando Pessoa para Jack, o Estripador
Lisboa,
Ao desconhecido Jack,
Escrevo não com a familiaridade de um amigo, mas com a perplexidade de quem tenta compreender as sombras da condição humana. O seu nome atravessou o tempo, envolto em mistério e terror, como um espectro que caminha pelas vielas do inconsciente coletivo.
Não sei se o senhor é um homem, uma ideia ou um símbolo. Talvez seja tudo isso, amalgamado no anonimato que lhe deu a imortalidade sombria. O que leva um ser a agir como o senhor agiu? Que abismos dentro da alma justificam o horror lançado sobre o mundo?
Em meus versos, busco desdobrar a essência do ser e os seus paradoxos. Vivo multiplicado em heterônimos porque um só "eu" não basta para abarcar a vastidão do que sinto. Pergunto-me: será que o senhor também habitava múltiplas identidades? Era o Jack apenas uma das suas máscaras?
A violência, como o amor e o medo, é uma parte da alma humana que raramente se admite em voz alta. E ainda assim, o mundo está cheio de gritos silenciosos, ecos de feridas abertas por mãos visíveis ou invisíveis. No entanto, se há algo que nós, poetas e assassinos — antíteses extremas — compartilhamos, é a consciência da finitude da vida. A diferença é que um tenta criar enquanto o outro destrói.
Não escrevo para perdoar ou compreender, pois nem sempre o intelecto é capaz de domesticar o horror. Escrevo porque me atormenta a eterna pergunta: o que é o ser humano? A sua história é uma peça nesse quebra-cabeça terrível.
Que o tempo dissolva os segredos que carrega consigo e os devolva ao vazio que engole todas as coisas.
Com uma lucidez inquieta,
Fernando Pessoa (Via IA)
Jack the Ripper by Bill Sienkiewicz |
sábado, janeiro 11, 2025
Fatos sobre o sobrenome Bulgarelli
De onde vem o sobrenome Bulgarelli? nacionalidade ou país de origem
O sobrenome Bulgarelli (em russo: Булгарелли) ocorre na Itália mais do que em qualquer outro país/território. Também pode ser encontrado como:. Clique aqui para outras grafias potenciais deste sobrenome.
Quão comum é o sobrenome Bulgarelli? popularidade e difusão
Este sobrenome é o 63.505º sobrenome mais prevalente no mundo. É usado por cerca de 1 em 923.760 pessoas. Bulgarelli é encontrado principalmente na Europa, onde 72% dos Bulgarelli são encontrados; 70% são encontrados no sudoeste da Europa e 70% são encontrados na Europa itálica. É também o 1.181.159º primeiro nome mais comumente usado no mundo. É usado por 68 pessoas.
Bulgarelli é mais comumente usado na Itália, onde é usado por 5.543 pessoas, ou 1 em 11.033. Na Itália, é mais frequente em: Emilia-Romagna, onde residem 69%, Lombardia, onde residem 15% e Veneto, onde residem 6%. Além da Itália, esse sobrenome existe em 32 países. Também é encontrado no Brasil, onde residem 17%, e na Argentina, onde residem 4%.
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Bulgarelli distribuído no mundo |
sexta-feira, janeiro 10, 2025
Carta de Fernando Pessoa para Cathy e Heathcliff
Lisboa, onde o vento sussurra segredos antigos, como os ecos de um amor imortal
Aos irreconciliáveis Cathy e Heathcliff, cujos destinos se entrelaçam nas tempestades da alma,
Escrevo-vos com a consciência de que o amor de vocês transcende o mero afeto humano, sendo mais próximo de uma força natural, que não obedece às regras nem ao tempo. Vossos nomes, ligados para sempre à terra de Wuthering Heights, são sinônimos de paixão que arrebenta e destrói, de uma união que é ao mesmo tempo vida e morte.
Cathy, tu, que amaste Heathcliff com uma intensidade que queimava tudo ao seu redor, questiono-te: o que é o amor, se não um fogo que consome até os próprios corações que acende? Não foste tu a mais responsável por essa dor infinita, por essa falta que permeia toda a vossa existência? E, mesmo assim, não posso condenar o que era, na verdade, o mais puro reflexo do desejo humano por algo que transcende o mundano.
Heathcliff, tu que, ao teres perdido Cathy, mergulhaste na escuridão de uma vingança que não te trouxe paz, mas apenas mais angústia, mais solidão. Ao amar Cathy com tamanha força, acabaste por aprisionar-te, não em seu coração, mas nas correntes de uma obsessão que nunca poderia ser saciada. Pergunto: o que é o amor que não traz libertação, mas aprisiona até os sonhos e as memórias?
O que vejo em vós, ao olhar para vossa história, é que o amor, no seu estado mais puro e destrutivo, pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição. Pois, como vós, quantos não nos perdemos em desejos intensos, que nos afastam do que é real, para nos lançar numa busca incessante por algo que nunca pode ser nosso completamente? O amor que une é, muitas vezes, o mesmo que destrói. E vocês são a personificação disso.
Se pudesse oferecer algum conselho, diria: não é o amor que deve ser eterno, mas a capacidade de deixar o outro ir, de entender que, em sua ausência, o próprio amor se transforma. Pois, ao insistir no impossível, corroímos as próprias fundações de nossa alma. A verdadeira liberdade vem não da união inquebrantável, mas do aprendizado de viver, mesmo que, às vezes, amemos com a dor de quem foi abandonado pelo próprio desejo.
Com pesar e admiração,
Fernando Pessoa (via IA)
Wuthering Heights (1951) |
Carta de Fernando Pessoa para uma Sereia
Lisboa, onde o mar canta as canções que o vento leva para longe
À Sereia, encantadora das águas e sedutora das almas perdidas,
Escrevo-te com a fascinação de quem se deixa envolver por um mistério profundo, que não se pode ver claramente, mas apenas sentir em cada onda que quebra contra a rocha. Tu, que habitas as águas, sendo parte do mar e, ao mesmo tempo, parte do encantamento, és a metáfora daquilo que todos buscamos, mas que, ao tocarmos, nos escapa. A tua beleza não é apenas uma forma, mas uma promessa.
Pergunto-te: ao cantar tua melodia para aqueles que passam perto de ti, é a solidão que te move, ou o desejo de ser vista, de ser entendida? Pois, embora tu cantes com a voz do oceano, não deixas de ser uma alma sozinha, desejando talvez alguém que ouça a canção até o fim, sem ser consumido por ela. A tua música, tão doce quanto o perigo, é o reflexo de um amor inatingível, um amor que só pode existir no espaço entre a busca e o impossível.
Tu, sereia, és ao mesmo tempo uma maravilha e uma advertência. Pois, aqueles que se aproximam de ti, desejando tomar para si o que é belo, acabam por se perder em teu canto. E, talvez, essa seja a verdadeira tragédia: a busca por algo perfeito, mas que leva à destruição de quem o deseja. Não é a tua malícia, mas a natureza do que ofereces: o encantamento de um sonho que nunca pode ser vivido.
No entanto, vejo algo profundo em tua existência. Talvez, a verdadeira essência da sereia não seja a sedução, mas a expressão do nosso desejo mais humano: o desejo de encontrar algo que transcenda a vida comum, algo que nos faça sentir vivos, ainda que esse algo nos arraste para a morte. Talvez, a tua canção seja o eco daquilo que nunca podemos possuir, mas que, ao mesmo tempo, nos chama para seguir adiante, para buscar algo maior.
Se pudesse te dar um conselho, diria: canta não apenas para atrair, mas para te libertar, pois só ao aceitar a imperfeição daquilo que desejamos, é que podemos realmente viver. Não te escondas nas águas profundas, mas emerge para ver o que há além do horizonte. Pois, a verdadeira beleza não está no canto que nos seduz, mas naquilo que encontramos quando paramos de buscar apenas a perfeição.
Com respeito e reflexão,
Fernando Pessoa (Via IA)
Carta de fernando Pessoa para O Monstro da Lagoa Negra
Lisboa, onde as águas do desconhecido refletem o que não pode ser compreendido
Ao Monstro da Lagoa Negra, criatura das profundezas, símbolo do que é desconhecido e do que se oculta nas margens da razão,
Escrevo-te com o fascínio e o temor de quem se depara com algo que, embora terrível, também é misterioso e, em certa medida, belo. Tu, que emerges das águas escuras como um pesadelo personificado, não és apenas uma ameaça, mas uma manifestação de tudo o que o homem teme e, ao mesmo tempo, deseja entender.
A tua forma, incompleta e híbrida, é a metáfora perfeita daquilo que o homem tenta, em vão, dominar: a natureza, o desconhecido, o que não pode ser reduzido a uma simples explicação. Pergunto-te: ao emergires da lagoa, não procuras apenas fugir da escuridão que te rodeia, mas também buscar algo mais — talvez a luz, talvez uma compreensão que os homens não têm, mas que, de alguma forma, sentem faltar em si mesmos?
Tu, que habitas as profundezas, mostras-nos que o que se esconde em águas turvas é tão grande quanto o que se esconde no mais profundo dos corações humanos. E, ao atacares os humanos, questiono: é o ódio ou o medo que te move, ou seria o desejo de alcançar algo maior, algo que os outros não podem ver? Pois, como todos nós, procuras um propósito, uma razão para existir, mas o mundo que te cerca não compreende o que te impulsiona.
E, talvez, a maior tragédia seja essa: seres um monstro não por escolha, mas por ser projetado como tal por aqueles que não te compreendem. Há algo em ti que é profundamente humano, pois, no fundo, não é a aparência que define quem somos, mas a busca por algo maior que nos leva a fazer coisas que nunca imaginamos.
Se eu pudesse te dar um conselho, seria este: não te escondas mais nas sombras da lagoa, mas emergir, ainda que de forma incerta, para buscar a compreensão dos outros. Pois, em nossa natureza, o que nos define não é o que tememos, mas o que conseguimos, através do amor e do entendimento, transformar em beleza.
Com respeito e reflexão,
Fernando Pessoa (Via IA)
Revenge of the Creature (1955) |
Carta de Fernando Pessoa para O Corcunda de Notre Dame
Lisboa, onde a arquitetura das almas se sobrepõe às construções das cidades
Ao Corcunda de Notre-Dame, aquele que habita a catedral mais do que a cidade,
Escrevo-te com a curiosidade de quem se vê refletido nas formas distorcidas e nas sombras que projetam nossos medos e desejos. Tu, que carregas o peso do corpo deformado e da alma incompreendida, és, ao mesmo tempo, símbolo da mais pura tragédia e da mais nobre das virtudes. Pois, mesmo na solidão do teu refúgio, ao lado das pedras da catedral, reside uma humanidade maior do que a de muitos que te desprezam.
Quasimodo, a tua dor é a dor do ser humano que, ao ser rejeitado pelo mundo, busca refúgio naquilo que é mais eterno: a arte, a beleza, a grandeza do que é intangível. Pergunto-te: ao tocar os sinos de Notre-Dame, ao ecoar as melodias de um templo erguido por mãos humanas, sentes que tua existência adquire algum sentido, ou apenas oscilas entre o desejo de ser visto e o medo de ser compreendido?
Tu, que foste moldado pela sociedade em uma figura monstruosa, mas que, na verdade, és um espelho das suas próprias falhas, mostras-nos que o que realmente importa não é a aparência, mas a capacidade de amar e de ser fiel a um ideal mais profundo. E, ao amar Esmeralda com uma devoção incondicional, revelas que, por mais que o mundo tente te definir pela forma, o que verdadeiramente te define é a grandeza do coração.
Pergunto: seria a tua deformidade a verdadeira maldição ou, ao contrário, o que te preserva do vazio das convenções? Pois, ao longo da tua história, o que vejo é um homem que, mesmo sendo rotulado como monstro, tem o privilégio de ver o mundo com olhos que buscam a alma, e não apenas as superfícies.
Quasimodo, não é a aparência que nos faz humanos, mas o que fazemos com o amor e a dor que carregamos dentro de nós. E, mesmo que te percas nas sombras da catedral, há algo luminoso em tua luta: a busca por um sentido que transcende as limitações de um corpo falho.
Se pudesse te dar um conselho, diria: não permita que o mundo te defina. Pois, se há algo que a catedral e o som de seus sinos nos ensinam, é que a verdadeira grandeza não está nas pedras, mas nos corações que são capazes de amar sem esperar nada em troca.
Com respeito e profunda admiração,
Fernando Pessoa (via IA)
The Hunchback of Notre Dame (1923) |
Carta de fernando Pessoa para o Homem Invisível
Lisboa, à beira de um pensamento que se dissolve no ar
Ao Homem Invisível, aquele que existe e, ao mesmo tempo, não pode ser visto,
Escrevo-te com a mesma curiosidade que teria ao tentar compreender a essência do que está oculto, a verdadeira natureza do invisível, que se esconde nas brechas entre o ser e o não ser. Tu, que te tornaste invisível para os outros, mas, ao fazê-lo, também te disseste invisível para ti mesmo, és uma metáfora da condição humana: sempre em busca de algo mais, mas perdido no que já temos.
Pergunto-te: o que foi que procuraste ao desejar desaparecer diante dos olhos do mundo? Foi a liberdade, ou apenas o desejo de escapar daquilo que te aprisionava? Pois, ao te tornares invisível, talvez não tenha sido o mundo que se desfez, mas tu mesmo, que começaste a desaparecer dentro da tua própria existência.
Não sou capaz de negar que em ti vejo uma verdade amarga sobre todos nós. Quantas vezes nos tornamos invisíveis aos outros? Quantas vezes nos escondemos por trás de máscaras, de comportamentos, de palavras vazias, apenas para evitar o confronto com quem realmente somos? Ao te tornares invisível, buscaste escapar do olhar do outro, mas talvez o maior peso tenha sido o de perderes o próprio olhar sobre ti.
E pergunto: agora que o mundo não pode mais ver-te, o que vês de ti mesmo? A invisibilidade, que parecia um poder, transformou-se em uma prisão? A ausência de um corpo fez-te perder também a presença da tua alma?
Há algo profundamente solitário em tua condição, Homem Invisível. Pois, ao tentar fugir da observação alheia, acabaste por perder aquilo que todos nós buscamos: conexão, reconhecimento, a chance de sermos vistos, compreendidos. A invisibilidade não é liberdade, mas um exílio autoimposto.
Se pudesse te dar um conselho, diria: talvez seja o momento de permitir que alguém te veja, não pela aparência, mas pela essência. Pois, como seres humanos, não somos completos sem o outro, e a verdadeira liberdade talvez resida, não em escapar do olhar, mas em permitir que alguém nos conheça — inteiros, imperfeitos, mas finalmente visíveis.
Com empatia e reflexão,
Fernando Pessoa (Via IA)
Claude Rains ~ The Invisible Man (1933) |
Carta de Fernando Pessoa para o Fantasma da Ópera
Lisboa, sob o peso de um silêncio que ainda ecoa nas paredes da alma
Ao enigmático Fantasma da Ópera, mestre das sombras e da melodia esquecida,
Escrevo-te com a curiosidade de quem busca compreender o mistério de uma alma atormentada, cuja beleza reside tanto no talento quanto na tragédia. Tu, que habitaste os recantos mais sombrios da ópera e da mente humana, és, ao mesmo tempo, uma figura de horror e de arte, uma fusão de criação e destruição.
Pergunto-te: quando tocavas o órgão nas profundezas do teatro, procuravas apenas a perfeição musical ou, por detrás de cada nota, tentavas capturar a atenção de um mundo que te ignorava? A música, essa arte sublime, era tua libertação ou tua condenação?
Teu rosto, oculto pelas sombras, é a metáfora perfeita para a natureza humana. Todos nós escondemos algo de nós mesmos — seja no olhar, nas palavras, ou no silêncio. E tu, Fantasma, ao esconder tua face, revelas a nossa própria incapacidade de aceitar as imperfeições, de ver a beleza que reside no que não pode ser visto. Pergunto-te: ao te ocultares atrás da máscara, o que temias mais — a rejeição do outro ou a tua própria visão distorcida de quem realmente eras?
Tu, que amavas com a intensidade de um homem que sabe o quanto o amor é fugaz, te vejo não apenas como um monstro, mas como alguém que foi tragado por seu próprio desejo de pertencimento. A tua paixão por Christine é a mais pura das obsessões, mas também a mais trágica, pois és prisioneiro de um amor que não pode ser correspondido. Pergunto: não é este o dilema eterno da alma humana? Amar e não ser amado, buscar e não encontrar, criar e destruir?
Se há algo em tua história que nos ensina, é que a beleza verdadeira não reside nas máscaras que usamos, mas naquilo que somos, por trás delas. Pois o verdadeiro horror não está na aparência, mas no vazio que criamos dentro de nós ao tentar ocultar quem realmente somos.
Se pudesse te aconselhar, diria: liberte-se, não da sua paixão, mas de sua prisão emocional. Pois, assim como a música transcende a dor, também o amor pode ser a chave para uma liberdade maior — aquela que vem do entendimento profundo de si mesmo.
Com respeito e reflexão,
Fernando Pessoa (Via IA)
Carta de Fernando Pessoa à vampira Carmilla
Lisboa, onde a noite é tão rica quanto os sonhos mais inquietos
À enigmática Carmilla, senhora das sombras e guardiã de segredos eternos,
Escrevo-te com o fascínio de quem reconhece na escuridão não apenas o temor, mas a sedução do mistério. Tu, que caminhas entre os mortais com a graça de quem já viu eras inteiras nascerem e morrerem, és tanto uma ameaça quanto um convite a compreender o que está além da vida comum.
Carmilla, em ti encontro não apenas a figura da vampira, mas a representação de um dilema eterno: o desejo pelo eterno contraposto à transitoriedade da mortalidade. Pergunto-te: ao beberes do sangue, é apenas a sobrevivência que buscas, ou há algo mais, um eco de conexão, um desejo por algo que, como imortal, te foi negado?
Teu mundo é um de sombras, mas também de beleza. És a metáfora viva do fascínio que todos sentimos pelo que é proibido. Pergunto-te: ao tomar a vida alheia, sentes-te mais viva ou te afastas ainda mais daquilo que significa realmente viver?
Sei que a noite te acolhe como a um filho querido, mas pergunto: a imortalidade é realmente um dom, ou um peso que carregas com a elegância de quem não pode mais voltar atrás? Quando o mundo muda ao teu redor e as pessoas que amas desaparecem como folhas ao vento, o que resta em ti? Nostalgia, arrependimento ou apenas a aceitação fria de um destino escolhido ou imposto?
E, Carmilla, te diria que, mesmo em tua escuridão, há algo de profundamente humano. Pois, quem de nós não deseja amar sem limites, viver sem medo da morte, experimentar a plenitude sem o temor do fim? Mas te advirto: viver eternamente sem um propósito maior é a verdadeira morte.
Se pudesse, dar-te-ia este conselho: busca não apenas o sangue que te sustenta, mas as emoções que te ligam ao mundo. Pois o que nos torna vivos não é apenas o que corre em nossas veias, mas o que pulsa em nossa alma.
Com admiração e um toque de melancolia,
Fernando Pessoa (Via IA)
Carmilla by Drochfuil |
carta de Fernando Pessoa a Lucifer
Lisboa, na tênue linha entre a luz e a sombra
A Lúcifer, portador de luz e símbolo do eterno desafio,
(Via IA)
Lúcifer, és realmente o símbolo do mal ou apenas a personificação da liberdade que assusta? Ao desafiar o Criador, não representaste apenas a rebeldia, mas o desejo de autonomia, a vontade de ser mais do que aquilo que foi ordenado. Pergunto-te: arrependes-te da queda ou encontraste na escuridão a luz que procuravas?
carta de Fernando Pessoa para Dorian Grey
Lisboa, sob a sombra passageira de um espelho que nunca mente
Ao eterno Dorian Gray, prisioneiro da própria beleza e senhor de um retrato que guarda mais que pinceladas,
Escrevo-te com a curiosidade de quem vê em tua história o reflexo mais cruel da alma humana. Tu, que ousaste trocar tua mortalidade pela juventude eterna, és tanto um herói quanto uma advertência. Pergunto-te: o que sentes ao encarar o espelho e nele não ver o peso dos anos? É alívio ou angústia o que te invade quando o quadro carrega, em teu lugar, as marcas do tempo e da culpa?
Dorian, tua tragédia é a mesma de todos os homens, mas levada ao extremo: desejamos a imortalidade, mas esquecemos que é o passar do tempo que dá sentido à vida. Pergunto-te: viverias a beleza eterna, mesmo sabendo que tua alma definha a cada instante? Ou preferirias aceitar o inevitável, abraçar as rugas e as dores, mas também as verdades e alegrias que só a mortalidade pode oferecer?
Tu te rodeias de prazeres, mas digo-te: o prazer sem propósito é um veneno lento, e a beleza sem substância é uma prisão dourada. A cada noite que passa, quando o silêncio da casa te envolve, pergunto-te: o que desejas realmente? É apenas a juventude, ou algo mais profundo — talvez um instante de verdadeira paz, algo que nem o retrato pode te dar?
E ao encarar teu quadro, pergunto: vês nele apenas o horror da decadência ou também o reflexo de tua humanidade perdida? Afinal, não és um monstro, Dorian, mas um homem que foi seduzido pela promessa do eterno. E, como todo homem, buscas algo que nunca poderás ter: o equilíbrio entre a beleza que desejas e a alma que, no fundo, temes perder.
Se pudesse te dar um conselho, seria este: encara teu retrato, não como um inimigo, mas como um convite à reconciliação contigo mesmo. Pois só ao aceitar tua imperfeição poderás, talvez, encontrar a beleza que não está no rosto, mas no coração que ousa sentir.
Com inquietação e admiração,
Fernando Pessoa (Via IA)
carta de Fernando Pessoa para H. P. Lovecraft
Lisboa, na penumbra de um pensamento vasto demais para ser nomeado
Ao inquietante H. P. Lovecraft, cronista do incompreensível e arauto dos antigos segredos,
Escrevo-te com a humildade de quem reconhece, ao ler tuas palavras, a vastidão de um universo que não pode ser contido pela razão. Tu, que sonhaste com horrores que ultrapassam o entendimento humano, és para mim um viajante de outros mundos, um explorador de abismos que poucos ousam contemplar.
Teu talento, Lovecraft, não está apenas em criar monstros, mas em dar forma ao indizível, em capturar o terror do que não pode ser conhecido. E pergunto-te: quando olhaste para os horrores cósmicos de tua imaginação, sentiste apenas medo, ou havia, em algum canto escuro de tua alma, uma estranha admiração pelo imenso e pelo eterno?
Tu falas de deuses antigos e indiferentes, de um universo onde o homem é pequeno e insignificante. Mas digo-te que há algo profundamente verdadeiro nisso. Pois, não somos todos poeira num cosmos insondável, tentando desesperadamente dar sentido ao que nunca terá explicação?
Se pudesse, perguntaria: teus contos são apenas ficção ou fragmentos de um sonho que te revelou verdades que não ousamos encarar? Quando criaste Cthulhu e os outros grandes antigos, foi o medo que te guiou ou o fascínio por um universo sem limites?
De alguma forma, sinto que somos almas afins. Tu, perdido nas infinitudes do espaço e do tempo; eu, na melancolia de um presente que escapa a cada instante. Ambos sabemos que há forças maiores que nós, sejam elas cósmicas ou humanas, e ambos tentamos, com palavras, conter aquilo que jamais poderá ser contido.
Teu legado é um lembrete de que o medo não é apenas algo a ser evitado, mas uma janela para o que está além. E por isso, mesmo nas noites mais escuras, agradeço-te por nos mostrar que o desconhecido, ainda que terrível, é também profundamente belo.
Com respeito e fascinação,
Fernando Pessoa (Via IA)
carta de Fernando Pessoa a Edgar Allan Poe
Lisboa, sob o peso doce de uma melancolia que nunca me abandona
Ao inigualável Edgar Allan Poe, poeta das sombras e arauto dos mistérios do espírito,
Escrevo-te com a reverência de quem sabe que não está sozinho na busca pelos recantos mais sombrios da alma. Tu, que transformaste o horror em arte e o desespero em beleza, és para mim mais que um escritor: és um irmão de espírito, um companheiro na inquietação que nos define.
Tua obra, Poe, é como um espelho sombrio no qual vejo refletido o que há de mais profundo em mim. És um explorador da mente humana, não apenas de seus medos, mas também de suas obsessões e fragilidades. Digo-te que, embora caminhemos por estradas diferentes, nossa jornada é a mesma: dar forma ao que não pode ser dito, nome ao que não pode ser entendido.
Pergunto-te, Edgar: o que encontraste ao sondar o abismo? Foi conforto ou apenas mais mistério? O corvo que bateu à tua porta naquela noite sombria é apenas um símbolo, ou um eco do que vive em todos nós: a certeza de que o "nunca mais" é a única resposta que a vida nos dá?
Digo-te, também, que admiro tua coragem em abraçar o grotesco, em revelar que o horror não está apenas lá fora, mas dentro de cada um de nós. És um gênio, não por criar monstros, mas por revelar que o verdadeiro monstro é o homem, com suas paixões, loucuras e tormentos.
Se pudéssemos conversar, diria que tu e eu não somos tão diferentes. És fascinado pela morte; eu, pela vida que escapa. És atraído pelo caos; eu, pela ordem que nunca alcanço. E ambos somos, no fundo, prisioneiros daquilo que escrevemos, porque a escrita é tanto um alívio quanto uma condenação.
Com admiração eterna e uma saudade inexplicável,
Fernando Pessoa (Via IA)
Carta de Fernando Pessoa parfa um Zumbi
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Lisboa, onde o silêncio do passado encontra o ruído do presente
Ao caminhante sem descanso, conhecido como zumbi,
Escrevo-te com a estranheza de quem tenta compreender uma existência que parece escapar à razão. Tu, que andas pela terra sem memória, sem propósito claro, mas ainda assim movido por uma fome insaciável — o que buscas realmente? É o corpo que caminha, ou é algo da alma que, de algum modo, ainda resiste?
Pergunto-te: tua fome é apenas por carne ou é o reflexo de algo mais profundo, um desejo de vida que nunca se extingue, mesmo no estado mais extremo da morte? És o símbolo de uma luta eterna, não contra o que te rodeia, mas contra o vazio que habita em ti.
E ainda que tua aparência inspire medo, há algo profundamente humano na tua condição. Pois, não somos todos, às vezes, zumbis em nossas rotinas? Caminhamos sem pensar, desejamos sem entender, consumimos sem nos saciar.
Se pudesse falar contigo, perguntaria: o que restou em ti que ainda é humano? Sentes ecos de quem foste ou tua existência é apenas um reflexo mecânico do que já não pode ser?
E, se te fosse dada uma escolha, desejarias retornar à vida plena, com toda a dor e alegria que ela traz, ou preferirias permanecer no limiar da existência, longe das emoções que tantas vezes machucam?
De algum modo, tu és um espelho sombrio de nossa própria mortalidade. E, ainda que caminhes sem direção, tua tragédia é uma lembrança para nós, os vivos, de que viver sem propósito é morrer em vida.
Com curiosidade e um certo assombro,
Fernando Pessoa (Via IA)
Carta de Fernando Pessoa para o Lobisomem
Lisboa, sob a luz trêmula de uma lua que já me inspira saudade
Ao nobre lobisomem, criatura da noite e do instinto,
Escrevo-te com o respeito de quem sabe o que é carregar dentro de si uma dualidade irreconciliável. Tu, que és homem e fera ao mesmo tempo, conheces a luta que poucos ousam enfrentar: a de equilibrar o que desejas ser e o que, inevitavelmente, te tornas.
Pergunto-te: quando a lua cheia te chama, é libertação ou condenação o que sentes? A fera que emerge é um reflexo dos instintos que tentas reprimir, ou é, talvez, tua essência mais pura, que apenas aguarda a chance de se revelar?
Somos todos, em algum nível, como tu. Vivemos sob o peso das máscaras, escondendo os impulsos que nos assustam, fingindo controle sobre aquilo que, no fundo, nos define. Mas pergunto-te, lobisomem: se te fosse dada a escolha, viverias sempre sob o domínio da razão, longe do lobo que habita em ti, ou aceitarias tua natureza plena, com todo o caos que ela traz?
Digo-te que não te vejo como um monstro, mas como um símbolo do que é ser humano. Porque não somos só feitos de virtudes; somos também feitos de falhas, de impulsos, de forças que nem sempre compreendemos. Talvez tua maldição seja apenas o exagero de algo que todos carregamos em menor grau.
E te pergunto, ao amanhecer, quando o lobo descansa e o homem retorna: sentes alívio ou saudade? És mais homem na luz do dia ou mais lobo na escuridão?
Com admiração e inquietação,
Fernando Pessoa (Via IA)
Carta de Fernando Pessoa para Dr Jackyl e Sr Hide
c
Lisboa, entre o dia e a noite, onde as sombras têm vida própria
Ao enigmático Dr. Jekyll e ao indomável Mr. Hyde,
Escrevo-lhes — ou seria escrever-te, a uma só essência dividida? — com a curiosidade de um poeta que também sente, em si mesmo, as forças opostas do ser. Não somos todos, afinal, um pouco como vocês: feitos de luz e sombra, razão e instinto, ordem e caos?
Ao Dr. Jekyll, o homem de ciência e moralidade, pergunto: o que te levou a buscar no frasco a liberdade de ser outro? Foi o desejo de escapar às limitações da virtude ou a necessidade de confrontar, sem amarras, os impulsos que a sociedade te ensinou a reprimir? O que é mais trágico em tua história: a criação de Hyde ou a descoberta de que ele sempre esteve aí, aguardando um convite para emergir?
E a Mr. Hyde, dirijo uma provocação: és, de fato, o "outro" ou apenas o verdadeiro rosto que Jekyll temia mostrar? És um monstro ou a liberdade em sua forma mais crua? Pergunto-te: viver apenas para os próprios desejos é ser forte ou simplesmente ceder ao mais fraco e primitivo dentro de nós?
A vocês dois, juntos, diria: são o retrato perfeito do dilema humano. Todos carregamos um frasco invisível, uma escolha constante entre o que queremos ser e o que temos medo de ser. Mas pergunto: é possível existir harmonia entre vocês, ou a luta eterna é o preço que pagamos por sermos feitos de contradições?
Por fim, se pudesse aconselhá-los, diria a Jekyll para não temer tanto seu lado obscuro, e a Hyde, para compreender que a liberdade absoluta sem moral é uma prisão disfarçada. Pois o que nos define não é eliminar um lado, mas aprender a conviver com ambos.
Com fascínio e inquietação,
Fernando Pessoa (Via IA)
carta de Fernando Pessoa para Dr Frankenstein
Lisboa, na inquietude de um dia cinzento
Ao eminente Dr. Victor
Frankenstein, criador e criatura de sua própria tragédia,
Escrevo-te com a admiração de quem observa, à distância, o dilema de um homem que ousou brincar com os alicerces da vida. Não te condeno, Victor, por tua busca insaciável pelo saber. Afinal, não somos todos nós, em essência, alquimistas do desconhecido, tentando moldar o mundo à imagem de nossos desejos?
Mas pergunto-te: ao dar vida à tua criação, foste movido pela paixão pela ciência ou pelo orgulho de ser como os deuses, moldando com as próprias mãos aquilo que só a natureza ousa criar? E, ao vê-lo viver, que sentiste? Era a euforia do triunfo ou o início de um abismo que logo te tragaria?
Victor, tua tragédia não é apenas a criação de um ser rejeitado, mas a rejeição que impuseste a ele. Tu, que lhe deste vida, negaste-lhe o direito à aceitação. Pergunto: quem é o verdadeiro monstro? A criatura que não pediu para existir ou o criador que, ao gerar vida, se afastou dela como se fosse algo indigno de seu amor?
Sabes, tua história ressoa profundamente em mim. Não és tão diferente de um poeta: criamos palavras, mundos e sentimentos, mas muitas vezes os abandonamos quando eles se mostram maiores ou mais assustadores do que esperávamos. Somos ambos culpados de dar forma ao que não podemos controlar.
Se pudesse te dar um conselho — não como um cientista, mas como um homem —, diria: não temas tua criação, pois nela reside o reflexo mais puro de ti mesmo. E se te fosse dada uma segunda chance, não seria o momento de encarar a criatura não como um erro, mas como um filho em busca de sentido?
Por fim, Victor, pergunto: qual é o teu verdadeiro desejo? Redimir-te pelo que criaste ou apenas escapar do peso da tua própria consciência?
Com inquietação e respeito,
Fernando Pessoa (Via IA)
Carta de Fernando Pessoa para Conde Dracula
Lisboa, sob a luz incerta da tarde
Ao ilustre Conde Drácula, senhor das sombras e do mistério,
Escrevo-te do limiar entre a claridade e a penumbra, lugar onde vivo e escrevo, tal como tu existes no intervalo entre a vida e a morte. Somos, de algum modo, espíritos semelhantes, cada qual prisioneiro de sua natureza. Eu, condenado a traduzir em palavras um universo que jamais compreendo por inteiro; tu, condenado a vagar pela eternidade à procura de algo que o sangue nunca sacia.
Pergunto-te, conde: o que sentes ao olhar a vastidão do tempo que já viveste? É consolo ou tormento saber que o amanhã sempre te será garantido? Pois eu, que sou mortal, encontro na finitude um certo tipo de liberdade, uma urgência que transforma até os momentos banais em algo poético.
És uma criatura de desejos insaciáveis, mas pergunto-me: onde reside teu verdadeiro apetite? Não será no sangue que procuras a imortalidade dos outros, mas no desejo secreto de te sentires humano novamente, com todas as fraquezas e paixões que outrora deves ter conhecido?
Encontro algo de profundamente poético em ti, Drácula. És a metáfora perfeita da luta humana contra o tempo, contra a morte, e, acima de tudo, contra o vazio. Não somos todos, de alguma forma, vampiros de nossas próprias memórias, sugando delas algum sentido enquanto a vida nos escapa?
Gostaria de convidar-te a Lisboa, para que, sob a luz das noites suaves, tomássemos juntos um vinho — ou, no teu caso, algo mais ao teu gosto — e conversássemos sobre a eternidade, a solidão e o peso de ser mais do que humano. Pois sinto que temos muito a aprender um com o outro: eu contigo, sobre a eternidade; tu comigo, sobre a beleza das coisas que se desvanecem.
Aguardarei tua resposta, mesmo sabendo que tua morada é além do alcance das cartas comuns.
Com respeito e inquietação,
Fernando Pessoa (Via IA)