A pequena cidade de Gabrovo, nas montanhas da Bulgária, vive momentos difíceis. O desemprego é alto, os jovens põem a mochila nas costas e vão para a Europa buscar algum futuro. Ainda assim, a prefeitura decidiu fazer uma gastança: contratar músicos e bailarinas de fora para a grande homenagem à sua filha mais ilustre, Dilma Vana Rousseff. "Faremos uma grande festa quando o resultado da eleição for conhecido", avisa o prefeito Nikolai Sirakov.
Para a família Russév - esse o sobrenome da família búlgara de Dilma - as eleições do Brasil já serviram, ao menos, para restabelecer o contato com os parentes no Brasil. As lembranças enchem de lágrimas os olhos de Toshka Kovacheva, tia de Dilma, ao lembrar-se de Petar Russév, que no início do século passado deixou o país e se instalou no Brasil. "Nunca soubemos por que ele fugiu. É o mistério da família", diz Vesela Koleva, prima de segundo grau da candidata.
Mas não é só Gabrovo que espera, ansiosa, o grande momento. De simples cidadãos à cúpula do governo, todos seguem a campanha eleitoral brasileira. Na quinta-feira, o jornal das 6 da tarde de uma emissora de rádio de Sofia, a capital, a primeira notícia não era a crise financeira nem a expulsão de ciganos da França. Era o fato de que Dilma tinha parado de cair nas pesquisas. Um dos jornais mais lidos do país o "24 Horas", publicou foto de Dilma sentada na cabine do Aerolula, como quem já comandasse os destinos do Brasil.
Árvores genealógicas, montadas com ajuda de seus parentes em Gabrovo, foram publicadas na imprensa. A própria prefeitura ordenou uma busca dos seus antepassados ao saber que alguns deles viviam nas montanhas da região central do país. Uma das primas de segunda geração de Dilma, Albena Miteva, admitiu ao Estado que pouco havia ouvido sobre ela, durante anos. "Sabia que tínhamos familia no Brasil. Mas nada além disso".
O governo búlgaro não hesitou em entrar na onda: Dilma tem sido mostrada como exemplo de uma búlgara que fez sucesso no exterior - o contrário da imagem negativa criada na Europa, falando de migração e pobreza.
E o assunto tomou as ruas, as conversas de gente comum. taxistas, recepcionistas. "O Brasil já é uma potência. Se tem uma futura presidente, ela será a mulher mais poderosa do mundo", diz Plamen Bonev, que cuida de uma agência de aluguel de carros em Sofia. No mesmo tom, a estudante Ivete Stoyanova, comenta: "Será uma grande alegria ter uma búlgara presidente do Brasil. Estamos todos emocionados." Fonte: AE
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