Dagmar Johanne Amalie Overbye (1871–1929) foi uma figura controversa e tristemente célebre na história da Dinamarca, conhecida por seu envolvimento em uma série de infanticídios no início do século XX. Ela operava como uma parteira e cuidadora de crianças não desejadas, mas suas ações acabaram revelando um lado sombrio e criminoso.
Contexto Histórico
No final do século XIX e início do século XX, a Dinamarca, como muitos outros países, enfrentava questões sociais complexas relacionadas à pobreza, gravidez indesejada e falta de apoio às mães solteiras. Muitas mulheres, desesperadas e sem recursos, recorriam a métodos clandestinos para lidar com filhos não planejados. Foi nesse contexto que Dagmar Overbye surgiu como uma figura aparentemente útil, oferecendo-se para cuidar de crianças indesejadas em troca de pagamento.
Atividades Criminosas
Dagmar Overbye inicialmente ganhou a confiança de mães solteiras e famílias pobres, prometendo cuidar de suas crianças ou encontrar lares adotivos para elas. No entanto, ao invés de cumprir suas promessas, ela sistematicamente matava os bebês sob seus cuidados. Estima-se que ela tenha sido responsável pela morte de 25 a 50 crianças, embora o número exato nunca tenha sido confirmado.
Seus métodos incluíam abandono, negligência extrema e, em alguns casos, atos violentos diretos. Ela escondia os corpos das crianças em sua casa ou os descartava em locais próximos. Por anos, suas atividades passaram despercebidas, até que investigações policiais e denúncias de vizinhos levaram à sua captura.
Julgamento e Condenação
Dagmar Overbye foi presa em 1920 e seu julgamento chocou a Dinamarca. O caso expôs as falhas do sistema social da época e a vulnerabilidade das mulheres e crianças pobres. Durante o julgamento, Overbye mostrou poucos sinais de remorso, e sua frieza ao descrever os crimes aumentou a repulsa pública em relação a ela.
Ela foi condenada à prisão perpétua, mas devido a problemas de saúde mental, foi transferida para uma instituição psiquiátrica, onde morreu em 1929.
Legado
O caso de Dagmar Overbye tornou-se um marco na história criminal da Dinamarca e um exemplo sombrio das consequências da marginalização social e da falta de apoio às mães e crianças. Sua história inspirou livros, documentários e até obras de ficção, incluindo o filme The Girl with the Needle (2024), que parece explorar temas semelhantes de abandono, moralidade e desespero.
Dagmar Overbye é lembrada como uma das mais notórias criminosas da Dinamarca, e seu caso continua a servir como um alerta sobre as consequências trágicas da negligência social e da exploração dos mais vulneráveis.
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