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segunda-feira, outubro 31, 2011

halloween no Bar do Bulga VOL 1, 2 & 3


Halloween no Bar do Bulga Vol 2


Halloween no Bar do Bulga Vol 2


01 - Angelo Badalamenti - Twin Peaks Theme
02 Twins Of Evil.
03 The Mummy
04 Captain Kronos Vampire Hunter.
05 Dracula Has Risen From The Grave
06 The Witches
07 Frankenstein Must Be Destroyed
08 John Williams - Dracula - 01. Main Title & Storm Sequence.
09 The Kiss Of The Vampire
10 Fear In The Night.
11 Frankenstein Created Woman
12 Hands Of The Ripper.
13 The Curse Of The Mummys Tomb.
14 Quatermass 2.
15 The Curse Of The Werewolf
16 The Abdominable Snowman.
17 Dr.Jekyll & Sister Hyde.
18 Lust For A Vampire.
19 Quatermass And The Pit.
20 Countess Dracula.



Halloween no Bar do Bulga Vol  3


01 - Tristram Cary - Quatermass and the Pit - Opening Credits
02 The Devils Rides Out
03 The Satanic Rites Of Dracula
04 -Halloween main theme
05 Dracula
06 - John Carpenter - The Fog (main Theme)
07 Taste The Blood Of Dracula
08 The Legend Of The 7 Golden Vampir
09 The Plague Of The Zombies
10 The Gorgon
11 Scars Of Dracula
12 Blood From The Mummys Tomb
13 To The Devil A Daughter
14 The Vampire Lovers
15 The Phantom Of The Opera
16 The Curse Of Frankenstein
17 Dracula A.D. 1972
18 The Hound Of The Baskervilles
19 Vampire Circus
20 The Brides Of Dracula.


Curta metragem do dia


Gawper from A Large Evil Corporation on Vimeo.

hoje é segunda-feira!

Edgar Allan Poe





O CORVO
tradução de Rubens Francisco Lucchetti
ilustrações de Nico Rosso

Certa vez, à hora lúgubre da meia-noite, eu meditava, fraco, fatigado, quase adormecido, sobre muitos volumes interessantes e valiosos. De repente, ouvi ligeiro ruído, de uma doutrina agora morta, como de alguém batendo, de leve, à porta do meu quarto. "É alguma visita", murmurei eu, "e nada mais".

Estávamos em dezembro, bem me lembro. As achas meio queimadas desenhavam no solo o reflexo da sua agonia.
Eu desejava ardentemente a manhã! Eu não pedia aos livros o esquecimento das minhas mágoas… Pensava sempre nela, na minha Leonora perdida, na mulher rara e deslumbrante que os anjos chamam ainda Leonora e que os homens não chamarão nunca mais!

O vago sussurro dos reposteiros ondulantes enchiam-me de um terror fantástico e melancólico. Para acalmar a agitação que me assustava, levantei-me repetindo: "É, alguém que bate à porta, alguma visita tardia, que solicita a entrada do meu quarto; sim é isso, e nada mais". Então senti o espírito um pouco fortalecido, e sem hesitar falei assim:

– Senhor ou senhora, tende a bondade de perdoar-me. Estava meio adormecido e batesteis tão devagarinho que apenas tenho a consciência de vos ter ouvido.
Assim dizendo, escancarei a porta, mas só vi trevas e nada mais!

E a perscrutá-las profundamente, fiquei muito tempo cheio de espanto, de receio e de dúvida, tendo sonhos que mortal algum jamais ousou sonhar; mas nada perturbou o silêncio e a imobilidade das trevas, senão um nome proferido por mim: "Leonora!" e o eco, murmurando, repetia a palavra "Leonora!". Apenas isto e nada mais!

Tornando a entrar no quarto, com a alma em fogo, ouvi um ruído um tanto mais forte que o primeiro. "Com certeza, o que ouço agora é a gelosia da janela: vou ver o que ali há e apurar que mistério é este. Provavelmente, é o vento, e nada mais!"
Abri então a janela, e um corvo majestoso, digno dos antigos tempos, entrou pelo quarto adentro, com um bater de asas tumultuoso. Sem me fazer uma simples cortesia, adiantou-se com a imponência de um "lord" ou de uma "lady" e empoleirou-se num busto de Palas, colocado justamente por cima da porta do meu quarto.
A gravidade do seu aspecto e a severidade da sua fisionomia fizeram sorrir a minha triste imaginação:

– Embora tua cabeça, - disse-lhe eu, - não tenha popa nem cimeira, não és por certo um pássaro ordinário. Dize-me, pois qual é o teu título de nobreza nas regiões plutônicas da noite?
O corvo disse:
– Nunca mais!

Fiquei maravilhado ao ouvir aquela ave desgraciosa volátil compreender assim a palavra, posto que a sua resposta não tivesse grande senso, nem respondesse de modo algum à minha pergunta, porque é preciso confessar que nunca foi dado a um homem vivo, ver, por cima da porta do seu quarto, um pássaro, um bicho, sôbre um busto esculpido, com semelhante nome: "Nunca mais!".

Mas o corvo, solitariamente empoleirado no busto plácido, não proferiu aquela palavra única, como se nela toda a sua alma se espargisse. Então murmurei em voz baixa:
– Todos os amigos me têm deixado: amanhã também este me fugirá, assim como todos os outros me fugiram, assim como voaram as minhas esperanças!
E o pássaro tornou a dizer:
– Nunca mais!
Ao ouvir aquela resposta tão a propósito, estremeci.
– Provavelmente, - disse eu comigo mesmo, - não sabe senão esta palavra. Isto ele aprendeu com algum mestre infortunado, a quem a ímpia desgraça perseguiu sem tréguas, e cujos cantares acabaram por não ter senão aquêle melancólico estribilho, espécie de "De profundis" de todas as suas esperanças - nunca mais!

Mas o corvo induzindo ainda a minha alma triste a sorrir, puxei a cadeira para defronte dele, do busto e da porta, e comecei a ligar idéia com idéia, procurando adivinhar o que aquela ave agoureira de outros tempos, o que aquele triste, desengraçado, sinistro, magro e agoureiro pássaro de outrora, queria dizer com o seu "Nunca mais!".
Assim me detive um tempo, sonhando, meditando, porém sem mais dirigir a palavra ao pássaro, cujo olhar ardente me abrasava até o íntimo do coração. Eu procurava adivinhar o estribilho do corvo e muitas coisas mais, com a cabeça encostada ao espaldar da cadeira; esse espaldar macio de veludo violeta, onde a cabeça dela se recostava outrora!… onde não se recostará nunca mais!

Então pareceu-me que o ar se tornava mais espesso, perfumado por um turíbulo invisível, balouçado por serafins, cujos passos deslizaram pelo tapete do quarto.
– Desgraçado! - exclamei eu. - Deus, pelos seus anjos, manda-te tréguas e nepentes contra as saudades de Leonora! Bebe, oh! bebe este bom depentes e esquece Leonora, perdida para sempre!
E o corvo tornou a dizer:
– Nunca mais!

– Profeta! ser de desgraça pássaro ou demônio, contudo profeta! quer sejas mensageiro do Tentador, ou simples náufrago, lançado pela tempestade a esta terra deserta e enfeitiçada, a este lar de miséria e de horror, dize-me sinceramente - suplico-te! - é verdade que existe um bálsamo da Judéia? oh! dize-me, dize-me por piedade!
O corvo respondeu:
– Nunca mais!

– Profeta! ser de desgraça! pássaro ou demônio, contudo profeta! Pelo céu que nos cobre, pelo Deus que ambos adoramos, dize-me se esta alma, esmagada pela dor, poderá um dia, no paraíso longínquo, abraçar uma donzela santa, preciosa e deslumbrante, a quem os anjos chamam Leonora?
O corvo disse:
– Nunca mais!

– Seja mas tuas palavras o sinal da nossa separação, pássaro ou demônio! - exclamei eu, pondo-me em pé. - Volta à tempestade e às costas da noite plutônica! Não deixes aqui nem uma só das tuas penas negras, em memória da mentira que acabas de proferir. Não violes por mais tempo a minha solidão. Tira-te de minha porta, arranca o teu bico do meu coração e precipita o teu aspecto para bem longe dêste quarto!
O corvo disse:
– Nunca mais!

E, imutável, continua sempre empoleirado no pálido busto de Palas, por cima da porta do meu quarto. Os meus olhos, com um brilho demoníaco, parecem pensativos; a luz da minha lâmpada projeta a sua sombra sobre o solo, e além do círculo desta sombra, a minha alma não poderá elevar-se nunca mais!


Rubens Francisco Lucchetti (Santa Rita do Passa Quatro/SP 1930-) é um dos mais importantes roteiristas de cinema e de histórias em quadrinhos.
Nico Rosso (Turim, Itália 1910-1981 São Paulo/SP, Brasil) foi um dos maiores artistas de quadrinhos do Brasil, especializando-se no gênero horror.

noite das bruxas

domingo, outubro 30, 2011

O Câncer de Lula

Reprodução do excelente blog Quem tem medo da democracia? de Ana Helena Tavares. Dois textos da Folha de S.Paulo.

Estão envergonhados das pessoas que desejam a morte de Lula e que pedem que ele vá parao SUS. Não digo com isso que querer que Lula vá pro SUS seja querer sua morte, muito ao contrário. O Inca, que pertence ao SUS, é centro de referência no tratamentode câncer. Mas muitos brasileiros têm, de fato, expressado o desejo de ver Lula morto. E, ao que parece, isso está envergonhando até a Folha. Mas quem alimenta cobras, o que pode esperar senão veneno?

Sob anonimato, brasileiro não é solidário no  câncer
Xico Sá

É, tio Nelson, o brasileiro, quando protegido pelo anonimato, não é solidário nem no câncer.

E não estamos batucando na tecla eno lenga-lenga do politicamente correto. Corta essa.

O brasileiro não é solidário nem no câncer em muitas ocasiões.

É o que vemos nos comentários de blogs ve redes sociais agora em relação à doença do ex-presidente Lula.

Nas ruas, nas famílias e na missa de corpo presente, ainda vale a comoção, a compaixão, piedade e outros sentimentos.

Sob a capa de um anônimo e furioso Batman, o ataque dos comentaristas é fulminante, a doença vira metáfora para o desabafo e a ira política dos fundamentalistas que enfrentam diuturnamente o lulismo-petista.

“Minha suspeita é que a interatividade democrática da internet é, de um lado, um avanço do jornalismo e, de outro, umaporta direta com o esgoto de ressentimento e da ignorância”, escreveu Gilberto Dimenstein, espantado com as manifestações recebidas na caixa de comentários da sua coluna na Folha.com .

Vasculhando as caixas postais de váriosblogs e colunas que trataram sobre o assunto, observamos que não é um caso isolado.É tendência. Tem, mas está faltando a referida solidariedade.

Agora vemos o personagem Edgar, da peça “Bonitinha mas ordinária”, do tio Nelson Rodrigues, salivando, obsessivo, atribuindo a sentença ao Otto Lara Resende: “O mineiro só é solidário no câncer.”

O mineiro aqui entra como parte pelo todo, claro, mas deixemos o próprio canalha Edgar com o verbo, de novo:

“Mas olha a sutileza, não é bem o mineiro, ou não é só o mineiro. É o homem, o ser humano. Eu, o senhor ou qualquer um, só é solidário no câncer. Compreendeu?”

É, tio Nelson, este último redutoda solidariedade está indo para o saco. Pelo menos no baile de mascarados da internet.

O câncer de Lula me envergonhou
Gilberto Dimenstein

Senti um misto de vergonha e enjoo ao receber centenas de comentários de leitores para a minha coluna sobre o câncer de Lula. Fossem apenas algumas dezenas, não me daria o trabalho de comentar. O fato é que foi uma enxurrada de ataques desrespeitosos, desumanos, raivosos, mostrando prazer com a tragédia de um ser humano. Pode sinalizar algo mais profundo.

Centenas de e-mails pediam que Lula não se tratasse num hospital de elite, mas no SUS para supostamente mostrar solidariedade com os mais pobres. É de uma tolice sem tamanho. O que provoca tanto ódio de uma minoria?

Lula teve muitos problemas – e merece ser criticado por muitas coisas –, a começar por uma conivência com a corrupção. Mas não foi um ditador, manteve as regras democráticas e a economia crescendo, investindo como nunca no social.

No caso de seu câncer, tratou a doença com extrema transparência e altivez. É um caso, portanto, em que todos deveriam se sentir incomodados com a tragédia alheia.

Minha suspeita é que a interatividade democrática da internet é, de um lado, um avanço do jornalismo e, de outro, uma porta direta com o esgoto de ressentimento e da ignorância.

Isso significa quem um dos nossos papéis como jornalistas é educar os eleitores a se comportar com um mínimo de decência.

Hammer Horror- Frankenstein Tribute (1957-1974)



halloween

 

A bruxa está solta!

É hoje...

Dracula, segundo Terence Fischer (Hammer)



sábado, outubro 29, 2011

Maringá no Kibe Loco

Nelson Cavaquinho - 100 Anos


"Tire seu sorriso do caminho,
Que eu quero passar com minha dor"  (*)

Nelson Cavaquinho, nome artístico de Nelson Antônio da Silva, (Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1911[1] — Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 1986). Sambista carioca, compositor e cavaquinista na juventude, na maturidade optou pelo violão, desenvolvendo um estilo inimitável de tocá-lo, utilizando apenas dois dedos da mão direita.
Casou-se por volta dos seus 20 anos com Alice Ferreira Neves, com quem teria quatro filhos e na mesma época consegue, graças a seu pai, um trabalho na polícia fazendo rondas noturnas a cavalo. E foi assim, durante as rondas, que conheceu e passou a frequentar o morro da Mangueira, onde conheceu sambistas como Cartola e Carlos Cachaça.
Deixou mais de quatrocentas composições, entre elas clássicos como "A Flor e o Espinho" e "Folhas Secas", ambas em parceria com Guilherme de Brito, seu parceiro mais frequente. Por falta de dinheiro, depois de deixar a polícia, Nelson eventualmente "vendia" parcerias de sambas que compunha sozinho, o que fez com que Cartola optasse por abandonar a parceria e manter a amizade.
Sua primeira canção gravada foi "Não Faça Vontade a Ela", em 1939, por Alcides Gerardi, mas não teve muita repercussão. Anos mais tarde foi descoberto por Cyro Monteiro que fez várias gravações de suas músicas. Começou a se apresentar em público apenas na década de 1960, no Zicartola, bar de Cartola e Dona Zica no centro do Rio. Em 1970 lançou seu primeiro LP, "Depoimento de Poeta", pela gravadora Castelinho.
Suas canções eram feitas com extrema simplicidade e letras quase sempre remetendo a questões como o violão, mulheres, botequins e, principalmente, a morte, como em "Rugas", "Quando Eu me Chamar Saudade", "Luto", "Eu e as Flores" e "Juízo Final".
Com mais de 50 anos de idade, conheceria Durvalina, trinta anos mais moça do que ele, sua companheira pelo resto da vida. Morreu na madrugada de 18 de fevereiro de 1986, aos 74 anos, vítima de um enfisema pulmonar.  (Wikipedia)

(*) Uma das frases mais belas da poesia brasileira segundo o poeta Manuel Bandeira.


Erro de calculo...



Em algum lugar no passado...

Foto de 1999, se não me engano. Luiz Fabretti, Patricia Piveta, eu e Vanda Munhoz.
O entrevistado era o então secretário de Fazenda de Maringá, Luiz Antonio Paolicchi, assassinado na ultima quinta-feira.
(Foto: Blog Angelo Rigon)

sexta-feira, outubro 28, 2011

Do blog cerveja é humor

Pequena coletânea da Hammer Films

O que você gostaria de ser no Halloween?

O filme de terror  mais curto da história: apenas 8 segundos!!

Coletânea Trilhas Cinemafantástico


Uma seleção inédita formada por temas de filmes de horror, suspense e de ficção científica.. Boa VIAGEM !!

01 Bela Lugosi is Dead - Bauhaus -FOME DE VIVER
02 Halloween Theme Song – HALLOWEEN
03- For The Last Time We'll Pray CARRIE A ESTRANHA
04-Psycho – PSICOSE
04 Rocky Horror Picture Show - The Time Warp ROCKY HORROR PICTURE SHOW
05 - Ethel Ennis - Mad Monster Party A FESTA DO MONSTRO MALUCO
06The Wicker Man - Britt Ekland - O HOMEM DE PALHA
07-Main Title from Jaws TUBARÃO
08-The Omen Soundtrack - The Altar - A PROFECIA
09-Theme From _Dressed To Kill_ (The Shower) VESTIDA PARA MATAR
10 - Nightmare on Elm main_title --steve_jablonsky-A HORA DO PESADELO
11-The Twilight Zone Main Title - ALÉM DA IMAGINAÇÃO
12 Poltergeist – POLTERGEIST
13-Alien_ Closing Title - ALIEN - O 8 PASSAGEIRO
14- - Exorcist Theme - O EXORCISTA
15-Close Encounters of the Third Kind_ Suite CONTATOS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU
16- The Vampire Lovers LUXÚRIA DE VAMPIROS
17-The_Shining_ O ILUMINADO
18-Main Title - O PLANETA DOS MACACOS20- Reanimator REANIMATOR

Hoje é sexta feira!

O Corvo

Edgar Allan Poe
Tradução de Fernando Pessoa

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
“Uma visita”, eu me disse, “está batendo a meus umbrais.
                    É só isto, e nada mais”.

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
                    Mas sem nome aqui jamais!

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
“É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
                    É só isto, e nada mais”.

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
“Senhor”, eu disse, “ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi…” E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
                    Noite, noite e nada mais.

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse os meus ais.
                    Isto só e nada mais.

Para dentro estão volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
“Por certo”, disse eu, “aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.”
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
                    “É o vento, e nada mais”.

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais.
                    Foi, pousou, e nada mais.

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
“Tens o aspecto tosquiado”, disse eu, “mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais.”
                    Disse o corvo, “Nunca mais”.

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
                    Com o nome “Nunca mais”.

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, “Amigos, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais”.
                    Disse o corvo, “Nunca mais”.

A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
“Por certo”, disse eu, “são estas suas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
                    Era este “Nunca mais”.

Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureira dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
                    Com aquele “Nunca mais”.

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais,
                    Reclinar-se-á nunca mais!

Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
“Maldito!”, a mim disse, “deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!”
                    Disse o corvo, “Nunca mais”.

“Profeta”, disse eu, “profeta - ou demônio ou ave preta - !,
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ânsia e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
                    Disse o corvo, “Nunca mais”.

“Profeta”, disse eu, “profeta - ou demônio ou ave preta - !,
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais,
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!”
                    Disse o corvo, “Nunca mais”.

“Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!”, eu disse. “Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!”
                    Disse o corvo, “Nunca mais”.

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
E a minh’alma dessa sombra que no chão há mais e mais,
                    Libertar-se-á… nunca mais!




Tradução: Fernando Pessoa (Lisboa, Portugal 1888-1935)

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quinta-feira, outubro 27, 2011

botafogo contrata cão driblador

O padre e o bêbado




Num ônibus, um padre sentou-se ao lado de um bêbado que, com dificuldade, lia o jornal.

De repente, com a voz 'empastada', o bêbado perguntou ao padre:

- O senhor sabe o que é artrite?

O pároco logo pensou em aproveitar a oportunidade para passar um sermão no bêbado e respondeu:

- É uma doença provocada pela vida pecaminosa e sem regras: excesso de consumo de álcool, certamente mulheres perdidas, promiscuidade, sexo, farras e outras coisas que nem ouso dizer.

O bêbado arregalou os olhos, calou-se e continuou lendo o jornal.

Pouco depois o padre, achando que tinha sido muito duro com o bêbado, tentou amenizar:

- Há quanto tempo o senhor está com artrite?

- Eu?...
Eu não tenho artrite!... Diz o jornal que quem tem é o Papa!!!

segunda-feira, outubro 24, 2011

Assombrações em Maringá


Historiador João Laércio Lopes Leal, do Patrimônio Histórico Municipal, departamento da prefeitura, sempre se interessou pelo tema e coleciona diversos casos, registrados em relatos orais gravados com pioneiros, em matérias publicadas em jornais, livros e em conversas informais com alunos, professores e amigos.
Um dos casos apresentados por Leal e que está registrado em livro é um exorcismo realizado no bairro do Guaiapó e que está descrito pelo próprio exorcista, o ex-padre Benno Wagnerno livro "Maringá, Cidade Canção - Volta às raízes".
Em 1955, Wagner era padre jesuíta. Ele foi um dos fundadores do Colégio Santo Inácio e um dos primeiros párocos da Igreja São José Operário, na Vila Operária.
Em 1955, cinco irmãos italianos mataram o cunhado em uma casa de madeira no Guaiapó. Pouco tempo depois, a casa toda começou a tremer.
"O padre foi na casa, realizou todos os rituais e a situação acalmou. Mas no dia seguinte, as outras casas em volta começaram a tremer. Ele teve que voltar e exorcizar todas elas, com as pessoas rezando para mandar o espírito do cunhado embora. Isso tudo está registrado no livro desse ex-padre, que depois largou a batina, casou e hoje mora em Curitiba", diz Leal.
Um local famoso por ter sido palco de assombrações é o Cemitério dos Caboclos, localizado entre o distrito de Floriano e Paiçandu. Leal explica que a região de Maringá era habitada por mestiços de índio e branco ¿ os caboclos ¿ antes da chegada dos pioneiros trazidos pela Companhia Melhoramentos.
Eles moraram na região até meados dos anos 50 e enterravam seus mortos nesse cemitério, que hoje está abandonado, mas muita gente ainda o utiliza para realizar práticas de candomblé, magia ou para fazer oferendas aos mortos.
"Existem muitos relatos de pessoas que dizem que viram vultos nesse cemitério. É um local assombrado já famoso em Maringá", diz o historiador.
Também houve relatos de incidentes , registrados na imprensa local, de casas apedrejadas sem que os moradores e nem mesmo a polícia encontrassem sequer pistas dos agressores.
Os casos aconteceram em 1991, no Jardim Alvorada, e em 1988, na Vila Emília. No primeiro, os ataques só pararam após a visita de um padre, que benzeu a casa. No segundo, foi necessária a intervenção de um pastor.
Na Vila Operária aconteceu um caso que ficou famoso em Maringá em meados dos anos 60 e ganhou até as páginas dos jornais.
Durante seu próprio velório, uma mulher acordou, levantou e deu um grande susto em todos os familiares, que já velavam o corpo. Ela havia sido dada oficialmente como morta, com atestado de óbito assinado pelo médico e tudo.
Ainda na Vila Operária, houve o caso de Saruê, um bandido famoso na década de 60 e que morava no bairro. Como ele só roubava em outras regiões da cidade e sempre ajudava as pessoas do bairro, era querido e protegido pelos moradores da Operária.
Pela forma como conseguia sempre fugir da polícia, os moradores do bairro acreditavam que Saruê tinha poderes mágicos. Diziam que ele podia se transformar em árvores, animais e qualquer tipo de objeto.
Os poderes funcionaram até o final dos anos 70, quando Saruê foi morto pela polícia.
Leal também conta histórias de relatos de fantasmas e aparições no
Parque do Ingá, no Cesumar e na antiga Delegacia (onde atualmente funciona o Detran). O historiador conta que o Parque do Ingá servia de ponto de desova de cadáveres de gangues.
"Tem muitas histórias de pessoas que iam passear pelo Parque do Ingá e viam vultos estranhos."
Leal também coletou histórias fantásticas acontecidas no Cesumar. O local, até o final dos anos 80, era um lixão e era usado como ponto de desova de fetos de abortos clandestinos. "Muitos alunos e até professores me contaram que viram vultos de crianças brincando no parque."
O antigo cadeião também coleciona histórias de assombração, pois ficou famoso como local de tortura e morte de prisioneiros até os anos 70.
"Existem relatos de pessoas que viram vultos e até ouviram gritos vindo do antigo cadeião muito tempo depois dele ter sido desativado. Sons estranhos que eram ouvidos mesmo durante o dia", diz Leal. Em Maringá, os fantasmas não tem hora para circular.


Fonte: Fábio Massalli - O Diário de Maringá

Hoje é segunda-feira...

bom dia Bom dia

domingo, outubro 23, 2011

conheço um lugar...

Posted by Picasa
A lanchonete Toni´s, em Petrópolis. Uma tradição que vem desde os ano 60 quando a cidade era tomada por veranistas (cariocas, ou seja, da capital).
Experimente o waffle com sorvete, mel ou marshmallow. Ou uma vaca amarela ou preta(milkshake com guaraná ou coca). Quem sabe, banana split...

Rosemary’s Baby






Rosemary’s Baby
Um jovem casal se muda para um prédio habitado por estranhas pessoas. Quando engravida, ela vê que seu marido se envolveu com os vizinhos, pertencentes a uma seita de bruxas que quer que ela dê à luz o filho do demônio. A futura mãe de nome Rosemary se vê obrigada a tomar medicamentos caseiros dado por aquelas estranhas pessoas, sobretudo por um casal de idosos com atitudes suspeitas. Classico do horror psicológico.