DOMINGO
Um passeio de carro por Maringá. Estamos na avenida Humaitá e são 11h30.
GRITOS
Pega ladrão!
O LADRÃO
O rapaz quase é atropelado pelo nosso carro. Ele deve ter uns 17 anos e carrega um toca cd em suas mãos.
MOTO
Ele corre para a carona da moto de um comparsa que o esperava na contramão. Fogem em direção ao Country Club.
SUSTO
Os donos do carro sinistrado (sinistrado é ótimo!) estavam desesperados.
CARA DE PAU
Arrombar um carro numa avenida em plena manhã de domingo.
ME LEMBRO
Quem quando estive me Maringá, pela primeira vez, em 1996, adorei as casas com suas grades baixas e algumas até sem muros.
CERCA
Anos atrás a Câmara autorizou a colocação de cercas elétricas nas residências.
CONTRÁRIO
Não havia gostado da idéia, principalmente dos argumentos para justificar a lei.
DIZIA
Que diante do desemprego e da falta e opções, havia muitos marginais na cidade e os moradores deveriam ter o direito de se proteger.
RETROCESSO
Tal justificava anulava qualquer ação para impedir o crescimento da marginalização. Não se combate a miséria, mas apenas nos protegemos dos efeitos dela.
HOJE
A cerca elétrica – esteticamente horrorosas - virou um mal necessário. É que não demos a atenção devida àqueles meninos de sete ou dez anos que nos pediam trocados no sinal.
E AGORA
Muitos desses meninos, agora com 17 ou 18 anos, continuam nas ruas. Só que cansaram de só pedir.
RESULTADO
Os muros estão sendo levantados.
PAISAGEM
Tudo é um grande condomínio fechado.
Um comentário :
Fala Bulgarelli! Lembra de mim, o velho Rivero de Petrópolis. Seu Blog é 10! esse fato que você se refere, repete-se em todo o Brasil. O povo não sabe exigir dos governos contrapartida e só pagam os impostos(caros como os europeus), sem nada exigir. os muros e cercas, são soluções privadas para problemas coletivos. Um dia, quem sabe, vamos aprender a tirar a bunbda da poltrona e reivindicar...
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