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terça-feira, setembro 30, 2025

Chico Buarque AMIGA N 42 - 09 03 71

 TV-TUDO




Buarque de Holanda não quer salvar a música de nosso país
“AMA É DEPLORÁVEL”

Na Alemanha ganhou muito dinheiro na roleta (tenho um sistema matemático pra jogar, só perdi, até hoje, uma vez), e então comprou a máquina de filmar. Ele e Marieta se divertem muito criando enredos, filmando e montando depois. Já compraram todo o aparato de cinema, só não possuem o gravador com bobinas sonoras. A última é um jogo de cartas que pretendem jogar em grupo: cada um inventa um diálogo com ligação com outro, mas humor gostoso de jogar. Marieta adora piadas do tipo. Já riram e torceram muito de gente, mas o segredo não contam.

“MARIETA, NO MOMENTO, CUIDA DE NOSSOS FILHOS”
Marieta é uma mulher tranquila. Cuida, no momento, das filhas, de Chico, da casa. “Criança sempre me fascinou. Não saio com minhas filhas por obrigação, mas por prazer. É maravilhoso vê-las crescendo, observando coisas novas. Antes de ser atriz, fiz o Curso Normal. Claro, adorei teatro, televisão, mas, no momento, só aceito propostas que me agradem muito. O mais que tenho que fazer em casa! Sílvia está numa fase de muito absorver tudo, depois que Helena nasceu, e não se descuida das duas. Nós gostamos de passar o dia inteiro com elas. Eu fiz televisão até 8 ou 9 meses de gravidez, na peça Jorginho, o Machão, mas cansei de trabalhar. Justamente porque tenho pouco tempo pra ficar com elas, não quero mais um papelão que me enchaçaria muito.”

Sílvia é uma menina excepcional — com menos de dois anos ela faz perguntas incríveis numa linguagem mista com português, italiano (que aprende com a babá) e tatibitate; mesmo sem saber dizer cores, proposições, ela sabe o que é pequeno, grande e maravilhoso como poucos adultos conhecem.

“Sou consciente ao máximo com as duas. Um pai só pode educar um filho se não quiser que ele seja a sua cópia em pequenino. Pipa é o nome que Sílvia deu à irmãzinha.”

Legenda da foto:
Sílvia é uma menina excepcional e, na sua estranha linguagem, deixa o pai, por vezes, sem resposta.


Um sucesso no Brasil, afamado na Itália, Chico
“O PREÇO DA FAMA”

“PRA mim, o ideal era fazer minha música e com ela transmitir tudo para o público. Nela está o meu carinho, vai tudo que tenho a dar. Eu sei que não é só aqui — no mundo inteiro o artista não tem mais direito à vida particular, mas em nosso país isso virou obrigação. Isso é certo, é deplorável. Claro que você não pode lutar contra a fama. Mas, que entrevista não vira um fato novo pra falar? O fato de nascer uma filha, pra mim, é mais uma forma de cultuar minhas composições. É pena que as entrevistas, etc.) Não quero salvar a música popular brasileira. Fiz um samba porque a semente já vem com o risco, faço o que sinto e cada música nasce com a forma própria. Música e letra costumam nascer juntas. Pode ser um samba, pode ser uma marcha, dependendo da ocasião. Não estou propondo nada, não estou defendendo uma única linha da música brasileira. As pessoas não aceitam minhas explicações: “E a música não muda o nome?” É preciso ter consciência do que se faz. É uma vez que deixa de ser música e passa a ser folclore, mas mesmo folclore tem música original. Não sou revolucionário, sou compositor. Esse é o meu trabalho.”

Chico se confessa exausto. É um compositor sereno, pensa, pesa as palavras. Sofre acusações, não se diz salvador da música popular brasileira. Isso não quer dizer que ache que esse é o caminho da música popular brasileira. Ele é obrigado a fazer uns dois ou três shows por mês, dinheiro é mais imediato. Acabou de terminar um em São Paulo, na boate Di Mônaco, que foi bastante cansativo. Mesmo só trabalhando à noite, ele se sente cansado, não é um homem de boemia.

“Sou muito caseiro. Gosto de ficar em casa, brincando com as meninas, bolando joguinhos, filmando, bolando argumentos de novelas, de peças. Adoro nadar, passear com minhas filhas. Não tenho nenhuma vocação de homem de palco, embora seja fascinado por cinema, e tudo que é arte plástica. Me matriculei no curso de Desenho Livre no vestibular, e só passei porque provei em matemática e português; os desenhos não foram aceitos. Mas não insisti mais nisso”. Os filmes que faz não têm o menor vocacionamento de serem sérios, são brincadeiras apenas.

“SÓ ESTOU FELIZ EM CASA, PODENDO BOLAR NOVAS COISAS”

No caso especial de Chico Buarque, dá pra viver de composição — tem grande produção. Dá muito mais do que ele imagina; mas, qualquer necessidade maior tem de ser suprida com shows.

Legenda das fotos:

  • Sílvia e Helena são as duas filhas do casal Marieta-Chico Buarque de Holanda. Helena é recém-nascida, mas Sílvia, vivíssima, com quase 2 anos, faz perguntas incríveis aos pais.

segunda-feira, setembro 29, 2025

LibroBar - el Calafate - Argentina

 "COMO AL TIEMPO TE DAS CUENTA DE QUE EN REALIDAD LO MEJOR NO ERA EL FUTURO, SINO EL MOMENTO QUE ESTABAS VIVIENDO TODO EN EL INSTANTE."




domingo, setembro 28, 2025

Borges & Alvarez - LibroBar - El Calafate - Argentina

  



PRÓLOGO

Algunos bares son el espacio en donde
discusiones, diálogos y monólogos se repiten y
superponen hasta el infinito, como un objeto
atrapado entre dos espejos sin otro fin que
pasar un rato distraído. Tienen promesas para
todos los sentidos, camareros y clientes que no
se callan, risas y llantos rompiendo silencios
por todos lados, una barra que parece un diván,
botellas que esconden secretos… y sobretodo, la
dulce sensación del encuentro… de ya no estar
solo…

Estos bares son entidades únicas e
irreemplazables, ya que cada uno posee un clima
que refleja la personalidad de su propietario y
la gente que en él trabaja. Lo público es
también privado o íntimo y viceversa: son como
un living, que pertenece a los dueños y también
a los parroquianos, a Uds. que están invitados a
disfrutar y participar de este,
nuestro sueño…

Borges & Alvarez


Tradução para o Português:

# PRÓLOGO

Alguns bares são o espaço onde
discussões, diálogos e monólogos se repetem e
se sobrepõem infinitamente, como um objeto
preso entre dois espelhos, sem outro propósito
senão passar um tempo distraído. Eles prometem
estímulos para todos os sentidos: garçons e clientes que não calam,
risadas e choros quebrando silêncios
por todos os lados, um balcão que parece um divã,
garrafas que escondem segredos… e, sobretudo, a
doce sensação do encontro… de não estar mais
sozinho…

Esses bares são entidades únicas e
insubstituíveis, pois cada um tem uma atmosfera
que reflete a personalidade de seu dono e das
pessoas que trabalham nele. O público também é
privado ou íntimo, e vice-versa: são como uma
sala de estar, que pertence tanto aos donos
quanto aos frequentadores, a vocês, que estão convidados a
desfrutar e participar deste,
nosso sonho…

Borges & Alvarez

sábado, setembro 27, 2025

Alexandre Gaioto

 

Encontros com a Imprensa recebeu o jornalista e escritor Alexandre Gaioto Martins para uma conversa intensa e repleta de histórias marcantes sobre sua trajetória no jornalismo cultural. A apresentação foi conduzida por Marcelo Bulgarelli, que guiou o bate-papo entre memórias, reflexões sobre ética na comunicação e bastidores de grandes reportagens.

Maringaense, Gaioto relembrou como começou sua jornada ainda adolescente, com o jornal estudantil Café e Fubá, e seguiu escrevendo para veículos como o Diário de Maringá, Folha de Londrina, Gazeta do Povo e Correio Braziliense. Com um estilo literário e provocador, ficou conhecido por unir jornalismo e literatura em perfis e reportagens que fogem do padrão declarativo tradicional.

Entre os episódios compartilhados, destacam-se entrevistas com nomes como Gilberto Gil, Dalton Trevisan, Rubem Fonseca e Elomar. A entrevista com este último gerou polêmica e ameaça de processo — episódio que ilustra bem o perfil de Gaiotto: ousado, ético e comprometido com a apuração, mesmo diante de figuras difíceis ou reclusas.

O jornalista também comentou sua postura crítica em relação ao cenário cultural local, especialmente sobre o uso de verba pública em eventos de baixa qualidade. Ele se destacou por não suavizar críticas, mesmo quando envolviam patrocinadores ou figuras influentes. “Se você não está colecionando alguns desafetos, talvez não esteja fazendo jornalismo”, afirmou durante a conversa.

Além da carreira na imprensa, Gaioto revelou sua paixão por música, literatura e colecionismo — entre setlists autografados, discos raros e livros marcantes. Com humor, chamou sua coleção de “fantástica exposição de coisas inúteis”, revelando um olhar afetuoso e irônico sobre a memória pessoal e cultural.

Encontros com a Imprensa é uma iniciativa dedicada a valorizar os profissionais da comunicação de Maringá e região, abrindo espaço para histórias, bastidores e olhares críticos sobre a imprensa local. A conversa com Alexandre Gaioto foi mais do que um depoimento: foi um manifesto sobre a importância de fazer jornalismo com verdade, coragem e sensibilidade.

 Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.

Outros episódios no   Spotify.Alexandre Gaioto Amarildo LegalAndreia Silva  Antonio Carlos Moretti Brenda Caramaschi Bruno PerukaClaudio Galetti Dayane Barbosa Dirceu Herrero • Edilson PereiraEduardo Xavier Elaine Guarnieri Edvaldo Magro  Everton Barbosa Gilson Aguiar Ivan AmorimJuliane GuzzoniKris Schornobay Leonardo FilhoLuiz de Carvalho Messias MendesPaulo PupimRegina Daefiol Ricardo de Jesus Souza, o Salsicha Sandro IvanovskiSolange Riuzim Thaís Santana • Valdete da Graça • Vanessa Bellei Victor Ramalho


Em breve: 

Andye Iore, Antonio Roberto de Paula, Bruno Gerard, Claudio Viola, Cleber França, Diniz Neto,

Eduardo Cavalari, Fernando Beteti, Milton Ravagnani, Natalya Garay, Renata Mastromauro,

Roberta Pitarelli, Robson Jardim, Rogerio Recco, Ronaldo Nezo, Sergio Mendes e Rose Machado,

Silvio Rocha


quinta-feira, setembro 25, 2025

Pretty in Pink

 "Pretty in Pink" (1986) – Critica Revista Veja 1984  por JOÃO CANDIDO GALVÃO


Molly Ringwald and Jon Cryer in “Pretty in Pink” (1986).

Modelo Antigo

Os dramas juvenis em versão anos 80

A clássica história do patinho feio, rejeitado por ser diferente, ganha força irresistível em Pretty in Pink (A Garota de Rosa Choque, EUA, 1986), em cartaz em São Paulo. Esta é a mais recente adaptação cinematográfica do conto de fadas, com uma diferença: o patinho agora é uma jovem que não se transforma em cisne — mas encontra seu lugar ao conquistar o garoto mais cobiçado da escola.

O filme acompanha Andie (Molly Ringwald), uma adolescente que vive com o pai (um excelente Harry Dean Stanton) — abandonados pela mãe — em um bairro pobre de Chicago. Ela trabalha em uma loja de discos após as aulas e, apesar de ser uma estudante brilhante, enfrenta bullying das colegas ricas. Seu mundo gira em torno de dilemas comuns: vestir roupas de segunda mão reformadas, lidar com a depressão do pai e decidir se vai ou não ao baile de formatura. Seus únicos apoios são Duckie (Jon Cryer), um amigo de infância secretamente apaixonado por ela, e Iona (Annie Potts), uma excêntrica amiga punk.

O "cisne" surge na figura de Blane (Andrew McCarthy), um jovem rico que representa tudo o que Andie despreza. O encontro dos dois é um dos momentos mais divertidos do filme: durante uma cena na biblioteca, Blane tenta se aproximar, mas hesita diante do julgamento dos amigos. O conflito entre classes sociais e a hesitação dele em levá-la ao baile formam o cerne do drama, que, como todo conto de fadas, termina bem.


ADOLESCENTE IDEAL

O destaque do filme são as atuações, que elevam um roteiro cheio de clichês. Molly Ringwald, com menos de 18 anos durante as filmagens, brilha como a protagonista — seu charme "comum" e a representação do patinho feio vitorioso a tornaram capa da revista Time em maio daquele ano. Ela personifica a "garota da casa ao lado": bonita sem intimidar, autêntica e relatable. Jon Cryer rouba cenas como Duckie, o amigo leal e caricato, enquanto Annie Potts equilibra humor e ternura como a amiga punk que abandona temporariamente o visual radical para ajudá-la.

Apesar da direção convencional de Howard Deutch, o filme captura a essência dos anos 80, com sua trilha sonora new wave e críticas sutis às divisões sociais. O final feliz, embora previsível, consolida Pretty in Pink como um ícone do cinema adolescente.


JOÃO CANDIDO GALVÃO

quarta-feira, setembro 24, 2025

Cláudia Cardinale — O Preço da Glória

                                               Publicado na revista Claudia anos 70



Os convites continuam chegando, só que agora Cláudia pensa duas vezes antes de aceitá-los. O bem-estar, junto da família, parece-lhe mais seguro do que a fama.

— Não sou mais a mocinha inexperiente a quem faziam trabalhar sete horas por dia, a quem deixavam esperando em um canto do estúdio por um longo tempo, a quem vestiam de qualquer modo e que estava sempre disposta, sem nunca sequer levantar a voz. Agora luto, discuto, aprendi a defender-me, a fazer-me valorizar. Não me amedrontam mais, agora sou uma veterana, conheço o reverso de todas as medalhas. Conheço, sobretudo, o preço alto de ser uma diva, uma estrela popular. Cláudia está desistindo de pagar este preço.

— As deusas não existem no cinema Ocidental. Somente entre os povos ingênuos, como os da União Soviética e os da Europa Oriental, ainda sobrevive o divismo. Há alguns anos, eu poderia ter concorrido com a Loren, poderia tentar roubar à Sofia a coroa de rainha do cinema italiano. Mas agora nem sei mais se ela ainda usa esta coroa ou se ainda existem coroas deste gênero. Concorram, dizem sempre os produtores. Mas concorrer com quem? Não veem que somos sempre as mesmas há mais de dez anos. Somos sempre nós, imutáveis: Sofia, Gina, Cláudia, Virna, Monica, Silvana, Caterine, Sylva, Rossana.

Nos jornais, nossas fotos não são nem imagens de divas, são fotografias de um álbum de família. O palacete do casal Cristaldi, a 12 quilômetros de Roma, se torna cada dia mais movimentado. A proprietária gosta de estar sempre presente nos salões setecentistas ou passeando pelos enormes jardins da “vila”. Este é um prêmio que Cláudia faz questão de se conceder, daqui por diante.

— Estou trabalhando muito. Chega. Pelo menos esta frenética atividade no cinema me deu oportunidade de ganhar muito dinheiro. Já tenho o que me basta, não preciso correr atrás da segurança econômica. Devo preservar agora a segurança familiar.

Patrick sempre reclama as ausências da mãe e não entende como uma atividade “tão chata, tome um tempo grande”. Ciumento da carreira de Cláudia, Patrick está atento a qualquer modificação nos planos da família. Está sempre cobrando uma atenção devida, que, justamente por motivos profissionais, lhe foi negada nos seus oito primeiros anos de vida.

— Patrick é muito diferente de mim. Na escola tem revelado preferência pelas matérias técnicas. Disse que quando crescer vai se dedicar à química, cobrir-se de glória. Revela também um gosto acentuado pelo desenho. É um gosto maravilhoso.

Foi, no princípio, uma luta, hoje é uma profissão como outra qualquer. E nada mais.

Convidada várias vezes para filmar em Hollywood, a meta de toda atriz que deseja projeção mundial, Cláudia Cardinale, depois de três filmes norte-americanos, desistiu da experiência. Cláudia não se adaptou à rigidez do processo de trabalho e se recusou a ser um simples produto de venda, consumido pelas plateias de cinema sob a sigla CC.

— Não existe nenhuma função para mim em Hollywood. Os americanos desejam atrizes, por isso fazem listas das melhores da Europa e decidem pô-las à prova. Mas tudo com muita prudência, sem arriscar: sempre fazem os papéis secundários, simples aparições, enquanto os homens têm os melhores personagens. Colocam-nos em histórias onde predomina a presença masculina, como nos filmes de guerra, e a nós cabe apenas o papel de enfermeira, ou de espiã ou de simples camponesa. Aparecemos não mais do que quinze minutos.



O Preço da Glória

O que pode parecer desilusão profissional ou mágoa por não conseguir o sucesso de uma Sofia Loren (de história bem semelhante), na verdade é apenas a consciência de que a atriz de cinema tem direito de viver sua própria vida. Por mais burguesa que possa parecer. Mas quem desconfia dos propósitos de Cláudia — alguns chegaram a insinuar perda de prestígio — não a conhece bem. Técnicos e atores brasileiros que estiveram em contato com ela, em 1965, quando veio filmar Uma Rosa Para Todos no Rio, são unânimes em confirmar sua espontaneidade e a absoluta falta de jeito para o estrelismo. Circulando nas ruas, em pleno carnaval, se misturou àqueles que dançavam, evitando bailes fechados e festas de gala. Assim é Cláudia, de quem Alberto Moravia, famoso escritor italiano, traçou um perfil exato:

— Sua cabeça é de criança, no máximo de 15 anos. A cabeça e o corpo exprimem as coisas mais diversas: a cabeça, timidez, ingenuidade, insegurança, imaturidade, inexperiência; o olhar de menina modesta lembra o de um menino triste. O corpo, serenidade, tranquilidade, maturidade e, antes de mais nada, um apetite de vida que é puro, espontâneo e preso a implicações morais e intelectuais.

Sempre rodeada de Patrick e do marido, Cláudia tem evitado viagens frequentes ao exterior. Uma vez ao ano, pelo menos, sai da Itália para filmar nas mais estranhas latitudes. Depois de sofrer sob o calor violento da selva venezuelana quando filmava Popsy Pop, com Papillon, transferiu-se ano passado para os campos gelados da Romênia, onde, ao lado de Oliver Reed, rodou Un Uomo.




Domada — As Alegrias da Profissão de Atriz

As ambições de Claudia Cardinale nunca foram tão exageradas a ponto de desejar ser a mais importante das estrelas do cinema italiano. Por uma questão de temperamento, de formação revelada muito cedo por insistência dos próprios pais, Cláudia Cardinale nunca procurou o sucesso que, de imediato, alcançou. Inesperadamente, foi alçada em meio aos acontecimentos que a projetaram em todo o mundo. Depois do filme O Leopardo, de Visconti, seus dias de aventuras prosseguiram com Vittorio De Sica, Bolognini e Franco Cristaldi.

O filme de Visconti assinalou uma virada decisiva na sua vida. “O cinema me entedia. Apenas o trabalho me atrai”, disse.

RIP Claudia Cardinale

 





Valerie Hegarty


 Valerie Hegarty é uma artista plástica contemporânea americana conhecida por suas obras que exploram temas como história, memória, cultura e a passagem do tempo. Nascida em 1967 em Burlington, Vermont, Hegarty utiliza uma variedade de mídias, incluindo escultura, pintura, instalação e colagem, para criar peças que muitas vezes desafiam as expectativas do espectador e questionam narrativas históricas e culturais estabelecidas.

Uma das características marcantes do trabalho de Hegarty é sua habilidade em criar ilusões de deterioração e decadência. Ela frequentemente produz réplicas de objetos históricos ou obras de arte famosas, mas as altera para parecerem desgastadas, queimadas, mofadas ou parcialmente destruídas. Essas intervenções sugerem a fragilidade da memória e a maneira como o tempo e a história podem distorcer ou apagar narrativas.































segunda-feira, setembro 22, 2025

Inscrições misteriosas intrigam moradores da Zona Sul do Rio

 

1978-06-12 - O Dia A Notícia
pág 4 - Inscrições misteriosas vêm aparecendo só na Zona Sul_Page_3

RIO DE JANEIRO — Inscrições enigmáticas, escritas com tinta vermelha, têm surgido em diversos pontos da Zona Sul carioca — especialmente em muros, tapumes, telefones públicos, bancas de jornal e banheiros da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). A origem e o significado das mensagens ainda são desconhecidos, mas o fenômeno já chama atenção de pesquisadores e moradores.

O professor de Sociologia da PUC, Aluísio Alves Filho, acredita que os escritos possam ser fruto de experimentações realizadas por estudantes de Comunicação Social. “Pode ser uma forma de estabelecer uma comunicação simbólica entre um grupo específico. Talvez até uma brincadeira coletiva”, afirma.

As frases, como “TZU – ZAS TRAZ TAZ”, “TAZ PARA TAZ, TAZ TRAZ” e “TZU TRAZ TAZ”, seguem uma estrutura repetitiva e aparentemente sem sentido. No entanto, para o professor, elas revelam certo padrão, o que pode indicar a existência de um código — quem sabe até usado por consumidores ou traficantes de drogas.

“Não podemos descartar possibilidades mais inquietantes, como a associação com grupos místicos ou manifestações de caráter subversivo. Há algo ritualístico na forma como as inscrições são feitas, especialmente nos banheiros da universidade”, analisa.

As mensagens têm aparecido em bairros como Ipanema, Leblon, Gávea, Copacabana, Jardim Botânico e até na Barra da Tijuca — todos com forte presença da classe média e alta. Segundo Aluísio, esse perfil pode explicar o tipo de conteúdo: “São jovens com alto grau de escolaridade e desejo de se comunicar de maneira simbólica e diferenciada”.

Apesar das especulações, parte da população encara tudo com ironia. “Coisa de maluco”, dizem alguns. Outros enxergam um movimento cultural espontâneo. “É um reflexo de uma inquietação cultural do homem urbano moderno”, conclui o professor.

domingo, setembro 21, 2025

Dave Jordano (1948–2023):

 O Fotógrafo da América Desconhecida

Nascido em Detroit em 1948, Dave Jordano consolidou-se como um dos mais importantes documentaristas contemporâneos dos EUA, com um olhar único para comunidades marginalizadas e paisagens urbanas em transformação. Sua obra, marcada por um realismo poético, revela histórias invisíveis da classe trabalhadora americana.
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sexta-feira, setembro 19, 2025

Sandro Ivanovski

 

“TV e vaidade são sinônimos. Mas a gente tem que tomar cuidado pra não ferir o colega.”

 O jornalista Marcelo Bulgarelli recebeu no programa Encontros com a Imprensa, da UEM FM, o colega Alessandro Ivanovski, conhecido profissionalmente como Sandro. Logo no início da entrevista, Ivanovski explicou que o nome Alessandro só é usado pela mãe; no meio jornalístico, adotou o Sandro como identidade profissional. A decisão surgiu no começo da carreira, em Santa Maria (RS), onde cursou Jornalismo na Universidade Federal de Santa Maria e começou a trabalhar na RBS TV. Na época, seus chefes consideraram o nome completo longo demais para aparecer no crédito da tela e sugeriram a versão mais curta.

A trajetória de Ivanovski ganhou novos rumos quando deixou o Rio Grande do Sul e veio para o Paraná. Ainda jovem, com 21 anos, aceitou o convite para integrar a equipe da TV Tibagi, em Umuarama. Depois, passou também por Paranavaí, onde trabalhou por oito anos, até se transferir definitivamente para Maringá em 2005. Desde a primeira visita, declarou ter se apaixonado pela cidade, onde consolidou sua carreira e fixou residência.

Entre os momentos mais marcantes de sua vida profissional, está o episódio em que se tornou notícia. Durante uma viagem de trabalho, deparou-se com um carro em processo de submersão em uma represa, com mãe e filha dentro. Sem hesitar, mergulhou vestido e conseguiu retirar a criança pela janela, ajudando também a mãe a escapar. Toda a cena foi registrada pelo cinegrafista Robson Jardim, seu parceiro de longa data. As imagens tiveram grande repercussão, chegando ao Jornal Nacional e ao Jornal da Globo, em junho de 2001.

Ivanovski também acumula histórias de risco e perrengues. Já foi mordido por cachorro durante uma pauta, teve arma apontada para a cabeça em conflitos agrários e presenciou ameaças de políticos flagradas em gravações. Apesar dos sustos, afirma que cada experiência serviu como aprendizado e reforçou a resiliência necessária ao exercício do jornalismo, que muitas vezes transforma o repórter em alvo de tensões destinadas ao veículo de comunicação.

Sobre as mudanças na profissão, o jornalista é crítico em relação ao vídeo repórter, que concentra múltiplas funções. Reconhece a praticidade das novas tecnologias, mas lamenta a perda de qualidade, profundidade e criatividade das reportagens. Também considera prejudicial a perda da obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Ao analisar a televisão aberta, avalia que, embora tenha perdido espaço para as redes sociais e enfrente dificuldades em atrair o público jovem, continuará essencial no Brasil por razões econômicas e culturais.

Com 30 anos de carreira, Sandro Ivanovski recorda colegas e chefes que marcaram sua trajetória, como Robson Jardim, Fernando Rodrigues, Fernando Miranda, Gil Rocha e Katia Skamferla. Passou por emissoras como RPC, RIC e Massa, acumulando aprendizados em diferentes estilos de jornalismo. Reconhece que no início foi teimoso e de personalidade difícil, mas afirma ter aprendido a ser mais flexível com o tempo. Sobre as redações, observa que são ambientes naturalmente tensos e permeados por vaidade, mas acredita que a relação profissional não deve comprometer a pessoal.

 Encontros com a Imprensa” é um programa semanal que reúne jornalistas, repórteres, fotógrafos, radialistas, cinegrafistas e colunistas para celebrar suas histórias mais marcantes. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras, às 13h, e aos sábados, às 16h, na rádio UEM FM 106,9, no YouTube da UEM TV e no Spotify.

Outros episódios no   Spotify.Alexandre Gaioto Amarildo LegalAndreia Silva  Antonio Carlos Moretti Brenda Caramaschi Bruno PerukaClaudio Galetti Dayane Barbosa Dirceu Herrero • Edilson PereiraEduardo Xavier Elaine Guarnieri Edvaldo Magro  Everton Barbosa Gilson Aguiar Ivan AmorimJuliane GuzzoniKris Schornobay Leonardo FilhoLuiz de Carvalho Messias MendesPaulo PupimRegina Daefiol Ricardo de Jesus Souza, o Salsicha Sandro IvanovskiSolange Riuzim Thaís Santana • Valdete da Graça • Vanessa Bellei Victor Ramalho


Em breve: 

Andye Iore, Antonio Roberto de Paula, Bruno Gerard, Claudio Viola, Cleber França, Diniz Neto, Eduardo Cavalari, Fernando Beteti, Milton Ravagnani, Natalya Garay, Renata Mastromauro, Roberta Pitarelli, Robson Jardim, Rogerio Recco, Ronaldo Nezo, Sergio Mendes e Rose Machado, Silvio Rocha