Balestra foi tão bem que merece o post só pra ele...
Com licença, Bulga, me deixa sentar nesta mesa e falar um pouquinho de mim agora que você m’cutucou com essa do Easy Rider. Você foi fundo sem saber, viu? Hoje só quero beber lembranças aqui no seu bar. Dispenso o chopp...
M’ lembro bem, Bulga. Era quase fim inverno de 1969 no arenito de Paranavaí. Resguardado sob meu equipamento Lee Riders legítimo, calça e jaqueta – que naquele tempo ainda se comprava o “legítimo” mesmo no Paraguay –, e “do alto” de meus dezessete anos recém completados (eu e o Real nascemos em um 1º de julho), eu saía do (hoje saudoso) Cine Ouro Branco naquela noite gelada e voltava pra casa “outro”.
De fato eu me sentia “outro” depois de ver as harley-davidson do Capitão América e do Billy, depois de ver na telona em cinemascope tanta liberdade sonhável, a estradona longa do destino ainda toda pela frente... Eu “vivi” o filme.
Logo consegui um cartaz enorme daquela imagem do filme em que viajam os três em duas harleys, Dennis Hopper, Peter Fonda e Jack Nicholson, e o colei na parede (toda decorada com astros pops) de meu quarto naquela casa em madeira em que morávamos, e que parecia que nunca esquentava as paredes nos invernos.
Ah, Bulga, essas cenas, essas coisas nunca me saíram da cabeça, da alma, do coração, assim como a música, o primeiro violão ganho de mamãe Elvira, a paixão pelos livros e os escritos.
Como você vê, Bulga, hoje você me acertou em cheio... Easy Rider marcou-me demais, e ficou-me eterno, enquanto eu por aqui estiver.
Obrigado por acudir-me com essa lindíssima lembrança. abs
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