É um dos poucos coleguinhas que eu conheci dedicado ao HQ infantil. Confira nessa entrevista publicada no site Meu Herói - Texto de Fernando Rebouças
Fernando Marques, desenhista, roteirista, locutor e editor de jornal. Ser humano de coração iluminado, atualmente, é responsável pelos suplementos infanto-juvenis dos jornais Tribuna de Petrópolis (Tribuninha) e Diário do Vale (Diarinho), da cidade de Volta Redonda. Além de publicar seus personagens, é um artista que incentiva o quadrinista brasileiro, sempre encontrando um espaço a mais nos impressos que dirige para publicar novos desenhistas de qualidade. Leia a seguir entrevista a que o artista concedeu ao site MeuHerói.com.br.
1 – Marques, na década de 70, você criou seus primeiros personagens e elaborou seus primeiros trabalhos de ilustrador. Fale um pouco dessa fase inicial?
Acho que comecei a rabiscar com meus 8 ou 9 anos. Eu via muito desenho animado na TV e, talvez, não contente só com as aventuras que via, quis passar pro papel algumas histórias a mais com aqueles personagens que mais gostava (quem lembra do Super Dínamo e Fantomas? Adorava aquilo!). Meus primeiros personagens mesmo só surgiram em 1974 (eu tinha 11 anos). Alguns deles existem até hoje e são publicados nos suplementos (João e os Pirralhos).
2 – De onde surgiu a inspiração para você criar os personagens “Betão” e a gatinha “Tatá”?
O Betão (e seu amigo Víque) surgiram em 1977. Criei vários personagens baseados nos meus colegas e professores da escola. Mais para zoação mesmo. Mas como depois perdi contato com a maioria dos colegas, sobraram só o Betão e o Víque (o Vichi é meu amigo até hoje e escreve, inclusive, para o suplemento Diarinho). Em 1988 eles fizeram seu “debut”, com tirinhas e ilustrações diárias, no extinto Jornal de Petrópolis. Eram tiras politizadas, onde além do seu humor característico, faziam críticas ao prefeito eleito. Aí o prefeito comprou o jornal e acabou a nossa farra (rs). Com o passar do tempo fui criando outros personagens para compor o resto da turma. Hoje participam a Pequena (minha esposa Amanda), o menino Lucky (meu filho Lucas) e seu João (meu pai). Fora os bichos Miúke, Floquinho e Manhoso (dois gatos e um cachorro que tive há uns anos atrás).
Já a gatinha Tatá não nasceu como personagem de quadrinhos, e sim como capa de caderno. Em 1989 eu trabalhava no escritório de uma fábrica de cadernos em Petrópolis, e quando o dono viu o monte de desenhos que eu fazia no risque e rabisque da minha mesa, perguntou se eu não faria uma capa para um bloquinho de cartas. Fiz a capa do bloco e depois outras seis capas para cadernos diferentes, três deles com a imagem da gatinha. Depois disso ela ficou parada um tempo, e eu imaginando o que fazer com aquela criação, já que tinha gostado tanto. Aí bolei uma turminha para ela e comecei a desenhar tirinhas e historinhas. Ela estreou na Tribuninha, em 1990.
3 – No meio de sua história artística, você também exerceu a profissão de locutor em emissoras importantes como Melodia, Musical, Imperial e Tribuna em Petrópolis, Manchete (RJ) e Transamérica (SP), nessa época, o seu lado desenhista ficou esquecido?
Não. Até 1988 eu desenhava mais para mim mesmo. Não tinha a mínima idéia de como era fazer desenhos para jornais e editoras. Então tudo que eu fazia era em cadernos de desenho pequenos, estilo revistinha mesmo. Era um hobby. Então, de 1982 até o surgimento da Tribuninha, eu fazia quadrinhos mais para me distrair, já que tinha me profissionalizado como radialista (desenho e música são duas paixões que tenho desde criança).
Depois, com o surgimento da Tribuninha, outros trabalhos com desenho começaram a aparecer, mas dava pra conciliar com a função de radialista. Na década de 90, quando fazia horário na rádio, entre os intervalos que eu deveria falar, enquanto rolava músicas, eu ficava desenhando. Já levava papel, caneta nanquim... E nada como desenhar ouvindo boa música! (Leia mais AQUI)
Nenhum comentário :
Postar um comentário